[WIC12] Mundial fecha com EUA a dominar

Domingo, 11 Março 2012
[WIC12] Mundial fecha com EUA a dominar

Faltaram recordes neste último dia.

O último dia deste Mundial de pista coberta teve boas disputas individuais, mas ficou a falar a cereja no topo do bolo, o recorde do Mundo… 

Talvez os resultados dos últimos dois dias tenham deixado os amantes da modalidade mal habituados, já que em cada um dos dias caíra um recorde mundial. Desta vez o terceiro dia, onde o recorde até poderia ter aparecido, não foi dia de recordes do Mundo, antes sim um dia em que se definiram os campeões do Mundo, em algumas provas com bastante interesse competitivo.

BRITTNEY REESE DEVOROU RECORDE DOS CAMPEONATOS

A norte-americana é conhecida por ser uma das responsáveis por não permitir a portuguesa Naide Gomes chegar à medalha de Ouro, mas hoje foi mais que isso, por ser imperial, embora no seu último salto. O concurso, após os primeiros dois saltos, até lhe foi correndo de feição, quando ao terceiro ensaio chegou a 6.82 metros, logo ampliados para 6.92 metros na tentativa seguinte. Esta marca acabaria por, na última tentativa, ser posta em risco pela sua compatriota Janay DeLoach, com 6.98 metros. A resposta foi pronta e no último ensaio, quando já ninguém poderia achar que força interna restasse a Reese, heis que um hino ao atletismo saio da tábua de chamada…A norte-americana pulou 7.23 metros, a terceira melhor marca mundial de sempre, a 14 centímetros do recorde do Mundo, deixando para trás muitas das marcas atingidas na antiga URSS, passando também a ser novo recorde norte-americano.

Na entrevista final a americana voltou a referir o seu lema SFT : “See it, Feel it e Trust it”. Considerou ainda Istambul um local especial para a sua carreira e “agora irei lutar para o Ouro olímpico”, considerou. A final voltou a ter um nível bastante interessante, com Janay DeLoach (EUA) a chegar ao segundo lugar, com 6.98 metros e a britânica Shara Proctor a alcançar os 6.89 metros, um novo recorde britânico, atletas que fizeram esquecer um outro grande astro mundial, a russa Darya Klishina (4ª com 6.85 metros).

Will Claye

CINCO MELHORES MARCAS MUNDIAIS PARA TRÊS CONTINENTES DIFERENTES

Além de Brittney Reese (EUA), outros três provas tiveram hoje a melhor marca mundial do ano : Will Claye (EUA), Pamela Jelimo (Quénia) e a estafeta de 4x400 metros femininos (Grã-Bretanha). O mal foi distribuído pelas “aldeias”…

Na prova do triplo salto masculino uma reedição do domínio norte-americano em Daegu, no Mundial de ar livre, em 2011, desta feita com uma inversão. Will Claye, líder do ano, marcou a sua supremacia com uma vitória de 17.70 metros, depois de ao quarto ensaio responder aos 17.63 metros alcançados pelo campeão do Mundo (ar livre) Christian Taylor. Sem a presença de alguns dos nomes sonantes que ontem tinham ficado na qualificação, tudo ficou mais simples para alguns atletas, entre eles o russo Lyukman Adams, que foi medalha de bronze com 17.36 metros. Para Claye a vitória foi importante, mas a sua fé em Deus, fê-lo correr com a bandeira norte-americana e…com a Bíblia!

Nos 800 metros femininos, depois de como junior ter dominado a distância, voltou Pamela Jelimo, uma prova deserdada de qualquer campeã das últimas competições e que precisava de uma campeã do Mundo rápida para trazer o sucesso a esta prova. A final foi, aliás, benéfica para a maioria das atletas, com as quatro primeiras atletas a chegarem aos recordes pessoais. Com 1.58,83 minuto, Jelimo leva de Istambul um Ouro ao peito, seguida pela ucraniana Nataliia Lupu (1.59,67) e pela norte-americana Erica Moore (1.59,97). Ficaram de fora dos recordes pessoais as duas atletas russas, que terminaram nos lugares seguintes. Na prova masculina vitória do etíope Mohammed Aman (1.48,36) num restante pódio europeu, onde não constou o campeão Adam Kszczot (4º).

Veronica Campbell-Brown

Na prova de 60 metros femininos , Veronica Campbell- Brown (Jamaica) teve de sofrer para tentar chegar à meta no primeiro posto, com a “prova da sua vida” da atleta da Costa Rica, Murielle Ahoure (7,04 segundos), um novo recorde nacional que quase colocava em perigo o Ouro para a Jamaica em provas de velocidade. Ambas beneficiaram da desclassificação, por falsa partida, de uma das favoritas, LaVerne Jones-Ferrette (Ilhas Virgem), na meia-final. Os 7,01 segundos passaram a melhor marca mundial do ano, com os Estados Unidos da América a ter uma medalha de bronze através de Tianna Madison (7,09).

A estafeta dos 4x400 metros femininos, perto do final deste último dia, acabaria por ter uma seleção britânica, que parece apostada em querer vingar em Londres, nos Jogos Olímpicos, chegou também a uma natural melhor marca mundial do ano, com o registo de 3.28,76 minutos, numa disputa muito próxima com os EUA (3.28,79) e com a Rússia a contentar-se com o bronze (3.29,55). A vitória britânica acabou por ser consagrada também no setor masculino, depois de a seleção norte-americana ter sido desclassificada por entrega fora da zona de transmissão. Para além do mais também os fotógrafos acabaram por sofrer com esta transmissão, depois da queda do primeiro norte-americano, após a primeira transmissão! Até ao momento da notícia, os EUA têm um protesto ainda em decisão…

DA POLÉMICA DOS 3000 METROS AO BRILHO EMANADO POR ISINBAEVA

Sem que a marca conte muito, é impossível não referenciar um dos momentos mais importantes da competição, o salto com vara feminino. Com todas as suas adversárias a sucumbirem após conseguirem 4.70 metros, altura em que Yelena Isinbaeva (Rússia) começou o concurso, tudo se perspetivava para um recorde mundial, depois da varista russa ter chegado a 5.01 metros antes deste Mundial. Dos 4.70 metros a russa passou para 4.80 metros, antes de tentar os 5.02 metros. Acabaria por não passar e não oferecer o recorde ao público presente… Com Holly Bleasdale (Grã-Bretanha) condicionada, os 4.70 metros não lhe terão servido, mas serviram na perfeição à francesa Vanessa Boslak, que ainda viu a sua mara tremer a 4.70 metros, marca que viria a ser recorde nacional. Não esteve presente a norte-americana Jennifer Suhr. No momento do pódio, o pedido de autógrafos “choviam” para Isinbaeva, que foi das atletas que mais conquistou o público turco…

Yelena Isinbaeva

A polémica nos 3000 metros masculino acabou por ser maior que a dos 4x400 metros masculinos, desta feita com dois sentidos de decisão diferentes, por protestos diferentes. Ao longo da final o que se perspetivava era uma luta entre Bernard Lagat (EUA) e Mo Farah (Grã-Bretanha), mas a correr mal taticamente a Mo Farah restava uma boa ponta final, sempre “acotovelada” por Edwin Soi (Quénia), fazendo lembrar a final de ontem dos 1500 metros. Num primeiro momento ninguém foi desclassificado, num segundo momento Soi foi desclassificado, mas mais tarde a regra de obstrução que tinha sido alegada acabou suspensa, com tudo a voltar ao inicialmente estipulado. Assim Farah ficou fora do pódio, vendo ordenada a classificação por Bernard Lagat (7.41,44), Augustine Choge (7.41,77) e Edwin Soi (7.41,78), como se de uma final de velocidade se tratasse, ao photo-finish…Nos 3000 metros femininos venceu a queniana Hellen Obiri (8.37,16), que foi mais forte na última volta que a etíope Meseret Defar (8.38,26), roubando o “pão da boca” de voltar ao título, pela quinta vez consecutiva. A etíope Gelete Burka acompanhou Defar no pódio, dando protagonismo à Etiópia.

Entre Aries Merrit (EUA) e Liu Xiang (China) esperava-se uma luta na final, até porque a ausência de Dayron Robles assim o permitia pensar. E assim foi, apesar do ligeiro favoritismo do chinês não ter funcionado a seu favor na final, perdendo algum espaço no meio da prova, aproveitado por Merrit, que venceu em 7,44 segundos, menos cinco centésimos que o chinês. Com recorde pessoal, Pascal Martinot-Lagarde (França) terminou em 7,53 segundos.

Aries Merrit

Talvez a maior surpresa de todos tenha chegado através de Dimitrios Chondrokoúkis (Grécia), um jovem atleta que leva de Istambul a sua primeira grande medalha internacional enquanto senior. Os 2.33 metros obtidos à primeira ditaram o seu Ouro, face ao mesmo número de derrubes do russo Andrey Silnov, que falhou na sua primeira tentativa a esta altura, com nenhum dos dois a chegar aos 2.35 metros. A dois centímetros ficariam outros seis atletas, com o desempate a favor do outro russo, Ivan Ukhov.

Enviados Especiais : Edgar Barreira (texto), Filipe Oliveira (fotos) e Marcelo Silva

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