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Cairam dois recordes nacionais durante Nacional de Clubes.
A primeira jornada do Nacional de Clubes foi marcada por muita disputa, como é habitual nesta prova, novamente com Sporting a sair-se melhor.
A troca de ordem do Campeonato de Portugal e do Nacional de Clubes trouxe para já uma consequência muito positiva ao Nacional de Clubes: melhores resultados. Considerada a primeira divisão apenas, só três disciplinas tiveram resultados de qualidade inferior, relativamente a 2013. Mais próximo dos picos de forma e eventualmente em melhor momento de forma do que em 2013, os atletas hoje em pista proporcionaram uma boa primeira jornada. Ainda que sem marcas de qualificação para o Mundial de pista coberta, já cairam dois recordes nacionais de pista coberta.
HÉLIO GOMES FOI SUPERADO POR JOÃO BRÁS E SPORTING SEGUE NA FRENTE MASCULINA
Comparativamente com 2013 a diferença pontual entre Benfica e Sporting é a mesma e com os mesmos pontos (46 para o Sporting, contra 44 para o Benfica). Mas hoje esperaria-se mais de Hélio Gomes (Benfica), que desligou no meio da corrida, para controlar o segundo lugar, deixando João Brás (Sporting) destacar-se na frente para uma grande marca pessoal (3.45,42 minutos). ”Não sei o que se passou”, indicou Hélio Gomes no final, sem mais explicações. Hoje Hugo Almeida (CC São João da Madeira) fez o papel de lebre, com ritmos rápidos impostos desde início, fazendo parte da história da corrida, ainda que terminando no terceiro lugar. Assim, o Sporting não precisou de Rui Silva para ganhar pontos nos 1500 metros, com uma das melhores prestações do dia.
O Sporting averbaria a maior parte das vitórias, nem todas fáceis. E a mais difícil aconteceu nos 60 metros, onde Francis Obikwelu levantou-se a medo dos blocos, para uma vitória apertada em cima da linha de chegada, sobre Diogo Antunes (Benfica), que recebeu a confiança benfiquista, em detrimento de algumas peças fundamentais do clube. Os 6,75 segundos de Obikwelu afinal foram apenas um centésimo mais rápido. Restaram as vitórias isoladas de Edi Maia, no salto com vara (5.55 metros) e de João Vieira (19.42,35 minutos). ”Só recentemente é que recebi as novas varas”, indicou Edi Maia, que agora treina com varas mais fortes, que o obrigam a uma maior concentração nas provas, apostando esta temporada para provas mais regulares.
Do lado benfiquista restariam as vitórias em dois eventos. Nos 400 metros já se adivinharia a vitória fácil de Victor Santos, depois do que tinha feito há uma semana no Campeonato de Portugal. Hoje correu bem cerca de meio segundo mais rápido, em 47,37 segundos, voltando a deixar João Ferreira (Sporting) longe. Por outro lado estava em pista Marcos Chuva, na prova de salto em comprimento, a pensar em Sopot. E nem seria por falta de estímulo competitivo, já que marcaram presença os brasileiros Mauro Silva (7.98 metros) e Paulo Oliveira (7.54 metros). Mas o português acabou longe da marca de qualificação, ainda que com uma vitória em razoáveis 7.83 metros. ”Fiz tudo o que podia”, indicou o atleta que confessou alguma pressão pelo objetivo da marca de qualificação para o Mundial de pista coberta, sem que o considere uma desculpa para não a ter obtido.
O DUELO ÉPICO ENTRE UMA SUPER SHAINA E UMA MEGA TERESA E A APROXIMAÇÃO BENFIQUISTA
A análise da comparação com as mesmas provas disputadas há um ano atrás, após 1ª jornada, serve no caso do setor feminino para assinalar uma progressão da equipa do Benfica, com mais 9 pontos do que em 2013, contra os menos 2 pontos do Sporting. Isto ainda significa uma vantagem confortável para o Sporting, que ao final da 1ª jornada tem 54 pontos, contra os 49 pontos do Benfica.
E este duelo foi bem marcado pela prova de salto em comprimento, que teve Shaina Mags (Sporting) a tentar segurar a vitória que tinha obtido há um ano atrás, conhecendo o momento de forma de Teresa Carvalho (Benfica), recordista nacional junior desde esta época. Os 6.06 metros de abertura de Mags eram já acima da marca que havia alcançado há um ano, mas com uma resposta de 5.97 metros de Carvalho, que bem poderia pensar em mais e melhor. E Mags defez dúvidas ao segundo ensaio, com 6.40 metros, um novo recorde nacional sub-23, que derruba aquele que perdurava desde 2001, por intermédio de Marta Godinho, com menos três centímetros. Longe de atingir Mags, a verdade é que Teresa Carvalho ainda obteve os 6.20 metros, também três centímetros acima do recorde júnior, que já era seu. Foram duas atletas no seu melhor e para Mags a esperança da sucessão de Naide Gomes: ”Estou super motivada”.
O Sporting repetiria três vitórias de 2013 com as mesmas peças-chave. Nos 60 metros Carla Tavares chegou ao recorde pessoal, com 7,40 segundos, a oito centésimos dos Mundiais de pista coberta, mas no caminho para o seu objetivo de época, chegar ao Europeu de ar livre. Com 31 anos de idade a atleta estava contente com o resultado, agradecendo à sua treinadora, Anabela Leite. E hoje Carla Tavares tinha mesmo de se aplicar, porque atrás de si esteve Eva Vital a correr em 7,47 segundos, o que traz a esperança de uma boa prova amanhã, nos 60 metros barreiras. Nos 3000 metros marcha Vera Santos venceu isolada, mas mais rápida que 2013, com 12.37,68 minutos, numa época em que se encontra num melhor momento. Abaixo de 2013, mas numa prova que não é sua principal especialidade, também Irina Rodrigues venceu isolada, com 14.76 metros, contra o reforço deste ano da benfiquista Vanda Rodrigues (13.40 metros). Cátia Azevedo também venceu, nos 400 metros, numa vitória mais rápida do que em 2013 fez Carolina Duarte, ao correr em 54,64 segundos, ainda que com uma boa prestação de Miriam Tavares (Benfica), que foi campeã de Portugal há uma semana, em 55,31 segundos.
Posto isto restaram duas vitórias às cores benfiquistas. Nomeadamente teve muita prestação a vitória de Marta Pen, com 4.18,49 minutos, a pouco mais de quatro segundos para Sopot, atleta que continua numa época desportiva de grande destaque, hoje bem perseguida por Salomé Rocha (Sporting), que hoje correu em 4.21,37 minutos. No salto em altura Liliana Vieira só começou a falhar a 1.71 metro, altura em que Anabela Neto (Sporting) ultrapassou pela última vez, deixando a benfiquista sozinha a 1.80 metro, depois de esta ter conquistado o 1.74 metro da vitória final.
A LUTA POR CLUBE ESTÁ, COMO SEMPRE, AO RUBRO
Na divisão principal, já se sabe, Benfica e Sporting dominam as atenções, pela disputa do lugar máximo. E se o Sporting é favorita em ambos os géneros, o Benfica parece ter uma segunda jornada mais favorável, a não ser que algo de anómalo ocorra. Para já Ana Oliveira, responsável benfiquista, encontra-se tranquila, apesar de reconhecer o lapso dos 1500 metros masculinos: ” Está a ser um campeonato bastante regular”. Há um ano a diferença no setor masculino ficou de dois pontos, favoráveis ao Benfica e este ano as mudanças podem ser poucas. O Benfica é claramente favorito nos 60 metros barreiras e no lançamento do peso, mas a verdade é que as disciplinas de 800 metros (João Brás pode surpreender de novo), 200 metros (David Lima está em bom momento de forma), 3000 metros (sem indicações claras de ambos os lados), salto em altura (ligeira vantagem benfiquista) e triplo salto (as contas podem ser baralhadas além dos dois emblemas) são dúvidas a desfazer na pista. Nos 4x400 metros, a tendência estará mais do lado benfiquista, que conta com Victor Santos, Arnaldo Abrantes e outros atletas muito rápidos, mas a estafeta é normalmente uma caixinha de surpresas. A análise do setor feminino dá claramente uma vitória leonina, apesar do Benfica poder facilmente arrecadar vitórias individuais nos 60 metros barreiras e nos 800 metros. A Juventude Vidigalense continua na luta pelos terceiros lugares, com três pontos de vantagem sobre o GA Fátima e ACR Senhora do Desterro no setor masculino, mas já com quatro pontos de desvantagem para o ACR Senhora do Desterro no setor feminino, apesar de estar na frente da JOMA.
A 2º divisão não apresenta marcas que compitam facilmente com as da 1ª divisão, mas a luta é intensa pelos melhores lugares. No setor feminino o Maia AC segue com 36 pontos, claramente focado em tentar surpreender numa final nacional onde não marcou presença em 2013. Atrás de si segue, com dois pontos de desvantagem, o CA Marinha Grande, na mesma posição onde ficou em 2013 e já a cinco pontos do Maia AC segue outra equipa do Norte no pódio: Escola do Movimento. O setor masculino está ainda mais competitivo, aqui com liderança da Escola do Movimento, que tenta regressar aos títulos. Contudo os 35 pontos com que conta estão apenas ponto e meio acima do CA Seia e dois pontos acima do CA Marinha Grande, estando quase certo que são estes os clubes que disputarão o pódio final, com alguma vantagem sobre os restantes clubes.
RESULTADOS (I Divisão) – dia 1:
Masculinos :
60 – Francis Obikwelu (Sporting CP) – 6,75
400 – Victor Santos (SL Benfica) – 47,37
1500 – João Brás (Sporting CP) – 3.45,42
Vara – Edi Maia (Sporting CP) – 5.55
Comprimento – Marcos Chuva (SL Benfica) – 7.83
5000 m marcha – João Vieira (Sporting CP) – 19.42,35
Coletiva : SCP (46), SLB (44), JV (27), GAF (24), ACRSD (24), GS-RC (22), CCSJM (18), GRECAS (7)
Femininos :
60 – Carla Tavares (Sporting CP) – 7,40
400 – Cátia Azevedo (Sporting CP) – 54,64
1500 – Marta Pen (SL Benfica) – 4.18,49
Comprimento – Shaina Mags (Sporting CP) – 6.40
Altura – Liliana Vieira (SL Benfica) – 1.74
Peso – Irina Rodrigues (Sporting CP) – 14.76
3000 m Marcha – Vera Santos (Sporting CP) – 12.37,68
Coletiva : SCP (54), SLB (49), ACRSD (36), JV (32), JOMA (29.5), GCAD (21), GRECAS (16.5), SCB (12)
RESULTADOS (II Divisão) – dia 2 :
Masculinos :
60 – Edgar Baptista (Escola do Movimento) – 6,7
400 – César Pedreira (AA Pinhalnovense) – 50,79
1500 – Francisco Rodrigues (SC Braga) – 3.58,14
Vara – Diogo Costa (Escola do Movimento) – 4.30
Comprimento – Francisco Cordoeiro (Escola do Movimento) – 7.07
5000 m Marcha – Rui Coelho (CA Seia) – 22.33,72
Coletiva : ESCMOV (35), CAS (33.5), CAMG (33), AAPL (26.5), NAC (26), GCAD (23), SCB (17.5), CABB (17.5)
Feminnos :
60 – Joana Vitorino (CA Salesianos Manique) – 7,79
400 – Márcia Cardoso (ADRE Palhaça) – 57,59
1500 – Ana Ribeiro (Maia AC) – 4.50,39
Altura – Beatriz Domingues (CA Marinha Grande) – 1.60
Comprimento – Soraya Betuncal (CA Salesianos Manique) – 5.09
Peso – Cristiana Campos (Gira Sol) – 11.73
3000 m Marcha – Sandra Leitão (ADRE Palhaça) – 16.11,88
Coletiva : MAC (36), CAMG (34), ESCMOV (31), ADREP (30), GS-RC (29), CASM (28), GRQL (27), CDP (24)
Enviado Especial: Filipe Oliveira (fotos)
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