[MOS13] Ana Cabecinha no top-8 do Mundo

Terça, 13 Agosto 2013
[MOS13] Ana Cabecinha no top-8 do Mundo

Três marchadoras portuguesas estiveram hoje em ação.

Hoje Portugal voltou a ter representação na marcha atlética, com resultados muito aproximados a outras edições de Mundial. 
Hoje a marcha, na distância de 20 quilómetros, teve lugar pela manhã, um hábito para esta disciplina que pela dureza da prova permite melhores desempenhos neste período do dia. Mas hoje o destinou ditou novamente algum calor para esta prova, que fez as atletas sofrerem mais do que seria de esperar.

E a prova nem começou rápida, com as atletas a anteverem as dificuldades finais, apesar de cedo duas marchadoras se terem destacado: a italiana Elisa Rigaudo e a checa Anezka Drahotová. A tentativa de surpresa acabaria por nunca ter tido grande espaço para vingar, porque atrás a portuguesa Inês Henriques impunha o seu ritmo no grupo perseguidor, na tentativa de se aproximar do ritmo de 4.30 minutos ao quilómetro. ” Quando estamos na frente estamos mais expostas”, referenciou Inês Henriques que no momento de transição da prova, nos 40 minutos de prova, quando as russas vieram para a frente do grupo, acabaria por levar a sua primeira falta. Daí para a frente as russas traçaram o destino dos restantes quilómetros, gerando-se três grupos distintos, com as russas a juntarem-se às fugitivas iniciais e com as portuguesas no terceiro grupo, excepto Vera Santos, que cedo ficou descolada das principais atletas.

A Rússia tomaria pouco depois a dianteira de forma isolada, com as presenças da campeã olímpica Elena Lashmanova e ainda de Anisya Kirdyapkina, que na marginal do rio Moscovo faziam as delícias do público presente. A outra representante russa marchava mais atrás e de forma irregular principalmente na última parte da prova, onde de facto fez muitas ultrapassagens, numa recuperação que aparentava espectacular. Tudo isto, não fosse estar a marchar constantemente em suspensão, que lhe valeu na entrada do Estádio Olímpico a desqualificação mais amarga do dia, a cerca de 400 metros do fim. Além da russa, outras importantes marchadoras acabaram desclassificadas: Mirna Ortíz (Guatemala), Lizbeth Silva (México) e Miranda Melville (EUA).

A história das atletas portuguesas acaba por ser dentro da norma do que tem vindo a ser em edições passadas, com a melhor atleta classificada a ser novamente Ana Cabecinha, ela que depois do 7º lugar em Daegu, fez no seu segundo Mundial um oitavo lugar que foi conquistando ao longo dos quilómetros. Andou durante muito tempo com Inês Henriques, numa parceria que se desfazeria a partir do último quarto de prova, momento em que Henriques ao acumular a segunda falta necessitou de baixar o ritmo para não arriscar uma desclassificação. Cabecinha foi em busca de melhor e conseguiu ultrapassar a espanhola Júlia Takács e seguindo um ritmo progressivo, acabaria por se classificar no 8º lugar, com uma marca de boa valia, face ao calor, 1:29.17 hora. ” Fiquei surpreendida com a minha prova porque fiz uma parte final muito rápida e isso não estava nos meus planos”, disse manifestamente feliz a portuguesa, que com o lugar de finalista verá a sua condição de apoio olímpico melhorada. Apesar da fibrose que teve após a Taça da Europa de Marcha, que a fez abdicar do Grande Prémio da Corunha, para Ana Cabecinha o resultado foi de facto positivo.

Sem arriscar mais, até a pedido de Jorge Miguel, o seu treinador, Inês Henriques acabaria por garantir o 11º lugar, cedendo o 10º lugar para a italiana Eleonora Giorgi e controlando depois a distância que ainda possuía para a ucraniana Lyudmyla Olyanovksa. Acabaria com o registo de 1:30.28 hora e conformada com o resultado até ironizou a ultrapassagem de que sofreu no final: ” A atleta italiana passou-me novamente no final, já é a terceira vez que ela me faz isto”.
Tanto Ana Cabecinha, como Inês Henriques são unânimes quanto à desclassificação de Vera Sokolova. ” A chinesa merecia o terceiro lugar porque a russa marchou muito mal na parte final e foi justo”, justificou Ana Cabecinha acerca do abraço que deu à marchadora Hong Liu no final. ” A Vera Sokolova foi justamente desclassificada”, indicou Inês Henriques, que acabou, tal como todas as restantes, por beneficiar desta desclassificação.

Por último a prestação de Vera Santos, que utilizou uma tática assemelhada à usada pelo seu treinador, João Vieira, dois dias antes. De trás para a frente, com a segunda metade da prova mais rápida, Vera Santos esperava uma maior quebra nas atletas da frente, que não veio a acontecer de forma tão determinante como aconteceu na prova masculina. ” O meu objetivo era ficar entre as 16 primeiras, tentar melhor ou igual que o meu pior, o 15º lugar, mas acabei no 17º lugar”, disse Vera Santos, consciente que este é também um resultado da difícil época que teve, após paragem por ”indicação médica”, após os Jogos Olímpicos. Desde fevereiro a marchar melhor, hoje Vera Santos acabou com a marca de 1:31.36 hora.

No final das contas, a prova foi ganha pela campeã olímpica, Lashamanova, com o tempo de 1:27.08 hora, seguida de Anisya Kirdyapkina (1:27.11), com o pódio terminado pela chinesa Hong Liu (1:28.10).

RESULTADOS (20 Km Marcha Fem – Final):
1. Elena Lashmanova (Rússia) – 1:27.08
2. Anisya Kirdyapkina (Rússia) – 1:27.11
3. Hong Liu (China) – 1:28.10
(…)
8. Ana Cabecinha (Portugal) – 1:29.17
11. Inês Henriques (Portugal) – 1:30.28
17. Vera Santos (Portugal) – 1:31.36

Ana Cabecinha

Inês Henriques

Vera Santos

Enviados Especiais: Edgar Barreira (texto) e Filipe Oliveira (fotos)

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