[WIC12] Recorde para Dobrynska

Sexta, 09 Março 2012
[WIC12] Recorde para Dobrynska

Primeiro dia com resultados interessantes.

O primeiro dia mostrou que este campeonato promete e com Dobrynska a tornar-se rainha das provas combinadas 

Não se pode considerar que este tenha sido um mau primeiro dia, porque no arranque destes campeonatos, com uma só final e o final da prova do Pentatlo, as marcas trouxeram esperança de fazer esquecer anteriores edições.

WHITTING FOI UM PERFEITO SUBSTITUTO DE CANTWELL

Com o lançamento do peso a ser das primeiras qualificações realizadas, como normal os atletas estiveram longe dos melhores registos, mas sem esquecer que os três primeiros qualificados lançaram acima dos 21 metros (David Storl com 21.43 metros, Reese Hoffa com 21.21 metros e Tomasz Majewski com 21.17 metros). Aqui o destaque, pela surpresa, ia para o argentino Germán Lauro, que bateu o recorde sul-americano do lançamento do peso, com 20.40 metros. Nesta altura a maior das desilusões, pela não qualificação, era Dylan Armstrong (Canadá), que não foi além de 19.84 metros (!). O português Marco Fortes, já se sabe, não obteve qualificação para a final e ficou a um centímetro de Armstrong.

Como prova clara de que a qualificação pode ser um barómetro do que será a final, mas apenas em termos estatísticos, Ryan Whiting (EUA) foi o mais forte na final, depois de uma qualificação em que bem podia não ter obtido a qualificação. O norte-americano abriu bem, com 21.59 metros, mas não melhorando até ao quinto ensaio. Aqui eram Storl e Majewski a protagonizarem um autêntico espetáculo, digno de se ver. Até que Whitting decidiu “disparar” a 22 metros no quinto ensaio, um lançamento que acabaria por não ter qualquer resposta dos seus adversários e que quase era ampliado à sexta tentativa, quando obteve 21.98 metros. Os três do pódio acabariam felizes pela prova em Istambul, já que Whitting alcançou o Ouro com a melhor marca mundial do ano, Storl obteve um novo recorde pessoal e Majewski um novo recorde nacional.

”Eu estabeleci um marco que era chegar aos 22 metros e agora sei que é mais fácil chegar a este tipo de marcas” disse naturalmente contente Whiting que depois de falhar Pequim (por ter tido uma fratura), esperará estar em Londres e obter um bom resultado.

Ryan Whiting

DOBRYNSKA BATEU RECORDE DE 20 ANOS

Seria difícil de prever que Nataliya Dobrysnka (Ucrânia) obtivesse o Ouro, face ao domínio que Jessica Ennis (Grã-Bretanha) tem imposto nas provas combinadas mundiais, mas seria mais improvável ainda pensar num recorde do Mundo que há 20 anos estava na mão de Irina Belova. Dobrynska, cuja única prova em que superou o seu recorde pessoal foi somente os 800 metros (2.11,15 minutos). O segredo de Dobrynska foi a sua regularidade e das cinco provas em que participou, três foram acima do milhar de pontos (8,38 segundos nos 60 metros barreiras, 1.84 metro no salto em altura e 6.57 metros no salto em comprimento), com as outras duas bem acima dos 900 pontos (16.51 metros no lançamento do peso e os 2.11,15 minutos nos 800 metros). Totalizou, deste modo, 5013 pontos. Contra isto nem o recorde nacional de Jessica Ennis (Grã-Bretanha) , de 4965 pontos serviu para que chegasse ao Ouro. Também com recorde nacional Austra Skujyte (Lituânia) chegou aos 4802 pontos e arrebatou o Bronze.

”Não estou surpreendida por ter batido o recorde do Mundo, estava confiante que isto poderia ocorrer aqui. Eu estava mentalizada para este recorde há muito tempo, mas nos anos anteriores acontecia sempre alguma coisa de errado que não me permitia batê-lo” disse Dobrynska no final. Ennis, depois de ter sido apontada como campeã no pavilhão, com recorde de campeonatos, acabaria por passar de um sorriso para um sentimento agridoce quando o resultado foi corrigido e a colocou no segundo lugar. Sobre isso Ennis foi clara : “Não há sensação pior que ver o meu nome no primeiro lugar e logo a seguir em segundo lugar”.

SALLY PEARSON COMEÇOU A DESENHAR HISTÓRIA NA PISTA COBERTA

A australiana Sally Pearson voltou nestes campeonatos à pista coberta, depois do seu melhor registo, praticamente único, ter sido em 2009. Com 25 anos a barreirista, que brilhou em Daegu, veio até Istambul disfarçada de “outsider”, mas sabendo-se de antemão que o seu regresso à pista coberta poderia fazer estragos. E fez mesmo! Com o tempo mais rápido do apuramento, 7,85 segundos, a australiana colocou todas as suas adversárias em sentido e mostrou que é a principal candidata ao Ouro em Istambul. Além disso a sua marca foi recorde do continente australiano. Kristy Castlin (EUA), a líder mundial do ano, acabaria por ser a desilusão do dia, ao ter ficado nos blocos por lhe parecer a ocorrência de um segundo tiro de falsa partida. Após protestos , que afetou também outros atletas, a IAAF produziu um comunicado indicando que o sistema de falsas partidas foi testado novamente, sem que fosse detetada qualquer anomalia.

Outro dos destaques do dia foi o recorde nacional de Nery Brenes (Costa Rica), de 46,01 segundos, ainda que a melhor marca tenha pertencido a Demetrius Pinder (Bahamas), com 45,94 segundos, numa prova onde Kirani James (Granada) não desiludiu e passou à fase seguinte. Com melhor marca mundial do ano esteve ainda o brasileiro Mauro da Silva, no salto em comprimento. Num ano em que a disciplina está muito indefinida, com ausência de muitas das principais figuras, o brasileiro saltou 8.28, um registo bastante promissor.

Entre as desilusões, Emma Green (Suécia) ficou de fora da final do salto em altura não obtendo mais que 1.92 metro, numa qualificação onde apenas Anna Chicherova (Rússia) e Ebba Jungmark (Suécia) fizeram um percurso imaculado até a 1.95 metro, a marca que garantia passagem direta à final. Também nos saltos, mas no triplo, Marija Sestak (Eslovénia) também ficou pelo caminho logo na qualificação, ao não passar de 14.05 metros, onde as restantes favoritas se qualificaram e com a britânica Yamilé Aldama (14.62) a destacar-se.

Nos 800 metros masculinos o sudanês Ismail Ismail ficou pelo caminho, ao ficar-se com o tempo de 1.50,72 minuto, numa prova em que os quenianos dominaram, com Boaz Lalang (1.49,50) e Timothy Kitum (1.49,57).

Destaque ainda para Holder Silva (Guiné-Bissau) atleta que quase se qualificou para a ronda seguinte dos 60 metros planos. Este atleta treina em Portugal há alguns anos.

CERIMÓNIA DE ABERTURA MARCOU O INÍCIO DA TARDE

Com a Turquia a querer convencer todos os visitantes sobre a sua capacidade organizativa, uma cerimónia de abertura vistosa marcou o inaugurar de três dias de competição, apesar de se ter realizado de tarde, com a existência de qualificações durante a manhã. Uma forte presença policial, com a vinda do primeiro-ministro turco, foi bem visível, com este a falar após o presidente da IAAF, Lamine Diack, que preside ao organismo num ano em que a IAAF celebra o seu centenário.

Justin Gatlin
Justin Gatlin (EUA) voltou a Mundiais de pista coberta nove anos depois.

Enviados Especiais : Edgar Barreira (texto), Filipe Oliveira (fotos) e Marcelo Silva

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