[MOS13] A bombardeira Adams e a flecha Fraser

Segunda, 12 Agosto 2013
[MOS13] A bombardeira Adams e a flecha Fraser

Terceiro dia de campeonatos confirma EUA na liderança.

As finais invadiram o Luzhniki, sem que as bancadas fossem invadidas por público. Valeram as provas que transformaram o tartan num palco de feroz competitividade. 
Ao terceiro dia, já sem relâmpagos e sem chuva, as provas decorreram exclusivamente na pista, na pausa dos eventos de estrada que retomam amanhã, com os 20 quilómetros marcha. As qualificações de manhã e as grandes finais da parte da tarde foram assim dois momentos competitivos bem separados um do outro, quer no tempo, quer na qualidade. Foi o setor feminino a apresentar os melhores resultados…

O que dizer do sucesso de Valerie Adams (Nova Zelândia), que desde 2005 conquista medalhas em Mundiais e que desde 2009 é campeã mundial? Hoje foi a raínha do lançamento do peso, novamente, tendo-se valido do seu terceiro ensaio, onde o seu engenho atingiu 20.88 metros, num concurso quase perfeito, onde esteve cinco vezes acima dos 20 metros. E só outra atleta chegou-se acima dos 20 metros, a alemã Christina Shwanitz, com 20.41 metros. Adams isolou-se, assim, nas mais medalhadas de sempre neste concurso, com a sua quinta medalha em Mundiais.

E o dia não foi feliz para as europeias, nos 100 metros, com Ivet Lalova (Bulgária) a falhar por dois centésimos a final. Assim, cabia a quatro norte-americanas, a duas jamaicanas e a duas africanas (Nigéria e Costa do Marfim) o papel de serem protagonistas na prova mais rápida do dia. Na luta entre Jamaica e Estados Unidos da América, invertiam-se hoje os papéis quanto ao número de atletas, mas não se inverteria a questão relacionada com as medalhas, já que foi a jamaicana Shelly-Ann Fraser-Pryce a chegar mais rápido, com 10,71 segundos, a melhor marca mundial do ano, que ficou a um mero centésimo do recorde dos campeonatos, que pertence a Marion Jones desde 1999. Foi, assim, o recuperar o título que tinha conseguido em 2009, interrompido entretanto pela norte-americana Carmelita Jeter, que viu a medalha reduzida a Bronze, depois de um excelente final de Murielle Ahoure (Costa do Marfim), com 10,93 segundos, um centésimo mais rápida que Jeter.

Já quanto à final de 400 metros femininos, trouxe emoção até ao fim e a dúvida sobre a vencedora seria dissipada entre o favoritivismo de Amantle Montsho (Botswana) e o brilhantismo de Christine Ohuruogu (Grã-Bretanha). Tudo parecia de feição para Montsho, que entrou na reta da meta na liderança, mas uma quebra no meio da reta fez com que fosse sofrendo e pressentindo o forte final de Ohuruogu, que no esticar final roubou o título à atleta que dominou por completo a Liga Diamante durante este ano. O tempo final da britânica seria de 49,41 segundos, um novo recorde britânico que superou nos milésimos a anterior campeã, Montsho. Com a noção do falhanço, Montsho não deixou de expressar o descontentamento, mas Ohuruogu também não deixou de receber um forte abraço da atleta do Botswana. A russa Antonina Krivoshapka acabaria por fazer as delícias da casa, com o terceiro lugar.

Raphael Holsdeppe

Do lado masculino muito se aguardava no salto com vara. O concurso acabou por ser irregular para os melhores, o que provocou muita tensão nos atletas e no público, principalmente porque Renaud Lavilenie (França) estava em Moscovo para conquistar um título que nunca conseguiu alcançar, depois de dois bronzes consecutivos. E no fundo o que aconteceu hoje foi uma melhoria no seu estatuto, passando a vice-campeão mundial, hoje com 5.89 metros, a mesma marca do vencedor, o alemão Raphael Holzdeppe. Mas a diferença situou-se nas falhas e hoje Lavillenie falhou muito, demais para o que é habitual, com quatro derrubes até à fasquia conseguida, contra nenhum derrube do alemão, que já tinha provado o sabor das medalhas anteriormente, bronze no Europeu e nos Jogos Olímpicos.

Hoje aconteceu ainda a final do lançamento do martelo, que trouxe um novo “player” para a lista das medalhas na disciplina, o polaco Pawel Fajdek que teve de dar o seu esforço máximo para chegar à liderança mundial, não só com a medalha de Ouro, mas também com a melhor marca mundial do ano. E tudo se resumiu ao seu primeiro ensaio, onde ditou as regras do concurso, com 81.97 metros, marca que foi inalcançável por qualquer outro. O húngaro Krisztián Pars lançou sempre atrás de um prejuízo que foi no fundo seu, porque só por uma vez ultrapassou os 80 metros, acabando de prata.

Para finalizar o roteiro pelas finais, aquela que trouxe mais rapidez no setor masculino, movida por vários candidatos ao mesmo nível, apesar da lição de velocidade e força dada por David Oliver (EUA), que não deixou de ficar emocionado com o regresso à ribalta, logo com um título nunca antes alcançado por si. Correu nos 13 segundos certos, na prova de 110 metros barreiras nova liderança mundial do ano, a nove centésimos do recorde dos campeonatos, alcançado há 20 anos atrás. Foi, aliás, um grande impulso nas medalhas norte-americanas, com os Estados Unidos da América a não conseguir todo o pódio da especialidade porque o russo Sergey Shubenkov acabaria por chegar ao terceiro lugar, três centésimos mais rápido que Jason Richardson, onze centésimos mais lento que Ryan Wilson.

Além das finais fica a referência a outras curiosidades. No lançamento do disco esteve um dos mais experientes atletas na história dos Mundiais, o lituano Virgilius Alekna, recordista dos campeonatos no lançamento do disco, que desta feita não conseguiu lugar na final. Ausente da final estará também o sul-africano L.J. Van Zyl, mas nos 400 metros, numa prova onde a meia-final teve dois recordistas nacionais: o cazaque Yousef Mashrahi (44,61) e o checo Pavel Maslák (44,84).

Neste momento os EUA lideram na classificação por medalhas, com mais medalhas do que qualquer outro país (seis no total), sendo três delas de Ouro. Jamaica (com 2 Ouros e 1 Bronze) e Grã-Bretanha (com 2 Ouros), seguem-se na classificação. Por pontos, até ao oitavo lugar, os Estados Unidos da América seguem destacados, com 92 pontos, seguidos por Jamaica (42) e Rússia (40), que tem ainda muito próxima a seleção alemã, a somente um ponto. Portugal aparece, até aqui, na 24ª posição na tabela classificativa por pontos.

CAMPEÕES (dia 3):
110 m Barreiras Masc. – David Oliver (EUA) – 13,00
Salto com Vara Masc. – Raphael Holzdeppe (Alemanha) – 5.89
Lançamento do martelo Masc. – Pawel Fajdek (Polónia) – 81.97
100 metros Fem. – Shelly-Ann Fraser-Pryce (Jamaica) – 10,71
400 metros Fem. – Christine Ohuruogu (Grã-Bretanha) – 49,41
Lançamento do peso Fem – Valerie Adams (Nova Zelândia) – 20.88

Valerie Adams

Christine Ohuruogu

DAvid Oliver

Pawel Fajdek

Enviados Especiais: Edgar Barreira (texto) e Filipe Oliveira (fotos)

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