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Meia-Maratona de Lisboa foi ontem apresentada.
Tudo se perfila para que a 15 de março decorra em Lisboa a melhor edição de sempre desta prova, que conta já com 32 mil inscritos.
A Meia-Maratona de Lisboa está a ultimar os preparativos para a 24ª edição, que se prepara para levar os participantes às nuvens, a avaliar pela imagem do evento, que transforma pessoas em pássaros, eleita como uma das imagens preferidas por Carlos Moia, o topo da estrutura organizativa. ”Apostámos há um quase um quarto de século atrás no atletismo de rua”, referiu Moia, contente pelo legado já deixado.
E um dos fatores de regozijo é o número de inscrições a pouco menos de um mês da competição. 32 mil atletas no total estão já anunciados pela Organização, perspetivando-se um recorde de participação na prova da meia-maratona. ”Devemos estar muito próximos do recorde do número de chegados na Meia-Maratona, acima dos 10 mil participantes”, antecipa, tendo em conta que muitos dos inscritos na prova principal esteja a inscrever-se nessa prova para obter a t-shirt técnica, apesar de terem em mente participar na Mini-Maratona. Este facto já obrigou a mexidas na logística, com a marca desportiva fabricante das t-shirts a ser obrigada a aumentar o stock. Mas Carlos Moia alerta o fecho de inscrições para breve, atingido que está o ponto de saturação da participação no evento para este ano.
Outro facto lançado por Carlos Moia é a participação feminina muito próxima da metade do total de participantes, referindo a importância da mulher na corrida de estrada.
”Organizações deste tipo levam o nome de Portugal ao estrangeiro”, indicou Carlos Cardoso, presidente da Confederação do Desporto de Portugal, mas também membro do painel IAAF para as provas de estrada, que volta a atribuir a medalha de Ouro ao evento, entre os melhores eventos mundiais.
Mas Carlos Móia não deixou de lamentar que o trabalho realizado, até pelo turismo gerado, não permita mais e melhores apoios. ”Merecíamos um bocadinho de mais respeito e apoio de algumas entidades em Portugal. Só tenho a dizer que lamento”, disse com angústia.
A NOVA TENTATIVA DE CHEGAR AO RECORDE DO MUNDO
Utilizando linguagem futebolística, a Organização deste ano tem um novo “ponta de lança” para tentar chegar ao recorde do Mundo da Meia-Maratona, que pertence precisamente à cidade de Lisboa. Em 2010 o eritreu Zersenay Tadese correu a prova em 58.23 minutos, estreando um percurso que começou em Algés, ao nível do rio, em vez da partida no tabuleiro do ponte. A partida ao nível do rio irá manter-se, até para fins de homologação de um eventual recorde, que este ano será tentado pelo queniano Stephen Kibet, atleta que tem como recorde pessoal 58.54 minutos. Com ele virão duas lebres e se o recorde cair existirá um cheque de 50 mil dólares a entregar ao atleta. Apenas uma pequena mudança de percurso será feito, com o retorno a fazer-se no Cais do Sodré, face ao empedrado da zona do Terreiro do Paço, que prejudicaria a prova de cadeira de rodas.
A competir, além de Kibet, estarão nomes fortes como os etíopes Imane Merga (59.56), Silas Kipruto (59.39), os quenianos Ezekiel Chebii (59.05), Bernard Koech (59.10), Kenneth Kipkemoi (59.11), Victor Kipchirchir (59.31) e ainda o atleta do Bahrain (Shumi Leche), além de outros atletas com recordes pessoais acima da hora. No total são 8 atletas sub-60 minutos, prometendo forte disputa final.
Do lado feminino a prova deverá ser menos proeminente, mas ainda assim com a presença de sete atletas abaixo da 1:08 hora, numa disciplina que recentemente teve o recorde do Mundo batido, na cidade de Barcelona. Assim, as quenianas Philes Ongori (67.38), Filomena Chepchirchir (68.06), Diana Chepkmoi (68.08), Sumgong Jelagat (68.35), Eunice Kirwa (68.39), Chepkoech Josephine (68.53), a etíope Worknesh Debele (67.49) e a italiana Valeria Straneo (67.46) são os nomes mais relevantes, onde se acrescenta a estreia na distância da campeã europeia de corta-mato, a francesa Sophie Duarte. As atletas femininas partirão 15 minutos antes da prova masculina, como forma de homologar um evento recorde.
DULCE FÉLIX UTILIZARÁ MEIA-MARATONA DE LISBOA COMO PREPARAÇÃO DE LONDRES
Ainda não há uma total definição dos nomes portugueses mais relevantes que enfrentarão a distância no próximo dia 15 de março. Mas Carlos Moia já fez o anúncio de uma ex-atleta do clube organizador: ”A principal atleta, Dulce Félix, vem correr”. Este deverá ser o momento ideal para que a portuguesa prepare a Maratona de Londres, já que esta prova é normalmente utilizada por muitos dos melhores atletas mundiais para testar ritmos competitivos na meia distância.
No setor feminino, além de Félix, estará também toda a equipa do Maratona Clube de Portugal, como Sara Moreira, Anália Rosa, Leonor Carneiro, Mónica Silva, Joana Costa e Doroteia Peixoto.
No setor masculino estão para já anunciadas as presenças de Hermano Ferreira e de Ricardo Ribas.
PROVA EM CADEIRA DE RODAS PODE CONSTITUIR ALGUMAS DAS MELHORES MARCAS MUNDIAIS
Todos os anos se realiza paralelamente a prova em cadeira de rodas e para Carlos Móia e também para Salema Garção, a representar o patrocinador deste evento, o foco da prova deve estar neste evento, que até fez mudar o percurso da prova principal. ”É fantástico o esforço que foi feito pela qualidade extraordinária dos atletas de cadeiras de rodas. Teremos os dois melhores atletas da atualidade”, congratulou-se Móia, reforçado de seguida por Salema Garção.
Os atletas participantes possuem mínimos abaixo da 1:10 hora, como forma de apurar a qualidade dos participantes, com a prova a ter partida 5 minutos antes da prova principal. O britânico David Weir (41.34) é o nome principal, até por já ter vencido esta prova em 2008 e 2012, mas igual feito já fez o suiço Marcel Hug, com vitórias em Lisboa nos anos restantes: 2007, 2009, 2010 e 2011.
Além das alterações provocadas pelo empedrado, o evento Avós e Netos tem este ano a novidade de ser de 4 quilómetros, em vez de apenas e quilómetros e ainda a abertura do evento ao público em geral, não exigindo o estatuto de Avós e de Netos que participam lado a lado, numa prova que se realiza no dia anterior às provas principais.
Enviados Especiais: Edgar Barreira (texto) e Marcelo Silva (fotos)
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