Resumo olímpico (dia 3)

Domingo, 05 Agosto 2012
Resumo olímpico (dia 3)

Um recorde olímpico a abrir, outro a fechar.

Hoje o atletismo tinha um dia muito importante na sua exposição em Londres, por um lado com a Maratona feminina, por outro com a final dos 100 metros, ambas as provas com recorde olímpico. 

Hoje as ruas de Londres estiveram condicionadas ao trânsito, numa manhã invadida por espectadores que, não tendo de pagar bilhete de entrada, aproveitaram para sentir o espírito olímpico e nem a chuva desmobilizou...Por outro lado esperava-se que a chuva não atingisse as provas de pista, ao começo de noite, porque hoje a final dos 100 metros era o que mais se aguardava, com ou sem Usain Bolt, mas de preferência com Usain Bolt, ele que foi novamente astro e afinal foi a missão para a qual parece ter nascido...

BOLT E GELANA NOS PÍNCAROS OLÍMPICOS

O dia começou em Londres chuvoso, um dia que mostrou bem o que é a cidade mesmo em tempo de Verão, uma situação que não foi do total agrado das maratonistas que, no entanto, até não praticam as modalidades em que a chuva é mais nefasta. Não estando propriamente frio restou às maratonistas encararem a prova sem enjoarem, porque de facto as curvas a isso se prestavam, um facto que Rosa Mota ainda ontem enalteceu. A corrida foi relativamente lenta, até cerca da meia-maratona, porque aos 24 quilómetros o rumo da corrida transformou-se com o ataque de Edna Kiplagat (Quénia), que ficou de repente numa luta entre Quénia e Etiópia, com três elementos de cada equipa. Mas essa situação foi-se alterando, ou por quebra ou pela ação de ritmo endiabrado da russa Tatyana Arkhipova, que chegando ao grupo da frente tratou de enervar o ritmo desse grupo. Ai ficaria até final e no despique a três, foi melhor no último quilómetro a etíope Tiki Gelana, que impediu o Ouro queniano, com o Quénia a contentar-se com a Prata de Priscah Jeptoo e a russa a fechar o pódio. Além do Ouro de Gelana, ficou um novo recorde olímpico, corrido em 2:23.07 horas, uma boa marca se consideradas as curvas e a competição olímpica, diferente de uma Maratona comercial, sem lebres.

O melhor do dia estava guardado para o fim, para a final dos 100 metros masculinos, depois das meias-finais não terem trazido novidades de maior, exceção feita para a eliminação de Dwain Chambers, mais para desilusão do público da casa, porque chegar aos oito melhores do Mundo é uma tarefa atualmente muito espinhosa. E hoje tudo se enquadrava para finalmente se ter uma final toda ela corrida abaixo dos 10 segundos, porque a valia dos atletas assim permitia pensar. Com a partida a decorrer de forma normal, os oito eleitos sairam todos muito equilibrados, embora cedo fosse Usain Bolt a buscar a luta pela vitória, que deixou de ser luta nos metros finais, com o jamaicano já suficientemente destacado para festejar os 9,63 segundos alcançados, um novo recorde olímpico, por seis centésimos, ainda que não fosse recorde mundial. Com recordes pessoais, seguiram-se o jamaicano Yohan Blake (9,75) e o norte-americano Justin Gatlin (9,79), este último um regressado após o caso de doping que o deixou de fora da modalidade durante vários anos. Ficou de fora das medalhas o outro norte-americano favorito, Tyson Gay, que hoje correu em 9,80 segundos.

Outras das finais do dia, cedo decidida, foi a de triplo salto feminino, que deu a honra de Olga Rypakova (Cazaquistão) de ser a nova campeã olímpica, com 14.98 metros. Este bom registo da atleta de leste realizou-se depois de ontem ter tido dificuldade de aceder à final, salvando-a apenas o último ensaio realizado. Hoje, apesar de também ter sido à terceira que o seu melhor registo apareceu, outro ensaio, o quinto, não deixaria dúvidas aos presentes de quem foi hoje a mais forte, nesse chegando a 14.89 metros. A verdade é que a luta pelas medalhas teria mais história para além do Ouro, com a colombiana Caterine Ibarguen (14.80) e a ucraniana Olha Saladuha (14.79) a dirimirem argumentos até ao último ensaio, que foi decidido por um centímetro apenas.

A final de lançamento do martelo masculino trazia muitas dúvidas sobre quem chegaria ao Ouro, mas o húngaro Krisztián Pars cedo quis demonstrar quem estava ali para reinar e foi ele mesmo, chegando ao terceiro ensaio e fazendo 80.59 metros, depois de já antes ter chegado para lá dos 79 metros. O campeão olímpico, Primoz Kozmus (Eslovénia) tinha de se fazer à vida, mas só ultrapassaria os 79 metros ao quinto ensaio, quando chegou a 79.36 metros, ainda assim suficientes para derrubar o japonês Koji Murofushi (78.71), este último que deve agora dedicar-se à eleição para o Comité de Atletas Olímpicos, onde também é candidata a portuguesa Susana Feitor. Outra das grandes finais da noite era a final dos 400 metros femininos e esta final poderia até ter sido muito querida para o público britânico, já que estava presente a campeã de 2008, Christine Ohuruogu (Grã-Bretanha). Contudo a concorrência era muita e de facto hoje era a noite da norte-americana Sanya Richards-Ross, ela que já se tinha mostrado muito rápida este ano, até nos 200 metros e que demonstrou hoje o seu momento de forma, ganhando em 49,55 segundos. Seguia-se então Ohuruogu (49,70) e depois outra norte-americana a entrar nas contas da medalha, Deedee Trotter (49,72), numa luta apertada com outra das favoritas, Amantle Montsho (Botswana) que terminaria apenas três centésimos depois.

Nos 3000 metros obstáculos tudo dependeria de como decorresse a corrida e ela até não parecia ir de feição para o Quénia, país que ainda buscava a possibilidade de uma medalha de Ouro. Mas acabaria mesmo por ser Ezekiel Kemboi (Quénia) a arrebatar a vitória para o Quénia, festejando na pistas de fora, como já vem sendo hábito. A prova foi ganha em 8.18,56 minutos, contra os 8.19,08 minutos do francês Mahiedine Mekhissi-Benabbad e os 8.19,73 minutos do queniano Abel Mutai. Antes da volta de honra, o francês e o queniano trocaram a camisola e foi mesmo com camisola da França e bandeira do Quénia que Kemboi deu a volta à pista...

POUCAS RONDAS DE QUALIFICAÇÃO, NUM DIA DESTINADO ÀS FINAIS

Foram poucas as rondas de qualificação no dia de hoje e no caso feminino apenas os 400 metros barreira fizeram disputar a primeira ronda. Nesta prova tudo decorreu de forma relativamente normal, apesar de Vania Stambolova (Bulgária) não ter terminado na primeira série, onde quem esteve melhor foi a russa Natalya Antyukh, com 53,90 segundos.

No setor masculino mantiveram-se as principais peças relativas às hipóteses de ida à final, numa qualificação onde nenhum atleta chegou à marca de qualificação direta, obrigando metade dos presentes ainda a ultrapassar a fasquia de 2.29 metros, ficando a restante metade pelos 2.26 metros. Os 1500 metros tiveram em disputa as meias-finais, onde os atletas africanos naturalmente dominaram, com o mais rápido a sair da segunda série, de seu nome Abdalaati Iguider (3.33,99). Nos 400 metros planos os irmãos Borlée conseguiram a final, mas desta vez com Jonathan a consegui-lo apenas por repescagem, vindo o atleta mais rápido da primeira série : Lalonde Gordon (44,58). Na segunda série esteve Oscar Pistorious, que se ficou pelo último lugar, ainda assim felicitado pelos seus colegas e trocando o dorsal com Chris Brown (Bahamas), ele que se apressou a pedir o dorsal ao sul-africano...

CAMPEÕES OLÍMPICOS (dia 3)

MASCULINOS
100 m – Usain Bolt (Jamaica) – 9,63 (recorde olímpico)
3000 m Obstáculos – Ezekiel Kemboi (Quénia) – 8.18,56
Martelo – Kirsztián Pars (Hungria) – 80.59

FEMININOS
400 m – Sanya Richards-Ross (EUA) – 49,55
Maratona – Tiki Gelana (Etiópia) – 2:23.07 (recorde olímpico)
Triplo – Olga Rypakova (Cazaquistão) – 14.98

| Mais


Comentarios (0)add feed
Escreva seu Comentario
quote
bold
italicize
underline
strike
url
image
quote
quote
Smiley
Smiley
Smiley
Smiley
Smiley
Smiley
Smiley
Smiley
Smiley
Smiley
Smiley
Smiley


Escreva os caracteres mostrados


 
< anterior   Seguinte >









facebook atleta-digital rss atleta-digital
 
SRV2