[EURO14] Onde andam as potenciais medalhas?

Quinta, 07 Agosto 2014
[EURO14] Onde andam as potenciais medalhas?

Patrícia Mamona é a mais bem colocada.

Jorge Vieira falou nas possibilidades de Portugal trazer até três medalhas neste Europeu, mas afinal quem está mais próximo dessa eventualidade? 

Portugal parte para este Europeu de Ar Livre com uma comitiva alargada e numa tão grande comitiva Jorge Vieira, presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, aponta para o alcance entre 1 e 3 medalhas. O número zero não foi por ele referenciado e a expectativa é clara: não criar uma lacuna de medalhas num país que se habituou a pelo menos uma desde 1982.

Há dois anos, em Helsínquia, Portugal chegou às três medalhas, com os resultados obtidos por Dulce Félix (ouro nos 10000 metros), Patrícia Mamona (prata no triplo salto) e Sara Moreira (bronze nos 5000 metros). Muitos argumentam que Helsínquia, onde estiveram ausentes alguns favoritos, terá sido uma edição mais fácil para o alcance de medalhas, fator que não deverá acontecer este ano, em Zurique. As três medalhadas de 2012 estarão este ano em Zurique, as três com ambições legítimas à medalha.

Por isso qualquer medalha alcançada será desta vez, por certo, ainda mais valorizada, mas potencialmente mais difícil de alcançar. E um dos valores em que mais se aposta é em Patrícia Mamona, atleta que marcou presença na conferência de imprensa de lançamento da equipa nacional e que admite que estará em Zurique com a medalha em mente. ” Tenho demonstrado estar a saltar bem”, indicou a portuguesa que só vê numa adversária o forte estatuto de favorita ao Ouro, a russa Yekaterina Koneva, que este ano já pulou 14.89 metros. Mamona não se assusta com as 23 atletas acima dos 14 metros este ano, no ranking europeu: ”as atletas não todas muito niveladas, mas isso não impede de pensar na medalha”. Esta parece ser uma pressão positiva para Mamona, que sempre assumiu que a pressão ”dá mais motivação”.

Os 10000 metros femininos concentram as atenções, porque aí serão Dulce Félix e Sara Moreira a dividir o protagonismo e a multiplicar por dois as possibilidades de medalha, além do facto de ambas poderem também aproveitar os 5000 metros para tentar uma medalha, apesar de ambas apostarem na maior distância em pista. O facto de nas duas provas se assistir a finais diretas pode levar a que a aposta nas duas distâncias seja efetiva.

Até aqui assume-se que as três medalhadas de 2012 são potenciais candidatas a novas medalhas, mas no resto da comitiva “escondem-se” outras possibilidades, que até podem ajudar a validar o desejo de Jorge Vieira. No setor feminino as marchadoras são sempre uma possibilidade a não perder de vista, seja por intermédio de Ana Cabecinha, como Inês Henriques. Principalmente a Ana Cabecinha pode caber maior pendor de favoritismo, dado que é a sexta melhor europeia do ano, apesar de ambas se terem classificado no top-10, na última edição em que houve 20 quilómetros marcha, em 2010.

Ainda na estrada, o que dizer de Jéssica Augusto, que volta à distância nos grandes campeonatos, depois de ter sido 7ª classificada nos anteriores Jogos Olímpicos e de ter em histórico duas medalhas alcançadas no Europeu de 2010, em Barcelona, nos 5000 e 10000 metros. Conseguirá Jéssica Augusto regressar às medalhas portuguesas na Maratona, depois de Manuela Machado ter sido a última a consegui-lo, no ano de 1998? A isso soma-se a incógnita do momento de forma de Marisa Barros, que em 2010 se classificou em 6º lugar e que depois de um longo período de ausência pode até tentar surpreender.

E se a surpresa faz parte do caminho do sucesso, o setor feminino tem ainda um trunfo que pelo menos poderá ter direito a uma final. Vera Barbosa, nos 400 metros barreiras, é a quinta melhor atleta do ano, um estatuto difícil de confirmar num Europeu, mas possível de superar num dia bom da atleta, em conjunto com dias menos bons das suas adversárias. Uma possibilidade mais longínqua de medalha, mas longe dos impossíveis. Esse cenário bom, acabaria por invalidar uma estafeta nacional de 4x400 metros de tanta qualidade, dado que as eliminatórias desta prova calham no dia da final dos 400 metros barreiras.

As possibilidades nacionais não se esgotam no setor feminino, mas quase. O regresso de Nelson Évora às competições e as boas indicações dadas em treino, como assumiu José Dias, o responsável técnico da equipa nacional, podem até levar a uma surpresa inesperada, num ano em que o francês Teddy Tamgho foi suspenso por conduta não apropriada à luz do código de anti-dopagem. Sexto europeu do ano no triplo slato, a tarefa de Évora é, contudo, difícil e ainda sem grandes expectativas nele depositadas. A mesma posição no ranking europeu, mas no lançamento do peso, ocupa Marco Fortes, atleta que tem sido pouco regular acima dos 20 metros e que não prometerá medalha, mas por certo sentir-se-à capaz de uma final renhida.

Dentro das claras oportunidades de medalha resta João Vieira, marchador que vai para a sua quinta participação em europeus, sendo o mais experiente da equipa para esta competição. Uma época irregular e com condicionantes físicas até à última hora podem ser motivo para que o marchador não apareça nas suas condições ideais. 3º em Gotemburgo (2006) e 2º em Barcelona (2010), o papel de João Vieira assume-se desta vez bem mais complicado, ainda que dele se estejam sempre à espera de surpresas.

Tudo se discutirá dentros das linhas da pista de Zurique e no alcatrão da cidade e o Atleta-Digital estará lá para trazer até si todas essas novidades.

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Comentarios (3)add feed
. : .
Acrescentaria apenas a esta notícia um dado. Em relação à Jessica Augusto é importante referir que ela é a atleta com melhor marca do ano na Maratona de entre todas as participantes
Agosto 07, 2014
Com vista panorâmica... : Miguel F
Excelente análise, quiçá um tanto rosa, porque estes europeus vão ser bem duros.
Concordo que a nossa maior hipótese de medalha recairá na Jéssica Augusto (apesar da maratona ser deveras contingente) logo secundada pela Ana Dulce e pela Sara Moreira...talvez também a Patrícia Mamona (bem mais difícil).
smilies/grin.gifepois entendo que estão a elevar demasiado as expetativas para os restantes não deixando de acreditar nos atletas.
Marco Fortes, estafeta 4*100m, Diogo Ferreira, Vera Barbosa, Nelson Évora, Ana Cabecinha, Inês Henriques, Marisa Barros, Susana Costa, Irina Rodrigues atingirem o estatuto de finalistas daria uma grande prestação.
Andaríamos pelas 4/5 medalhas e 15/16 finalistas mais coisa menos coisa tendo em conta a dobradinha da Sara e da Ana Dulce.
Vamos apoiar os nossos atletas desde o Diogo Antunes até à Salomé Rocha.
Importa é que estejam bem no conjunto global aonde haverá sempre uma ou outra superação e uma ou outra desilusão.
Seja como for sentirei orgulho nos nossos atletas...como sentiria na Susana Feitor e no Marcos Chuva se estivessem presentes.

Saudações atléticas
Agosto 07, 2014
João Vieira : Miguel F
Tudo o que fizer é ganho.
Sem mais por ora.

Saudações atléticas
Agosto 07, 2014
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