Benfica (masc) e Sporting (fem) renovam títulos

Domingo, 23 Fevereiro 2014
Benfica (masc) e Sporting (fem) renovam títulos

Patrícia Mamona chegou ao recorde de Portugal.

O Nacional de Clubes disputou hoje a 2ª jornada, que correspondeu novamente ao alcance de bons resultados, mantendo a história do ano passado. 

Genericamente o Nacional de Clubes pode considerar-se como sendo um dos melhores dos últimos anos, mesmo tendo em conta ausências de peso como Nelson Évora, Naide Gomes ou Rui Silva, além das habituais ausências dos melhores fundistas nacionais, que costumam representar clubes sem presença neste tipo de provas.

BENFICA QUASE TOTALISTA NAS VITÓRIAS MASCULINAS

Depois dos dois pontos de desvantagem que o Benfica trazia da jornada de ontem, hoje era quase certo que o Benfica traria para a pista a maioria das probabilidades positivas nas disciplinas em disputa. Apesar de algumas disciplinas onde pairava a dúvida da vitória, a verdade é que a equipa benfiquista só se pode queixar da falta de sorte no salto em altura, onde Paulo Conceição não ultrapassou a última fasquia por pouco, ficando em igualdade com os 2.10 metros do sportinguista Roman Gulyi. No desempate valeu o número de derrubes e ai voltou a ganhar a experiência de Gulyi, que repetiu a vitória de 2013.

Rasul Dabó

A espinha dorsal da equipa benfiquista valeu de novo para constituir nova vitória coletiva. Rasul Dabó, nos 60 metros barreiras voltou a igualar os 7,83 segundos do ano passado e deverá ser convocado para o Mundial de pista coberta, por ter marca de qualificação de 2013. ” Penso que quando chegar ao Mundial a minha forma vai estar melhor”, indicou o atleta no final. Hoje o atleta Miguel Moreira tinha também um duro desafio pela frente, João Brás, que voltou a correr na frente da prova para tentar desgastar, mas em provas por clubes Moreira costuma ser taticamente inteligente e hoje acabaria por entrar na frente à última volta. A marca de 1.51,05 minuto é a melhor marca nacional da época e melhor do que fez em 2013, quando também venceu. Outro dos atletas com viagem marcada para Sopot esteve hoje em ação. Marco Fortes venceu hoje com superiores 19.74 metros, muito acima do que há um ano, mas abaixo do que fez há uma semana. ”O que é importante realçar são os 8 pontos para a equipa”, indicou Fortes, não totalmente contente com o desempenho individual. No triplo salto a disputa aconteceu entre Ricardo Jaquité (Sporting) e Marcos Caldeira (Benfica) e Caldeira teve de cerrar os dentes e segurar os nervos, para no último ensaio revalidar a vitória individual com 15.60 metros, depois de Jaquité ter feito 15.49 metros ao segundo ensaio.

Ainda nas corridas, um dos resultados mais interessantes foi o de Arnaldo Abrantes (Benfica) nos 200 metros, na luta muito direta com David Lima (Sporting). Lima, vindo de Inglaterra para tentar ajudar o Sporting, bem pressionou ao longo da volta à pista, mas Arnaldo Abrantes acabaria por vencer em 21,27 segundos, 14 centésimos mais rápido que o segundo classificado. ” Há muito tempo que não tinha tanta vontade de fazer uma prova como esta”, disse o benfiquista que só hoje teve a confirmação de que participaria nesta prova. ”Queria destacar a vitória e o regresso do Arnaldo Abrantes às vitórias. Mais importante do que os dois pontos conquistados, foi termos recuperado um atleta.”, considerou Ana Oliveira.

Arnaldo Abrantes

Já nos 3000 metros Emanuel Rolim (Benfica) corria hoje com a missão de se desforrar da derrota que sofreu no campeonato individual, com nova presença de Hugo Almeida (CC S. João da Madeira). E o atleta aveirense voltou a imprimir o ritmo na frente, antes de perder o fôlego e acabar por dar a vitória a Rolim, que finalizou em 8.15,37 minutos. Aqui o mais relevante foi o papel de Almeida no “roubo” do segundo lugar ao representante do Sporting, Ricardo Mateus, que acabaria no terceiro lugar.

No momento de disputar os 4x400 metros já estava quase tudo decidido, a não ser que um imponderável sucedesse. Mas nada de anómalo ocorreu e o Benfica garantiu a vitória no final, com 3.16,60 minutos, embora o último elemento, Vitor Santos, acabasse por ser muito pressionada por um rápido último percurso do sportinguista João Ferreira.

PATRÍCIA MAMONA DEU DESTAQUE AO PAPEL DE JOSÉ UVA NESTES CAMPEONATOS

Nestes campeonatos a equipa do Sporting provou menos folgor e não trouxe tanta hegemonia ao setor feminino, muito por culpa dos reforços da equipa do Benfica, que aos poucos parece aproximar-se da dianteira, de ano para ano. Isto tudo apesar de só não ter vencido duas das provas no dia de hoje. Mas fundamentalmente o fim-de-semana serviu para proporcionar enorme alegria ao responsável pela Academia do Sporting, o Prof. José Uva, também treinador de Shaina Mags e Patrícia Mamona. O que existe de comum entre estas duas atletas, é que a primeira marcou o primeiro dia, enquanto Mamona marcou o dia de hoje.

Patrícia Mamona competiu na prova de triplo salto, onde procurava ainda a marca de qualificação para o Mundial de pista coberta. A atleta leonina foi hoje muito consistente, abrindo logo a 13.65 metros, afincando-se ao segundo ensaio para 14.01 metros, desfazendo o anterior recorde de Portugal, por dois centímetros. Enquanto isso Susana Costa (Benfica) foi melhorando, chegando aos 13.76 metros, no último ensaio, mas não melhor que os 14.36 metros obtidos por Mamona ao último ensaio, o que a coloca como terceira melhor atleta mundial do ano, já considerando alguns resultados de campeonatos nacionais deste fim-de-semana. ”Eu estou muito emocionada, estava à espera deste resultado há muito tempo”, indicou Mamona no final, que pretende ”chegar lá e saltar muito”, referindo-se ao Mundial de pista coberta. Desta forma fica quase automaticamente definido o treinador do fim-de-semana português, José Uva, responsável por dois dos três recordes nacionais batidos em Pombal. ” A Shaina ontem esteve insuperável e hoje a Patrícia e o próprio Jaquité estiveram muito bem. As expectativas para o Mundial é a Patrícia superar esta marca. Lutamos desde infantil até aos Jogos Olímpicos pelo recorde pessoal”, disse o treinador à emissão da FPA TV.

Catarina Ribeiro

Outro dos resultados de grande nível foi o de Marta Onofre (Sporting), no salto com vara, principalmente pela história da competição, onde o Benfica tinha na jovem Filipa Choon uma ténue possibilidade de conquistar muitos pontos (foi 4ª classificada), mas onde Cátia Pereira (JOMA) acabou por ser responsável pela equipa sintrense não chegar ao terceiro lugar coletivo. Cátia Pereira falhou as três tentativas a 3.50 metros, altura que nem Onofre tentou, para só começar o seu concurso a 3.65 metros, ultrapassados à primeira tentativa. E a atleta conquistaria todas as restantes alturas à primeira, incluindo 4.23 metros, tentando ainda os 4.35 metros, sem sucesso, para tentar mínimos para o Europeu de ar livre.

E o Sporting teve ainda na sua equipa outra atleta preponderante. Carla Tavares, que ontem havia vencido os 60 metros, voltou a disputar os 200 metros, distância que não corria em pista coberta há algum tempo, para vencer em 24,35 segundos, conquistando uma vitória que o Benfica há um ano havia conseguido. Mas Carla Tavares tornou-se ainda mais chave, por ter também contribuído para a vitória leonina nos 4x400 metros, em 3.45,72 minutos, um segundo melhor que a equipa benfiquista. Sobraria ainda a vitória leonina nos 3000 metros, por intermédio de Catarina Ribeiro, que continua a liderar na distância deste ano, depois de hoje completar a distância em 9.25,28 minutos, vencendo isoladamente e onde a JOMA conquistou um importante segundo lugar, por Cláudia Pereira (9.43,88 minutos).

O Benfica conquistaria duas vitórias no dia de hoje, nos 800 metros e 60 metros barreiras. Em ambas as provas o mérito está na idade das vencedoras, já que tanto Marta Pen e Eva Vital são ainda sub-23. Para Eva Vital ainda não foi hoje que caiu o recorde de Portugal, mas os 8,15 segundos, correspondem a uma regularidade que pode ser potenciada no próximo Mundial de pista coberta, onde estará presente. ”Tive uns problemas no meio da corrida, bati numa barreira mas foi um bom indicador para o Mundial”, disse a benfiquista no final. Já Marta Pen dobrou nas vitórias deste Nacional de Clubes, depois da vitória de ontem nos 1500 metros. Pen chegou hoje ao recorde pessoal de pista coberta, com 2.06,67 minutos e pela prova que foi obteve a menor diferença entre Benfica e Sporting nestes campeonatos. Nesta prova esteve também Patrícia Lopes (Sporting), que não foi além do 4º lugar, aqui ultrapassada pelos dois clubes que disputavam à altura o terceiro lugar: Neide Dias (JOMA) ficou no segundo lugar e Micaela Lopes (Juv. Vidigalense) ficou no terceiro lugar.

Eva Vital

BENFICA E SPORTING RENOVARAM TÍTULOS NACIONAIS

Os pódios da 1ª Divisão foram, afinal, muito parecidos aos de 2013. A exceção aconteceu no setor feminino, onde o terceiro lugar recaiu para a Juventude Vidigalense, com um ponto de vantagem sobre a ARC Senhora do Desterro e com ponto e meio de vantagem sobre a JOMA. Desta vez foram só três clubes provaram o sabor do pódio da 1ª Divisão, já que a Juventude Vidigalense repetiu o terceiro lugar no setor masculino.

No setor masculino a vitória do Benfica acabaria por ser mais folgada do que há um ano atrás, naquele que é já considerado o “tri” da equipa benfiquista. Os 107 pontos da equipa da Luz, contra os 102 pontos da equipa de Alvalade, marcam uma diferença que nem sempre foi fácil de gerir ao longo das duas jornadas, tornando-as ”impróprias para cardíacos”, referenciou Ana Oliveira no final. A responsável benfiquista realçou o interesse da competição: ”acho que esta é uma das provas mais emocionantes e competitivas do atletismo”.

A vitória do Sporting no setor feminino seguiu a tendência dos últimos anos, apesar da equipa ver a aproximação da equipa do Benfica. Há um ano o Benfica havia ficado a 21 pontos, este ano a diferença foi encurtada para 10 pontos. Apesar de tudo Bernardo Manuel, responsável leonino, viu o campeonato com otimismo e sentido construtivo: ” Demos luta e quando é assim conseguimos prestigiar uma vitória do Benfica e o contrário aconteceu no setor feminino”. Realçando os resultados de Patrícia Mamona, Shaina Mags e Marta Onofre, Bernardo Manuel não perde de vista o objetivo de manter as equipas ao mesmo nível competitivo: “Conseguimos manter as nossas equipas e vamos tentar melhorá-las com muito trabalho nos próximos anos”.

DUAS EQUIPAS DO PORTO VENCERAM A 2ª DIVISÃO

Se as vitórias na 1ª Divisão aconteceram para duas equipas de Lisboa, as vitórias na 2ª divisão ocorreram para equipas do Porto. Ambas as equipas pautam pela sua juventude e lutaram ao longo das duas jornadas, em vitórias que só ficaram decididas na última prova.

No setor masculino a conquista da glória aconteceu finalmente para a Escola do Movimento, equipa que tem usado os meios próprios para a busca do sucesso. Ao longo das duas jornadas venceram cinco provas individuais, três delas de saltos: Edgar Baptista (6,7 segundos nos 60 metros), Diogo Costa (4.30 metros no salto com vara), Francisco Cordoeiro (7.07 metros no salto em comprimento), Victor Korst (2.05 metro no salto em altura) e ainda os 4x400 metros. ” Esta vitória representar o culminar de 8 anos. Foi uma vitória coletiva que todos trabalhámos”, indicou Pedro Guimarães, responsável técnico da equipa, que tinha apontado como objetivo o pódio. A equipa beneficiou bastante da falsa partida feita pela equipa de estafeta do CA Seia, que era confortável líder desta divisão e que acabou sem glória, no segundo lugar, a meio ponto da equipa portuense. O CA Marinha Grande, de Leiria, completou o pódio.

Seria das meninas do Maia AC a vitória no setor feminino. E aqui o termo meninas é apropriado, com o responsável maiense a apontar uma média de idades em torno dos 16 anos. ”Deixa-me muito mais satisfeito pelo facto de ser uma equipa em formação e com uma média de idades que eu julgo que nunca existiu numa equipa campeã de 2ª divisão”, disse Rui Borges, o responsável da equipa, no final da prova. E a equipa pautou-se pela regulardidade em todos os eventos, até porque o número de vitórias foi apenas de três: Ana Ribeiro (2.23,70 minutos nos 800 metros e 4.50,39 minutos nos 1500 metros) e a vitória nos 4x400 metros. ”O objetivo do Maia foi começar esta caminhada neste Nacional de Clubes, unicamente com atletas que vêm da formação e eu tenho dito às atletas que daqui por três anos o objetivo é que estejamos a lutar pelo pódio na 1ª Divisão”, comentou o responsável de equipa. A vitória do Maia AC foi destacada, com o restante pódio a ser preenchido por GR Quinta da Lomba e pelos CA Salesianos de Manique.

Notícia relacionada: Sporting liderou 1ª jornada em Pombal (dia 1)

RESULTADOS (I Divisão):

Masculinos :

200 – Arnaldo Abrantes (SL Benfica) – 21,27
800 – Miguel Moreira (SL Benfica) – 1.51,05
3000 – Emanuel Rolim (SL Benfica) – 8.15,37
60 m Barr. – Rasul Dabó (SL Benfica) – 7,83
Altura – Roman Gulyi (Sporting CP) – 2.10
Triplo – Marcos Caldeira (SL Benfica) – 15.60
Peso – Marco Fortes (SL Benfica) – 19.74
4x400 – SL Benfica – 3.16,60
Coletiva : SLB (107), SCP (102), JV (64), GS-RC (57), GAF (47), CCSJM (45), ACRSD (44), GRECAS (33)

Femininos:
200 – Carla Tavares (Sporting CP) – 24,35
800 – Marta Pen (SL Benfica) – 2.06.67
3000 – Catarina Ribeiro (Sporting CP) – 9.25,28
60 m Barr. – Eva Vital (SL Benfica) – 8,15
Vara – Marta Onofre (Sporting CP) – 4.23
Triplo – Patrícia Mamona (Sporting CP) – 14.36
4x400 – Sporting CP – 3.45,72
Coletiva : SCP (106), SLB (96), JV (67), ACRSD (66), JOMA (65.5), GCAD (41), GRECAS (30.5), SCB (24)

RESULTADOS (II Divisão):

Masculinos:

200 – João Pinto (CA Marinha Grande) – 22,21
800 – Francisco Rodrigues (SC Braga) – 1.57,80
3000 – Daniel Gregório (CA Seia) - 8.43,12
60 m Barr. – Hélio Vaz (CA Seia) – 8,16
Altura – Victor Korst (AA Pinhalnovense) – 2.05
Triplo – Iuri Santos (CA Baixa da Banheira) – 14.62
Peso – Vítor Rodrigues (CA Seia) – 15.25
4x400 – Escola do Movimento – 3.32,99
Coletiva : ESCMOV (77.5), CAS (77), CAMG (68), AAPL (62), NAC (56.5), SCB (55.5), CABB (54.5), GCAD (47)

Femininos:
200 – Márcia Cardoso (ADRE Palhaça) – 25,55
800 – Ana Ribeiro (Maia AC) – 2.23,70
3000 – Andreia Silva (Gira Sol RC) - 10.39,79
60 m Barr. – Valdenia Carvalho (GR Quinta da Lomba) – 9,24
Vara – Ana Patrícia Silva (CA Marinha Grande) – 3.00
Triplo – Valdenia Carvalho (GR Quinta da Lomba) – 11.68
4x400 – Maia AC – 4.16,62
Coletiva : MAC (77), GRQL (68), CASM (64), ESCMOV (63), GS-RC (61), CAMG (60), ADREP (49), CDP (38)


Pódio feminino

Pódio masculino

Enviado Especial: Filipe Oliveira (fotos)

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Comentarios (2)add feed
2ª divisãop : Frankie
Só uma pergunta: se foi falsa partida nos 4x400m masc. ( 2ª div), porque não foi interrompida a prova? Não o deveria ter sido?

A regra 162.8 diz que "No caso de ocorrer uma falsa partida, um dos Assistentes do Juiz de Partida deverá ter o
seguinte procedimento:
Excepto nas Provas Combinadas, o atleta(s) responsável(eis) pela falsa partida deverá(ão) ser
desqualificado(s) e mostrado um cartão vermelho à sua frente e a correspondente informação
deverá ser colocada no(s) marcador(es) da(s) pista(s) individual(is). "

Ora o que aconteceu é que foi autorizada a partida e os atletas correram, para no final lhes ser atribuída "falsa partida"?????
Fevereiro 24, 2014
Victor Korst da Escola do Movimento? : Liliana Manhente
O Victor Korst não é da Escola do Movimento, mas sim do Pinhalnovense!

Abraço!
Março 03, 2014
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