Taça do Mundo de Marcha (2002) - Turim (Itália)

Segunda, 07 Maio 2012


Turim, uma das mais industrializadas e ricas cidades do norte de Itália, foi palco, em 2002, da 19.ª da Taça do Mundo de Marcha. Desde a 3.ª edição, realizada em 1965, em Pescara, que a competição não visitava a Itália. Levada a efeito no final da temporada competitiva e, para os nossos marchadores, a equivaler, de facto, ao começo da época, a prova passou a ser marcada pela disputa em anos pares, e daí o interregno de três anos, após Mézidon-99.

A competição, realizada bem no centro da cidade, com um número recorde de países participantes (51), e perante numeroso e entusiástico público, teve um dos momentos mais brilhantes e emocionantes alguma vez vividos em competições do género: a parte final dos 20 km femininos. A 400 metros do fim, disputavam freneticamente a vitória, a italiana Alfridi e as russas Ivanova e Fedoskina. À espera, junto à meta, encontrava-se a mãe de Erica Alfridi. Não se sabe como, nem porquê, de repente, a senhora Alfridi rompe o cordão de segurança e, no meio dos oficiais que nunca a questionaram, espera e grita pela sua filha correndo para a abraçar mal corta a meta, vitoriosa após vigoroso "sprint". Ivanova ficou a apenas dois segundos e Fedoskina, a quatro.

Nas outras provas do programa, há que assinalar o esmagador triunfo coletivo da Rússia em todas as provas e as vitórias individuais de Jefferson Pérez (Equador), nos 20 km, e de Aleksey Voyevodin (Rússia), nos 50 km.

Para a representação portuguesa, as prestações individuais e no plano coletivo foram positivas, com a seleção a alcançar os melhores resultados de sempre, o 7.º lugar nos 20 km masculinos e, também, nos 20 km femininos, assim como a 9.ª posição na prova masculina dos 50 km. João Vieira (11.º), Augusto Cardoso (22.º), António Pereira (49.º), nos 20 km, Pedro Martins (32.º), Luís Gil (41.º), Gonçalo Fonseca (45.º) e José Magalhães (48.º), nos 50 km, Susana Feitor (14.ª), Inês Henriques (23.ª), Vera Santos (36.ª), Maribel Gonçalves (40.ª) e Sofia Avoila (43.ª), nos 20 km, compuseram a equipa nacional.

O enquadramento técnico coube a Luís Dias, à época técnico nacional de marcha, que também chefiou a delegação portuguesa, e a Jorge Miguel (treinador dos atletas de Rio Maior) e António Góis (treinador da então muito promissora atleta madeirense Maribel Gonçalves). Pedro Branco (médico) e José Urbano (massagista) integraram a comitiva oficial.

Augusto Cardoso, o marchador que mais vezes representou Portugal em Taças do Mundo, descreve-nos as suas impressões: "Foi uma experiência diferente das anteriormente vividas por mim. O circuito, citadino, se bem que atrativo para quem estivesse a assistir e muito agradável à vista pelos belos monumentos à sua volta, constituiu obstáculo de monta em termos técnicos na medida em que tivemos de marchar em piso escorregadio e zonas de “paralelo” com o asfalto, na sua maior parte, formado por lajes. Mesmo assim, e atendendo a que eu estava a iniciar a época, considero que realizei uma boa prova, num agradável tempo final de 1.27.07. O ambiente foi bom. Gostei da cidade. O local onde ficámos alojados tinha um cenário maravilhoso de onde se podia vislumbrar os alpes italianos, cobertos de neve.”

Blog O Marchador

| Mais
Comentarios (0)add feed
Escreva seu Comentario
quote
bold
italicize
underline
strike
url
image
quote
quote
Smiley
Smiley
Smiley
Smiley
Smiley
Smiley
Smiley
Smiley
Smiley
Smiley
Smiley
Smiley


Escreva os caracteres mostrados


 
< anterior   Seguinte >









facebook atleta-digital rss atleta-digital
 
SRV2