[MOS13] O regresso quente da Maratona ao tartan

Sábado, 10 Agosto 2013
[MOS13] O regresso quente da Maratona ao tartan

Resumo do primeiro dia de competições.

O primeiro dia de competições ofereceu um modelo diferente do habitual, com a Maratona a voltar a terminar dentro do Estádio, mas comum caso quase trágico devido ao calor. A final dos 10 mil metros foi emocionante. 

O primeiro dia de provas deste Mundial de Atletismo mostrou aquilo que já se esperava após a confirmação de uma fraca venda de bilhetes desde início. A pouca afluência de público no estádio, composta pela presença de Usain Bolt na pista e da Cerimónia de Abertura, acabariam por ser motivos para que o Estádio ficasse mais composto. Na prova da Maratona a fraca presença de público acabou por tornar a corrida, já de si quente, numa espécie de deserto competitivo.

E na estrada aconteceu aquilo que podia ser o momento do dia, o que felizmente não veio a acontecer. A prova da Maratona feminina começou com incidente logo aos 16 minutos com Beata Naigambo (Namíbia) a cair inanimada no chão devido ao calor. Desde logo apareceu a heroína do dia, a sul-africana Tanith Maxwell, que ficou alguns momentos junto da atleta até que aparecesse apoio médico. Os 29 graus centígrados que se faziam sentir foram reflexo da realização da prova da Maratona ao início da tarde, num dos dias mais quentes do Verão russo deste ano. A corrida cedo dividiu as atletas que ficaram incluídas em pequenos grupos. Na entrada no espaço competitivo que faz parte do complexo olímpico, tinha já a queniana Edna Kiplagat na frente, fortemente perseguida pela italiana Valeria Straneo (tinha sido oitava nos últimos Jogos Olímpicos e recentemente vencedora da Meia-Maratona nos Jogos do Mediterrâneo). Acabaria por ser a campeã Kiplagat a renovar o título já na pista do Estádio Olímpico de Moscovo, no regresso da Maratona ao tartan, ao nível das grandes competições. A marca de 2:25.44 horas foi, apesar de tudo, uma das mais rápidas na história do evento, inclusivamente mais rápida que a vitória de Kiplagat em 2011. O Japão voltou a imprimir o domínio, com duas atletas no top-4, apesar de ter ficado fora da luta pela Taça do Mundo, após a desistência da japonesa Mizuki Noguchi. Aliás as desistências foram o grande destaque da competição, com 24 desistências no total. A Taça do Mundo acabaria por ficar na mão da Coreia.

Na pista a final desejada era a dos 10 mil metros, prova que tinha em pista alguns dos astros mundiais, apesar da ausência de Kenenisa Bekele. A final acabaria por ser rápida e até muito interessante, com o grupo compacto até bem perto do final da prova. Quando a velocidade era grande, os protagonistas souberam acelerar num grupo que entrou à última volta com sete unidades. Valeu o “esticão” de Mo Farah a dois tempos: ao início e ao fim da última volta. E o estilo já habitual de Farah não deixou dúvidas acerca do resultado final, com o alcance da medalha de Ouro por este atleta que já se tinha sagrado em 2012 campeão olímpico. O atleta subiu, assim, de vice para campeão, depois de em Daegu ter perdido para Ibrahim Jeylan (Etiópia), hoje medalha de prata. Os tempos finais foram aproximados, com 27.21,71 minutos de Farah, contra os 27.22,23 minutos de Jeylan.

Edna Kiplagat

De resto o dia foi de qualificações e da primeira jornada do Decatlo. Uma das provas mais aguardadas era a dos 100 metros masculinos, com a presença de Usain Bolt (Jamaica), hoje muito mais “low profile”, a segurar apenas a sua missão de passar à fase seguinte. Os norte-americanos Michael Rodgers (9,98) e Justin Gatlin (9,99) acabariam mais rápidos na qualificação. Do lado feminino interesse para os 400 metros de Christine Ohuhuogu, que foi destacadamente mais rápida, com 50,20 segundos, mostrando que pode fazer frente a Amantle Montsho (Botswana). No salto em comprimento feminino ia acontecendo surpresa para a líder mundial do ano, a norte-americana Brittney Reese, que se qualificou no limite da repescagem, com pouco característicos 6.57 metros, numa prova onde três atletas chegaram às marcas de qualificação direta: . Shara Proctor (Grã-Bretanha), Blessing Okagbare (Nigéria) e Tori Polk (EUA).

Amanhã o dia já é de mais finais, com seis especialidades onde vão ser atribuídos medalhas de campeões mundiais. Tudo a passar-se na sessão da tarde que começará novamente a sua disputa na estrada, com a realização da prova de 20 quilómetros marcha masculinos.

CAMPEÕES (dia 1):
10000 m Masc - Mo Farah (Grã-Bretanha) - 27.21,71
Maratona Fem - Edna Kiplagat (Quénia) - 2:25.44

Enviados Especiais: Edgar Barreira (texto) e Filipe Oliveira (fotos)

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