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Velocidade e barreiras em análise.
Istambul promete ter a velocidade ao rubro e de todas as provas apenas duas não terão o campeão em título de regresso...mas está longe de ser certo que todos os campeões revalidem...
As ausências fazem-se sentir mais nas provas de barreiras que nas provas de velocidade e o evento promete ter as provas ao rubro, com presença de vários campeões do Mundo de 2010, mas também campeões mundiais de ar livre e campeões europeus. O que se espera é uma festa da velocidade internacional, mesmo em ano de Jogos Olímpicos...
DWAIN CHAMBERS E VERONICA CAMPBELL-BROWN SEM VIDA FÁCIL NOS 60 METROS
A prova mais rápida destes Mundiais de pista coberta será a dos 60 metros, obviamente e aqui tudo pode acontecer, como anteriores edições o mostraram. No setor masculinos mais de dez atletas parecem capazes de produzir resultados abaixo dos 6,60 segundos. Esta diferença de apenas quinze centésimos, entre o melhor do ano, Trell Kimons (EUA) e os 6,60 segundos tornam tudo uma equação de difícil previsão. Certa é a presença do campeão do mundo, Dwain Chambers (Grã-Bretanha), que é o único do pódio de 2010 presente nesta edição. A curiosidade do encontro com outro atleta anteriomente com um caso de doping mediático, Justin Gatlin (EUA) aguça o apetite, numa prova onde o campeão europeu de pista coberta, o português Francis Obikwelu, estará ausente, assim como o jamaicano Asafa Powell, que chegou a equacionar a presença, num ano onde chegou a correr em 6,50 segundos.
Do lado feminino poderia dizer-se que o favoritismo está do lado da campeã mundial da especialidade, a jamaicana Veronica Campbell-Brown, que no ano passado foi também campeã mundial de 200 metros, ao ar livre. Os 7,00 segundos em que já correu na carreira não estão distantes dos 7,08 segundos que produziu nesta época, em que a melhor do mundo é até agora a congénere Tianna Madison (7,02). Além da competitividade interna, Campbell-Brown deverá ainda contar com LaVerne Jones-Ferrette (Ilhas Virgem), que tem como melhor 6,97 segundos, esta época já com 7,05 segundos. Desta vez Carmelita Jeter (segunda em 2010) estará ausente, bem como a campeã europeia em pista coberta, a ucraniana Olesya Povh. Entre tantos nomes o difícil é que a portuguesa Sónia Tavares tenha a dificuldade de vingar, embora o objetivo seja a presença na meia-final, umas aspiração legítima, apesar de ter 24 atletas inscritas com melhor tempo esta época.
KIRANI JAMES E SANYA RICHARDS SÃO OS FAVORITOS NAS DUAS VOLTAS À PISTA
Apesar da presença dos campeões em título, não são estes os principais favoritos. O jovem Kirani James (Granada), que esta época já correu em 45,19 segundos parece estar num bom momento da carreira, depois de em Daegu se ter sagrado campeão mundial e pode também ser uma séria ameaça ao recorde mundial de Kerron Clement (44,57), não necessariamente em Istambul, mas na sua carreira, onde ainda só conta com 19 anos (!). Chris Brown (Bahamas) correu este ano em modestos 46,17 segundos e Jamaal Torrance (EUA), terceiro há dois anos, apenas representará os EUA na prova de 4x400 metros. Além de Kirani James outros dois atletas correram esta época abaixo de 45,50 segundos, dentro dos inscritos, nomeadamente Gil Roberts (EUA) e Demetrius Pinder (Bahamas). Também aqui estará ausente o campeão europeu em pista coberta, o francês Leslie Djhone.
Mais à vontade, não só pela diferença das marcas, como pela maior experiência, deve estar Sanya Richards-Ross, que também lidera este ano, com 50,71 segundos, a melhor marca da sua carreira em pista coberta e a única das inscritas que este ano já desceu dos 51 segundos. A maioria das eventuais candidatas estão este ano entre os 51 e os 52 segundos. Do pódio de 2010 resta apenas a europeia Vania Stambolova (Bulgária), que terá uma luta continental com a campeã europeia Denisa Rosolová (Rep. Checa). Claro que aqui as atletas russas poderão ter uma palavra a dizer, e são três as que representam perigo : Irina Davydova, Aleksandra Fedoriva e Yulia Gushchina.
ROBLES CONTRA XIANG, SALLY PEARSON A ESPREITAR O TÍTULO NA PISTA COBERTA
Sem desprimor para a prova feminina, claramente um dos motivos de interesse é a prova dos 60 metros barreiras masculino, por vários motivos. Um dos motivos é a presença dos dois primeiros classificados de 2010, Dayron Robles (Cuba) e Terrence Trammel (EUA), que nos meetings anteriores fizeram marcas semelhantes : 7,50 e 7,51 segundos, respetivamente. Por outro lado a liderança mundial pertence ao norte-americano Dexter Faulk (7,40), atleta que não estando presente tem como seguinte na lista o chinês Liu Xiang, na sua melhor forma de sempre em pista coberta (7,41 segundos). A luta titânica entre Robles e Xiang, que em Daegu deu em polémica pelos gestos anti-regulamentares de Robles, poderá voltar a repetir-se, não sendo de admirar a aparição de algum outsider. Os ausentes dos EUA, nomeadamente Faulk, mas também David Oliver e Jarret Eaton, têm ainda a não aposta do campeão do Mundo de ar livre em 110 metros barreiras, Jason Richardson. Mais uma vez estará ausente um campeão europeu, neste caso Petr Svoboda (Rep. Checa).
No setor feminino, sem Lolo Jones, a campeã em título que já correu este ano em 7,89 segundos, a prova fica muito em aberto, até porque nenhuma das atletas de pódio em 2010 marca presença. Quatro atletas já correram abaixo dos 7,90 segundos, neste ano, com a melhor a ser, até agora, a norte-americana Kristi Castlin (7,84), restando duas europeias com a possibilidade de medalhas, nomeadamente Tiffany Porter (Grã-Bretanha) e Derval O’rourke (Irlanda), supondo que a inscrição da britânica Jessica Ennis é, como se costuma dizer, “para inglês ver”, ou nesta caso para o caso das provas combinadas lhe correrem mal. A surpresa pode ser, no entanto, a campeã do Mundo de ar livre, a australiana Sally Pearson, que pode fazer uso da sua velocidade, mas fundamentalmente da técnica, para derrotar as suas adversárias. Ausente estará, de novo, a campeã europeia Carolin Nytra (Alemanha).
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![[WIC12] Campeões voltam para acelerar](/images/arquivo/2011/eventos/paris2011/dwain_chambers.jpg)
