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Instalou-se a polémica das falsas partidas...
Este segundo dia foi marcado por bons desempenhos, mas fundamentalmente foi marcado pela discussão da lei 162.7...
Este Mundial de Atletismo conseguiu hoje ao segundo dia agarrar milhões de pessoas aos televisores, sites e amanhã a jornais, para se apurarem mais detalhes sobre a pertinência das falsas partidas no atletismo. E tudo porque Usain Bolt provocou, consciente ou inconscientemente, um verdadeiro terramoto a este nível...
Esta polémica ainda não tinha sido catapultada ontem, quando Christinne Ohuruogu foi desclassificada por uma falsa partida nas eliminatórias dos 400 metros. Mas hoje, após a desclassificação de Dwain Chambers (Grã-Bretanha) na meia-final dos 100 metros, esta polémica começou a gerar-se no país que dentro de um ano receberá os Jogos Olímpicos. Nesta meia-final, não por motivos de falsa partida, foram ainda desilusões o norte-americano Justin Gatlin (10,23 segundos) e o substituto de Asafa Powell pela Jamaica, Michael Frater (10,23 segundos), que não passaram à final. Desta forma a final seria composta por três jamaicanos (Usain Bolt, Yohan Blake e Nesta Carter), dois franceses (Christophe Lemaitre e Jimmy Vicaut) e ainda os representantes únicos : Walter Dix (EUA), Kim Collins (SKN) e Daniel Bailey (ANT). Esta final teria a presença do actual campeão do Mundo, Usain Bolt, que correu muito facilmente as meias-finais com o tempo de 10,05 segundos, a desacelerar. Bolt entrou na pista, fez as suas habituais coreografias e no momento da partida saiu cerca de um centésimo antes do tiro...As bancadas de Daegu gelaram, os espetadores ficaram perplexos e Usain Bolt assumiu logo o erro, tirou a camisola e foi a gracejar ao céu enquanto a final foi para segunda partida. Sem todos os grandes planos (Usain Bolt desclassificado ; Asafa Powell, Tyson Gay, Steve Mullings e outros ausentes anunciados), o vencedor acabou por ser outro jamaicano, o único a correr a final abaixo dos 10 segundos com o tempo de 9,92 segundos, um sonho concretizado. Os EUA saíram com a medalha de Prata, através de Walter Dix (10,08) e o veterano Kim Collins (10,09) voltou às medalhas, agora com a de Bronze. O melhor europeu foi o campeão europeu Christophe Lemaitre, com 10,19 segundos, que não estava no melhor momento...
SEGUNDO DIA TEVE OUTROS MOMENTOS...
O dia iniciou com a disputa dos 20 Km Marcha, uma prova frenética onde nem a raiva do desclassificado Giorgiu Rubin (Itália) é notícia, ao lado da desclassificação de Usain Bolt. A prova teve vários líderes mas a Rússia acabou mesmo por levar a água ao seu moinho, com a vitória de Valeriy Borchin (1:19.56), seguido pelo compatriota Vladimir Kanaykin (1:20.27). As eliminatórias dos 110 metros barreiras não tiveram grandes surpresas com os três principais candidatos a apurarem-se com facilidade : Liu Xiand (13,20), David Oliver (13,27) e Dayron Robles (13,42). LaShawn Merrit (EUA) deu espetáculo na prova de 400 metros, com a melhor marca mundial do ano. Correu em rápidos 44,35 segundos e mostrou que pode ser um dos grandes candidatos ao Ouro, embora ainda só tenham decorrido as eliminatórias. A meia-final dos 800 metros já apresentou mais qualidade e o queniano David Rudisha já se apresentou como candidato ao ter sido o mais rápido, com 1.44,20 minuto, onde na final o principal candidato parece ter deixado de ser o sudanês Abubaker Kaki, que só passou à final na repescagem...A final dos 10000 metros teve uma luta final muito interessante, numa prova muito africana e pouco europeia. No ombro a ombro o etíope Ibrahim Jeilan (27.13,81) acabou por levar a melhor sobre o britânico Mo Farah (27.14,07), que ficou a um bocadinho do sonho de ser campeão mundial da especialidade. Ficou no terceiro lugar desta prova o também etíope Imane Merga (27.19,14), respondendo assim a Etiópia de forma muito positiva ao domínio queniano de ontem.
A prova do Decatlo teve hoje o seu fim e foi emocionante até final, numa luta renhida entre atletas dos continentes americanos. A uma prova do fim tudo poderia acontecer, porque apesar de Trey Hardee (EUA) estar na frente sabia-se de antemão que os seus 1500 metros eram muito fracos relativamente às restantes provas. Ashton Eaton (EUA) tentou aproveitar essa falha e na principal série lançou um ataque, que resultou numa vitória em 4.18,94 minutos, ainda assim mais lento que o coreano Kun-Woo Kim que deliciou o seu público com 4.15,63 minutos na série dos menos pontuados, culminando num recorde nacional de 7860 pontos. Tray Hardee confirmou a sua fraqueza nos 1500 metros e terminou com somente 4.45,68 minutos, com o cubano Leonel Suárez, na altura no segundo lugar, a terminar em 4.24,16 minutos. A verdade é que se Ashton Eaton (8505 pontos) não conseguiu roubar o título a Hardee (8607 pontos), conseguiu retirar a Prata a Leonel Suárez por somente quatro pontos. Um balde de água fria para o cubano que fez um excelente Decatlo e que teve de se contentar com o Bronze. Nas vitórias de provas individuais Tray Hardee superou nos 110 metros barreiras (13,97 segundos), o russo Aleksey Drozdov no lançamento do disco (50.29 metros), o holandês Eelco Sintnicolaas no salto com vara (5.20 metros) e o cubano Leonel Suárez no lançamento do dardo (69.12 metros).
Na qualificação para final do salto com vara feminino não houve grandes surpresas, com as principais candidatas a passarem à final, com nenhuma a necessitar dos 4.60 metros que eram a marca directa. Isinbaeva voltou assim aos grandes momentos sem problemas, com fáceis 4.55 metros, marca alcançada por dez das doze participantes qualificadas. Ausência de surpresas também no lançamento do peso, onde a qualificação foi uma enxurrada de qualificações directas seguidas, com 13 qualificadas acima da marca directa de 18.65 metros, onde apenas quatro não fizeram esta marca ao primeiro ensaio (!). Nas eliminatórias dos 1500 metros não houve qualquer situação anómala, com a mais rápida a ser Maryam Jamal (Bahrain), que correu no tempo de 4.07,04 minutos, num sprint final que apenas impediu uma das participantes dessa série de não ser repescada. Ao contrário da polémica da prova masculina, os 100 metros femininos tiveram eliminatórias tranquilas, com duas atletas a correrem no tempo de 11,10 segundos, o melhor desta fase : Ivet Lalova (Bulgária) e Blessing Okagbare (Nigéria). Na luta EUA e Jamaica, as norte-americanas levam aqui desvantagem com a presença de apenas duas atletas, contra as quatro da Jamaica, todas muito recatadas no dia de hoje. A final da prova do salto em comprimento foi das mais amorfas e sem emoção do dia de hoje, com uma vitória da norte-americana Britney Reese (6.82), só com um salto válido, seguida pela russa Olga Kucherenko (6.77) e pela actual campeã europeia, a letã Ineta Radevica (6.76). Depois da desqualificação de Christinne Ohuruogu ontem, a meia-final dos 400 metros podia hoje ter conhecido o afastamento da actual campeã do mundo Sanya Richards-Ross, que apenas seguiu para a final repescada, depois dos 50,66 segundos. A final será composta numa luta muito nacionalista entre Rússia (Anastasiya Kapachinskaya e Antonina Krivoshapka), EUA (Francena McCorory, Allyson Felix e Sanya Richards-Ross), Jamaica (Shericka Williams e Novlene Williams-Mels) e Botswana (Amantle Montsho). A final do lançamento do disco, muito pouco focada pela realização norte-americana, teve o pódio com três atletas acima dos 65 metros, com Ouro para a chinesa Yafeng Li (66.52), Prata para a alemã Nadine Muller (65.97) e Bronze para a cubana Yarelys Barrios (65.73).
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