Medida tomada após várias críticas.
A cidade de Nova Iorque vive dias complicados, com uma crescente revolta popular, que se veio a manifestar contra a Maratona que a cidade se habituou a aplaudir...mas não num momento de crise tão recente.
A cidade que nunca dorme continua sem dormir e para além dos destroços que Nova Iorque ainda tem por limpar e recuperar, os habitantes e trabalhadores da cidade estão num momento de baixo clima social. Este clima, que se agita num momento em que se está na reta final para a presidência nos Estados Unidos da América, gerou vários sentimentos de revolta contra a realização da Maratona de Nova Iorque. Entre as alegações da população está o desperdício de meios para que o evento se realizasse, nomeadamente bombeiros e polícia que serão úteis na recuperação da cidade.
Foi com esta base de entendimento que o ‘mayor’ da cidade decidiu há minutos pelo cancelamento do evento, que já tinha a presença de alguns milhares de atletas estrangeiros, entre eles os de Elite. Também Dulce Félix já marcava presença no território norte-americano, onde até já tinha emitido uma mensagem a partir de Nova Iorque a pedir o apoio da comunidade portuguesa. ” Não podia permitir que a controvérsia sobre um evento desportivo distraísse a atenção sobre todo o trabalho extremamente importante que se está a efetuar para a recuperação da cidade”, disse Michael Bloomberg, o ‘mayor’ da cidade. Recorde-se que na passada quarta-feira Bloomberg tinha confirmado a realização do evento.
Desde aí a relação da população nova-iorquina com Bloomberg e com os organizadores da prova deteorou-se, com várias mensagens a prestar descontentamento nas redes sociais e com vários ativistas políticos a emitirem mensagens de pudor contra a decisão de manter o evento. Além de ajudar na remoção de destroços e de apoiar iniciativas de recuperação do furacão «Sandy», a organização tinha apelidado a prova como “Corrida para a recuperação”, solicitando donativos para os estragos na cidade. Esta mensagem não deixou de estar presente mesmo após o cancelamento. Mary Wittenberg, diretora do evento, tem agora a difícil missão de dar uma boa resposta a este momento difícil.
A Expo, equivalente a uma feira para os corredores, já estava montada e continuará de pé no dia de amanhã, para acolher participantes que chegarão a Nova Iorque antes mesmo que tivessem conhecimento do cancelamento do evento. Esta é a primeira vez que o evento não se irá realizar desde o seu início, que ocorreu em 1970.
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