Os desejados cubanos e os alvos jamaicanos

Domingo, 25 Agosto 2013
Os desejados cubanos e os alvos jamaicanos

A ressaca de Moscovo trouxe novidades ao atletismo mundial.

Uma semana depois do fim dos Mundiais deste ano, várias notícias internacionais vieram agitar a modalidade. 

Esta não foi a semana mais banal para o atletismo mundial, com os atletas ainda a recuperarem dos esforços desenvolvidos, muitos pela Europa a competirem em meetings, outros a justificarem as suas ausências, como forma retaliadora de medidas tomadas na modalidade. Tudo resumido, são fragmentos de histórias, numa semana onde o Meeting de Estocolmo, a contar para a Liga Diamante, mostrou índices competitivos mais baixos, naquilo que é de facto a ressaca de Moscovo 2013.

ORTEGA DESERTOU DE DELEGAÇÃO CUBANA E ROBLES AFINAL VOLTOU A COMPETIR

O cubano Orlando Ortega fez notícia depois de se ausentar e nunca mais ter voltado à delegação do seu país, durante o Mundial que acabou há uma semana atrás. O seu paradeiro não é conhecido e já há quem considere que esta pode vir a ser uma jogada de bastidores para que o atleta cubano acabe naturalizado russo a breve termo. Esta foi uma tese negada por Valentin Balakhnichev, que nega ter conhecimento do seu paradeiro ou de qualquer pedido do atleta para passar a representar a Rússia em próximas competições. A verdade é que a Rússia, em maio passado, já tinha deixado em aberto a possibilidade de naturalizar atletas, principalmente em eventos onde existe maiores debilidades, como por exemplo nas disciplinas de Fundo. Nos 110 metros barreiras o melhor atleta russo da atualidade é Sergey Shubenkov, terceiro classificado neste Mundial.

Em sentido oposto esteve esta semana Dayron Robles, também ele cubano. Depois de no final de 2012 Robles ter ameaçado não voltar a competir, o atleta acabaria por voltar a fazê-lo ainda no mês de junho, tendo repousado entretanto e a regressado esta semana em Dubnica, onde venceu nos 110 metros barreiras. Mas também aqui parece haver uma nova história de naturalização à vista, depois do atleta se ter fixado no Mónaco para competir por um clube local. Tendo já sido visto na sede da federação francesa de atletismo, tudo parece alinhado para essa possibilidade, ainda que dificilmente se vá tornar num processo simples, dado que Cuba não reconhece o atleta enquanto representante do seu país, embora não deva facilitar a sua saída para outra nação rival.

O DOPING DEIXARÁ GAY FORA DAS PISTAS DURANTE 2 ANOS...MAS JAMAICA PODE NÃO ESTAR NO RIO2016

Dos dois colossos da velocidade mundial vêm histórias bem diferentes. Num dos casos chega-se à conclusão que o norte-americano Tyson Gay deverá ficar dois anos sem competir, ele que já tem 31 anos de idade e que vê a sua carreira em risco. Em causa um esteróide proibido ao abrigo da lista da Agência Mundial de Antidopagem (WADA), que o atleta assume nunca ter conscientemente ingerido, assumindo-se descontente com os profissionais que o têm acompanhado e que o terão levado a esta situação indesejável.

Mas mais a sul a Jamaica não vê grandes motivos para sorrir, no que às questões de doping diz respeito. Depois das desconfianças e depois de alguns atletas suspensos por doping, Renee Shirley, ex-diretora geral da Comissão de Antidopagem jamaicana, veio deixar claro que os controlos anti-doping efetuados dentro da ilha são afinal em baixa quantidade e ”pouco apropriados”, uma declaração dúbia, mas que levou a reação da WADA, que solicitou mais esclarecimentos. A agência mundial deixou ainda clara a possibilidade de ausência da Jamaica nos próximos Jogos Olímpicos, até que melhor controlo exista dentro da ilha. A luta contra o doping parece, assim, o mais cerrada possível em busca da verdade desportiva, que pode causar uma “catástrofe” desportiva na Jamaica, cujo desporto de eleição é o atletismo e a velocidade, em particular.

Entretanto esta semana Usain Bolt festejou mais um aniversário, o seu 27º aniversário, colocando um vídeo na sua rede social a treinar numa pista em Londres, onde se prepara para o meeting de Zurique, que se realiza na próxima quinta-feira.

HARTING FOI A VOZ DE DESCONTENTAMENTO EM ESTOCOLMO EM NOME DOS LANÇADORES

O alemão Robert Harting, campeão mundial de lançamento do disco, foi muito crítico com a IAAF, organismo máximo do atletismo mundial, pela discriminação dos lançadores. Em causa o facto dos principais organizadores de meetings darem demasiado destaque às provas de corridas, criticando o facto dos eventos de lançamentos se disputarem ao início dos programas-horário. Este foi o facto que o fez boicotar a presença no Meeting de Estocolmo.

Mas outros atletas têm criticado a atuação da IAAF perante os lançamentos, principalmente o lançamento do martelo, que não faz parte da Liga Diamante, tendo um circuito próprio, disputado em meetings menores e com prémios finais muito inferiores à Liga Diamante. Hoje mesmo a russa Mariya Abakumova veio provar a boa forma dos lançadores, ao alcançar a melhor marca mundial do ano no lançamento do dardo. A atleta alcançou os 69.75 metros, aproximando-se da barreira dos 70 metros e caminhando em busca de um recorde pessoal que é quase recorde Mundial (71.99 metros).

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