[WIC12] Ashton Eaton foi ao recorde

Sábado, 10 Março 2012
[WIC12] Ashton Eaton foi ao recorde

Segundo dia encheu as bancadas.

Um bom segundo dia de competições trouxe de novo as provas combinadas à ribalta, mas também vários factos interessantes. 

Este segundo dia de provas não ficou atrás do dia de ontem, que já tinha oferecido ao público de Istambul o recorde mundial de Dobrynska. Hoje, com mais finais, as bancadas encheram-se, com cerca de cinco mil espetadores e muita emoção à mistura, não só pela presença dos melhores atletas internacionais, mas também pela presença de atletas turcos nas finais.

EATON REPETIU O FEITO DO RECORDE PARA AS PROVAS COMBINADAS

Definitivamente se há setor que se destacou nestes Mundiais foi o das provas combinadas, um dia depois de Dobrynska ter feito história. Ashton Eaton (EUA), já se sabia, era o grande favorito à vitória no Heptatlo, maior se tornava a dúvida se conseguiria, pelo terceiro ano consecutivo, bater o recorde mundial. Eaton fez um Heptatlo muito melhor que o do ano passado, em Tallin, com melhoria em cinco delas (6,79 segundos nos 60 metros, 8.16 metros no salto em comprimento, 14.56 metros no lançamento do peso, 2,03 no salto em altura e 2.32,77 minutos nos 1000 metros), igualando os 5.20 metros do salto com vara e por último só esteve pior na prova de 60 metros barreiras (7,68 segundos). E nos 1000 metros, de facto, tudo pareceu simples para o norte-americano que brilhou em toda a extensão.

” Ao vir para a competição eu sabia que podia bater o recorde do Mundo. A competição foi estável, não fiz nenhuma disciplina propriamente mal. É um bom começo para esta época e agora irei preparar os trials para os Jogos Olímpicos, que são bastante competitivos”, disse Easton no final.

Muito longe vieram os seus adversários, com Oleksiy Kasyanov (Ucrânia) a situar-se no segundo lugar do pódio, com 6071 pontos, ficando o terceiro lugar para Artem Lukyanenko (Rússia).

Nery Brennes

BRENNES, LAVILLENIE E PEARSON FORAM DESTAQUES DO ANO

Entre os destaques do dia, Nery Brennes (Costa Rica) foi dos que mais brilhou, para além do recorde do Mundo de Eaton. O quatrocentista libertou-se finalmente do 4º lugar que alcançou em Valência (2008) e Doha (2010), para hoje conquistar finalmente uma medalha, e logo a de Ouro. O atleta acabaria por se destacar de todos os restantes com o registo de 45,11 segundos, numa prova onde a principal desilusão foi Kirani James (Granada), apenas sexto na final, depois de um ano em que foi líder e com o estatuto de campeão mundial ao ar livre. A campeã feminina foi Sanya Richards-Ross, com 50,79 segundos, quase um segundo de vantagem sobre a russa Aleksandra Fedoriva.

Ainda nos homens, Renaud Lavillenie (França) foi outro dos destaques do dia, com a melhor marca mundial do ano no salto com vara, num concurso interessante e tático por parte do seu mais direto adversário, Brad Walker (EUA). Até 5.80 metros chegaram três atletas, além dos dois anteriores, o alemão Bjorn Otto, que optou por fazer a terceira tentativa a 5.80 metros, falhando, enquanto o americano prescindiria até aos 6.00 metros, altura que tentou uma única vez, sem efeito. O forte cumprimento entre Walker e Lavillenie seria no sentido da progressão do francês, mas este ficou-se pelos 5.95 metros, não ultrapassando a fasquia a 6.02, que seria recorde dos campeonatos.

A fazer o “terror” às suas adversárias, nos 60 metros barreiras, Sally Pearson (Austrália) foi a atleta que imperou, com a melhor marca mundial do ano. Nas rondas anteriores já tinha mostrado a sua valia no seu regresso à pista coberta, mas desta vez tentou o melhor registo possível e obteve-o com 7,73 segundos, a um centésimo do recorde dos campeonatos. Este foi um cenário bastante distinto das suas adversárias, com o pódio a ser completado com Tiffany Porter (7,94) e Alina Talay (7,97). Nesta final destaque ainda para o recorde nacional da Lituânia por parte de Sonata Tamosaityte (8,03).

Renaud Lavillenie

JUSTIN GATLIN CUMPRIU A MISSÃO DE VOLTAR A COLOCAR EUA NO TOPO DA VELOCIDADE

O norte-americano Justin Gatlin, depois de uma suspensão por doping com uma duração de oito anos, fez hoje a sua redenção na prova dos 60 metros planos. Com uma postura muito diferente de antigamente, a avaliar pelas declarações produzidas, o norte-americano fez hoje um pouco de história, já que desde 2003, o ano em que venceu esta prova, os Estados Unidos da América não venciam a prova dos 60 metros. Esta situação a juntar ao poderio jamaicano no ar livre tem levado a uma certa estagnação da velocidade norte-americana. Hoje os 6,46 segundos, curiosamente a mesma marca de 2003, fez de Justin Gatlin um cumpridor de uma missão importante para o ânimo dos norte-americanos e isso mesmo é visível no gesto “Yes Sir!” de Gatlin, no final da prova. Atrás de si ficaram o jamaicano Nesta Carter (6,54) que foi impotente ao poder de Gatlin, enquanto Dwain Chambers, campeão em 2010, ficou-se pelo terceiro lugar, com 6,60 segundos.

Valerie Adams

DA QUASE DESPERCEBIDA VALERIE ADAMS AO INSUCESSO DA ALTURA FEMININA

Entre altos e baixos, outro dos destaques deste dia foi a luta entre Nadzeya Ostapchuk (Bielorrússia) e Valerie Adams (Neo-Zelândia), na prova de lançamento do peso. Atletas com hábito de lutar acima dos 20 metros, fizeram-no de novo e com poucos centímetros de diferença. Adams, que liderou desde o segundo ensaio, nunca mais largou essa posição, apesar de melhorar ao último ensaio, com a bielorrussa a correr sempre atrás de um prejuízo que nunca corrigiu. A marca de 20.54 metros acabou por ser um bom registo para a atleta, que ampliou o seu recorde do continente australiano. A 12 centímetros ficou a bielorrussa. A festa do lançamento do peso acabaria ofuscada pela realização da final dos 1500 metros, onde estava um atleta turco em pista, com a atleta a não dar a tradicional volta à pista.

Também disputada foi a prova do salto em comprimento, com os três primeiros classificados a terminarem separados por um centímetro (!). Num concurso quase sempre liderado pelo russo Aleksandr Menkov, acabaria por ser só a partir do quinto ensaio que tudo se disputaria. Mauro Silva (Brasil), que já tinha demonstrado estar bem na qualificação, pulou 8.23 metros, marca respondida por Henry Frayne (Austrália) exatamente com os 8.23 metros, novo recorde australiano. No desempate vencia aqui o brasileiro, mas Menkov venceria no último ensaio, se o bater na tábua não o atraiçoasse, ficando-se pelos 8.22 metros, no terceiro lugar.

Entre as restantes surpresas, a britânica Yamilé Aldama acabou vencedora no triplo salto, com 14.82 metros, derrubando os principais pesos pesados mundiais e afirmando-se como candidata a algo nos Jogos Olímpicos deste ano.

Do lado da desilusão, o concurso de salto em altura. Nenhuma das atletas acabaria por ultrapassar sequer os 2 metros e com a favorita Anna Chicherova (Rússia) a não ir além do terceiro lugar, com 1.95 metro, a mesma marca de outras cinco atletas, inclusivamente a segunda classificada Antonietta Di Martino. A vitória acabaria na mão da norte-americana Lowe Chaunté, depois do terceiro lugar de Doha, com 1.98 metro.

A final dos 1500 metros tiveram vitória de atletas africanos. No setor feminino essa vitória recaiu para Genzebe Dibaba (Etiópia), com 4.05,78 minutos, enquanto que no setor masculino a vitória pertenceu a Abdalaati Iguider (Marrocos), com 3.45,21 minutos. Em ambos os casos a Turquia obteve duas medalhas, Asli Alptekin (Bronze), com novo recorde nacional e Ilham Ozbilen (Prata), este não com recorde nacional mas com uma conduta ligeiramente anti-desportiva, obstruindo o espaço daquele que acabaria por vir a ser o campeão.

Nas qualificações, ficaram as desilusões de Arnie Girat, Marian Oprea e Sheryf El-Sheryf não terem passado à final. Nos 60 metros barreiras masculinos a principal ausência na meia-final será a de Evgeniy Borisov. Nos 800 metros masculinos “caíram” na qualificação os atletas António Reina, Boaz Lalang e Marcin Lewandowski, este último por queda literal quando faltava uma volta para o fim. A desilusão nacional, turca, foi a de Karin Mey Melis, que não passou da qualificação na prova de salto em comprimento.

Mauro Costa

NORTE-AMERICANOS LIDERAM AS MEDALHAS

Ao segundo dia os Estados Unidos da América lideram na tabela de medalhas da competição. Com oito medalhas (5 de Ouro e 3 de Bronze) os americanos são já destacados líderes, com a Grã-Bretanha em segundo lugar, com 4 medalhas e a Austrália em terceiro lugar, em igualdade, no número de medalhas, com Marrocos e Ucrânia.


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Enviados Especiais : Edgar Barreira (texto), Filipe Oliveira (fotos) e Marcelo Silva

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