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Ao Nacional de Clubes faltaram marcas individuais.
As prestações individuais foram as que saíram a perder num fim-de-semana em que o vento raramente deixou o atletismo brilhar. (atualizado)
A segunda jornada deste Nacional de Clubes começou com um prolongamento da polémica de ontem, nos 5000 metros…O Sporting apresentaria um protesto sobre a prova dos 5000 metros, que foi aceite e posteriormente o Benfica acabaria por apresentar um contra-protesto para a desclassificação de Bruno Albuquerque, o que viria a ser rejeitado pelo júri de apelo.
O dia de provas acabou por decorrer sem grandes destaques individuais, apesar dos mínimos para o Mundial de Juniores, por parte de Carlos Nascimento (Escola do Movimento) e Marta Pen (Benfica). Nascimento competiu na prova extra dos 100 metros, uma das poucas provas de velocidade em que o vento permitiu a homologação das marcas. A marca de 10,53 segundos fica dentro do mínimo para o Mundial de Juniores, vencendo sobre atletas como Edi Sousa, Aucuiam Lopes, Diogo Antunes, entre outros. Com esta marca Carlos Nascimento é o terceiro melhor português do ano, empatado com Ricardo Monteiro. Marta Pen, nos 800 metros femininos, acabaria por dar tudo pelos mínimos, um dos seus objetivos de época : ”era o principal objetivo há muito tempo e estava difícil de arranjar uma prova assim”. Pen acabaria por correr em contra-relógio, com a marca de 2.07,18 minutos, um novo recorde pessoal, tal como Carlos Nascimento.
A MARCOS CALDEIRA E RASUL DABÓ FALTOU CARIMBAR PARA HELSÍNQUIA
Um dos destaques desta 2ª jornada foi Marcos Caldeira (Benfica), que fez talvez a sua melhor prova de triplo salto de sempre, apenas por culpa do vento. O benfiquista fez três ensaios válidos, com o melhor a ser de 16.84 metros, que seriam mínimo para o Europeu não fosse o vento soprar a 3.7 metros por segundo. O único válido acabaria por ser o segundo, com 16.44 metros, a 16 centímetros do mínimo para Helsínquia, um novo recorde pessoal que promete neste Verão. Também Carlos Veiga (Sporting) esteve num bom momento ao saltar 16.24 metros, também ventosos. Quem também poderia estar perante mínimo (e recorde nacional) era Rasul Dabó, que nos 110 metros barreiras foi destacado vencedor, com 13,62 segundos, tempo não homologado por vento anti-regulamentar. João Almeida (Sporting) foi segundo com 14,08 segundos e João Fontela (CC S. João da Madeira) foi terceiro com 14,21 segundos.
A surpresa da tarde foi a derrota de Arnaldo Abrantes (Benfica) perante David Lima (Sporting), que nos 200 metros foi mais rápido com 20,98 segundos, contra os 21,38 segundos de Arnaldo Abrantes. As marcas não foram homologadas por vento anti-regulamentar. Nos despiques individuais, Paulo Gonçalves (Benfica) venceu no salto em altura por desempate de saltos falhados com Roman Gulyi (Sporting), ambos com 2.12 metros, acima das marcas realizadas anteriormente. Nos 400 metros barreiras o esforço de Jorge Paula (Benfica), que concluiu em 50,88 segundos foi suficiente para deixar para trás João Ferreira (Sporting), atleta que com 53,04 segundos perde, para já, posição no que toca à participação nos Jogos Olímpicos, dado que ambos possuem mínimo ‘B’. A marca de Jorge Paula reforça a sua presença em Helsínquia, no Europeu de ar livre. O maior dos despiques aconteceria nos 3000 metros, onde Rui Pinto (Benfica) e Bruno Albuquerque (Sporting) se voltariam a encontrar. Os dois andaram sempre dentro do pelotão em marcação direta, marcação que ocorreu até final da prova, quando na reta final, hoje sem polémica, Rui Pinto acelerou e festejou efusivamente, pela raiva do protesto não aceite da prova do dia anterior. O vencedor, contudo, foi Bruno Moreira (GD Estreito), que terminou em 8.45,89 minutos. Para finalizar, numa altura em que o Benfica era já campeão, o emblema da Luz acabaria por utilizar uma estafeta de 4x400 metros toda ela sub-23, para a tentativa da queda do recorde nacional de sub-23, mas em vão, finalizando esta equipa, com uma vitória e o tempo de 3.15,04 minutos.
Na 2ª divisão o destaque vai para Carlos Nascimento (Escola do Movimento), que além do resultado da prova extra de 100 metros, fez 21,82 segundos nos 200 metros, novamente aqui com vento anti-regulamentar. Também Daniel Gregório (CA Seia) esteve a bom nível nos 3000 metros obstáculos, ficando à frente de Mário Texeira (Sporting) e apenas batido por Alberto Paulo (Benfica), com o tempo de 8.52,26 minutos. Carlos Calado (GA Fátima) acabaria por executar um só salto na prova do triplo salto, com 14.65 metros, suficientes para a vitória na 2ª divisão.
SPORTING SÓ NÃO VENCEU UMA PROVA NO SEGUNDO DIA
A equipa do Sporting, favorita à partida, acabou por ter facilidade nas vitórias individuais, potenciando uma grande diferença na pontuação coletiva final. No lançamento do dardo Sílvia Cruz (Sporting) conseguiu voltar às suas marcas, apesar de 55.38 metros, marca que já fica a menos de dois metros do Europeu de ar livre.
Uma das provas mais interessantes, como se previa, foi a dos 100 metros barreiras, prova que teve as três melhores atletas nacionais da atualidade : Mónica Lopes (Sporting), Eva Vital (Benfica) e Andreia Felisberto (JOMA). Até mais de meio da corrida a benfiquista liderava, mas melhores pontas finais de Mónica Lopes (13,47) e Andreia Felisberto (13,49) arredaram Eva Vital para terceira classificada, com 13,68 segundos. Nenhuma das marcas foi homologada por causa do vento anti-regulamentar. Tentando lutar pelos Jogos Olímpicos, Patrícia Mamona (Sporting) voltou hoje aos 14 metros, chegando à marca de 14.06 metros, não homologada por pouco (vento soprava a +2.1 m/s). Menos sorte teve Vera Barbosa (Sporting), nos 400 metros barreiras, que corria uma prova rápida, só perturbada pela última barreira da curva, antes da reta, onde acabaria por derrubar e desequilibrar-se, com os 56,76 segundos a saberem a pouco, face à marca para a qual a atleta corria. Irina Rodrigues (Sporting) perturbada ainda pela situação clínica de Bruno Gualberto, acabaria por ter um resultado agradável no lançamento do peso, ao conseguir 14.36 metros.
Mais rápida que na 1ª divisão, Ana Ferreira (GD Estreito) foi destaque na 2ª divisão, com a vitória em 9.28,68 minutos, enquanto que na 1ª divisão Clarisse Cruz (Sporting) não foi além de 9.40,88 minutos.
CAMPEÕES MANTIVERAM-SE E JUVENTUDE VIDIGALENSE ARRANCOU DOIS TERCEIROS...
A disputa pelo pódio da I Divisão acabaria por ter os mesmos intervenientes de há um ano, com os dois primeiros lugares em cada género a fixarem-se. Em masculinos o Benfica, apesar da desclassificação de hoje de Rui Pinto na prova de 5000 metros, após protesto do Sporting, tinha tudo controlado a não ser que algum problema de última hora surgisse, algo que era ampliado se olharmos o domínio do Sporting no setor feminino, onde o risco de perda de campeonato nunca se colocou. À entrada para a última prova dos 4x400 metros, ao contrário de há um ano atrás, a vitória era uma garantia e a festa acabaria por ser mais contida na explosão de vozes a festejar. O Sporting terminava, assim, no segundo lugar, tal como o Benfica ocupou essa posição no setor feminino, em ambos os casos com grande vantagem relativamente à equipa terceira classificada, a Juventude Vidigalense nos dois casos.
”Houve dois campeonatos, o Sporting ganhou um e perdeu outro”, disse Abreu Matos, o primeiro a reagir, lamentando quer os acidentes da 1ª jornada, com várias lesões, quer os incidentes do campeonato, que no setor masculino ficou marcado pela prova de 5000 metros de ontem. Com o seu habitual fair-play, Abreu Matos considerou que ”O Sporting ganhou com autoridade em femininos e o Benfica ganhou com merecimento em masculinos”.
Contente, Ana Oliveira, responsável pelo atletismo benfiquista, mostrava-se ressentida com a decisão do juri de apelo relativamente aos 5000 metros. ”Somos bicampeões no setor masculino com justiça e não basta ter talento e mérito. É preciso lutar com muitas adversidades...”, disse Ana Oliveira que considerou a atuação dos atletas muito positiva, hoje apenas interrompida pelo resultado de Arnaldo Abrantes: ”Não estávamos à espera da derrota nos 200 metros!”.
Nota para a mensagem de melhoras de Bruno Gualberto, mostrada pelas duas equipas da Juventude Vidigalense que subiram ao pódio coletivo. O atleta leiriense já se encontra estabilizado e deverá agora manter-se no Hospital de Santa Maria para verificação da sua situação clínina e para explicar o que ninguém na pista terá percebido, mesmo após revistas imagens da transmissão vídeo que a FPA fez do evento. No final as taças dos campeões que foram entregues pelo presidente da FPA, Fernado Mota, estavam trocadas, o que motivou a sua troca entre os responsáveis do Benfica e Sporting.
Na 2ª divisão as vitórias foram relativamente confortáveis por parte da ADREP (no setor femininos) e do CA Seia (no setor masculino). A maior das lutas acabaria por ocorrer no setor feminino, com o terceiro e quarto lugares a ficarem separados por meio ponto, beneficiando a equipa setubalense do GR Quinta da Lomba.
RESULTADOS (I Divisão)
Masculinos :
200 – David Lima (Sporting CP) – 20,98 (v. +2.7 m/s)
800 – Miguel Moreira (SL Benfica) – 1.52,45
3000 – Bruno Moreira (GD Estreito) – 8.45,89
3000 Obst. - Alberto Paulo (SL Benfica) – 8.46,02
110 Barr. – Rasul Dabó (SL Benfica) – 13,62 (v. +2.5 m/s)
400 Barr. – Jorge Paula (SL Benfica) – 50,88
Altura – Paulo Gonçalves (SL Benfica) – 2.12
Triplo – Marcos Caldeira (SL Benfica) – 16.84 (v. +3.7 m/s)
Martelo – Dário Manso (Sporting CP) – 69.57
Disco – Marco Fortes (SL Benfica) – 50.19
4x400 – SL Benfica (Paulo Pinto,José Miranda, Fábio Gonçalves,Bruno Fernandes) – 3.15,04
Coletiva – SLB (154), SCP (144), JV (94), GS-RC (88), CCSJM (84), CSM (73), CABB (59), GDE (57)
Femininos :
200 – Carla Tavares (Sporting CP) – 24,05
800 – Marta Pen (SL Benfica) – 2.07,18
3000 – Clarisse Cruz (Sporting CP) – 9.40,88
100 Barr. – Mónica Lopes (Sporting CP) – 13,47 (v. +2.8 m/s)
400 Barr. – Vera Barbosa (Sporting CP) – 56,76
Vara – Leonor Tavares (Sporting CP) – 4.10
Triplo – Patrícia Mamona (Sporting CP) – 14.06 (v. +2.1 m/s)
Peso – Irina Rodrigues (Sporting CP) – 14.36
Dardo – Sílvia Cruz (Sporting CP) – 55.38
4x400 - Sporting CP (Vera Barbosa, Cátia Azevedo, Cátia Nunes, Joceline Monteiro) – 3.39,63
Coletiva – SCP (164), SLB (127), JV (99.50), CSM (91), JOMA (80), GCAD (67), GRECAS (62.50), GS-RC (62)
RESULTADOS (II Divisão)
Masculinos :
200 – Carlos Nascimento (Escola Movimento) – 21,82 (v. +2.6 m/s)
800 – Mário Mendes (GA Fátima) – 1.53,04
110 Barr – José Gomes (CF Belenenses) – 15,40 (v. +3.4m/s)
400 Barr – Rodolfo Varela (CA Seia) – 54,99
3000 – Marco Pinto (CA Seia) – 8.49,98
3000 m Obstáculos – Daniel Gregório (CA Seia) – 8.52,26
Altura – Filipe Grilate (CF Belenenses) – 1.96
Triplo – Carlos Calado (GA Fátima) – 14.65
Martelo – Sérgio Coelho (CA Seia) – 45,00
Disco – Ricardo Freitas (GRECAS) – 44.04
4x400 – GRECAS (Tiago Cipriano, Rui Matos, Adelino Silva, Sérgio Silva) – 3.27,94
Coletiva – CAS (124), GRECAS (113), GAF (101), ESCMOV (89), CFB (89), ADRAP (84), CCDR (80), GRQL (66)
Femininos :
200 – Verónica Cardoso (GR Quinta Lomba) – 25,86 (v. + 2.7 m/s)
800 – Andreia Jesus (ACR Sra. Desterro) – 2.17,35
3000 - Ana Ferreira (GD Estreito) – 9.28,68
100 Barr – Olýmpia Barbosa (GR Quinta Lomba) – 15,10 (v. +2.3 m/s)
400 Barr – Joana Soares (A. Jardim Serra) – 66,30
Vara – Januária Pereira (A. Jardim Serra) – 3.38
Triplo – Marta Costa (GD Estreito) – 11.99
Peso – Cristina Ferreira (A.Jardim Serra) – 10.79
Dardo – Marisela Silva (GD Estreito) – 41.94
4x400 – ADRE Palhaça (Daniela Urbano, Sara Barreto, Andreia Santos, Ana Pinto) – 4.11,77
Coletiva – ADREP (118), GDE (103.50), GRQL (99.50), AJS (99), ACRSD (96), CASM (73), CAMG (73), ESMOV (65)
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Nascimento e Pen com mínimos
Enviado Especial : Edgar Barreira (texto e fotos)
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Então na 2ª Divisão é o deserto total.
Vamos desistir e fiquem sós com o sporting e benfica.
na final dos 100m (FEM)onde a Andreia e a Tânia estiveram muito bem, embora o vento tenha estragado quase todas as provas.Os 200m (Fem) tb houve luta até ao fim nas primeiras quatro. Os 400m planos (FEM) estão a evoluir no bom sentido. Neste momento temos já quatrocentista com alguma performance e outras estão a construir-se. Além dos miúdos Carlos Nascimento e Marta Pen que deram nas vistas! outros estão já a sobressair! Não falo tanto dos masculinos porque me pareceu que não estiveram tanto ao seu melhor nível!
Parabéns a todos os atletas que dão o seu melhor, porque é tão difícil ser atleta em Portugal. (diga-se Atletismo).
FPA: para quê manter uma 3ª divisão quando nao existe um acompanhamento devido??? se por algum azar um dia slb ou scp disputarem a 3ª divisão serão mantidos os mesmo criterios?
para quê 5 zonas de apuramento, se na final todos sabem que existem clubes que nao vão participar???
Atleta digital e imprensa desportiva: todos sabemos que as 1ªs e 2ªs divisões provocam maior foco de interesse e um conjunto mais significativo de resultados, é indiscutivel...mas nao serão uns campeonatos de clubes de 1ª 2ª e 3ª divisões? com 8 clubes cada??? onde estão esses clubes referenciados??? clubes que de certeza competiram dentro das suas capacidades noutros tipos de campeonatos que nao o scp e slb, mas que nao deveria ser descuidado o seu esforço dentro da pista...ou nao será esta uma modalidade que da valor a todos???
pela 1ª vez vejo-me capaz de criticar o atleta digital (e nao só
se eu nao estivesse dentro da modalidade diria que so competiram 2 clubes...