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Comité Olímpico de Portugal esclareceu em comunicado.
As relações entre Federação Portuguesa de Atletismo e Comité Olímpico de Portugal continuam tensas...
Essencialmente desde os Jogos Olímpicos de Pequim que a Federação Portuguesa de Atletismo e o Comité Olímpico de Portugal não têm a melhor relação, depois do caso de Marco Fortes e não só. Esta separação entre as duas instituições têm provocado algumas crispações, por mais diplomáticas que pareçam.
A mais recente reacção veio do Comité Olímpico de Portugal, em reacção a uma notícia do Diário de Notícias, que dava conta de uma suspensão do pagamento de bolsas aos atletas com mínimos ‘B’, que mereceu esclarecimento através de Vicente Moura, seu responsável.
“O COP não suspendeu qualquer pagamento de bolsas, porque nesta Olimpíada as mesmas nunca foram pagas a atletas com "Mínimos B", até porque a Federação Internacional de Atletismo (IAAF) apenas recentemente os definiu”, esclareceu em comunicado, que não ficou por aqui. A continuação do comunicado encontra-se abaixo transcrita :
«A questão suscitada pelo Diário de Notícias, conforme a FPA conhece, não se aplica a 2012, porquanto o Projecto define que:
"No caso de um praticante não integrado no Projecto vier a qualificar-se no ano de 2012, beneficiará do pagamento retroactivo, com efeito a 1 de Janeiro de 2012, correspondente ao montante da respectiva bolsa. O mesmo se aplica ao treinador do praticante."
Estamos, portanto, a tratar apenas e só de 2011.
Dispõe o capítulo V.6. "Bolsas Olímpicas" do Anexo ao contrato-programa n.º 287/2009:
"Os praticantes que se qualifiquem para os Jogos Olímpicos Londres 2012, não fazendo parte de qualquer nível de integração do projecto olímpico, beneficiam, a partir do mês seguinte à qualificação de uma bolsa de Qualificado no valor de €550 mensais."
O que a FPA e os atletas em causa reclamam é a aplicação literal do parágrafo acima transcrito.»
Vicente Moura referiu que “a Comissão Delegada do COP tem procurado encontrar soluções que não prejudiquem as legítimas expectativas dos atletas, não abram precedentes relativamente a atletas de outras modalidades, cumprindo critérios de equidade e não desbaratando as verbas públicas contratualizadas com o Estado para o financiamento deste Programa”. O défice actual do Programa de Preparação Olímpica já ronda os 300 mil euros e é este o motivo que poderá tornar inviável a integração de seis atletas, segundo o COP, na preparação olímpica para Londres 2012.
Relembrem-se os valores em causa. Por cada atleta com mínimos do Projecto Londres 2012, normalmente marcas iguais ou aproximadas aos mínimos ‘A’ da competição, a Federação Portuguesa de Atletismo pode receber até 22 mil euros por ano e numa situação como a exposta no contrato-programa, no apoio a atletas qualificados para a competição, mas sem mínimos de integração no projecto, a Federação Portuguesa de Atletismo arrecadaria mais 6 mil euros por ano, o que no ponto de vista do Comité Olímpico de Portugal agravaria o défice já existente. Além das verbas para a Federação Portuguesa de Atletismo, atletas e treinadores recebem as suas bolsas no âmbito do projecto olímpico, não recebendo aqueles que estão fora do projecto, mas que têm já mínimos para Londres.
A este rol de situações, como anunciado há dias no Atleta-Digital, a Federação Portuguesa de Atletismo pondera ainda solicitar o baixar de alguns mínimos “B”, depois da IAAF o ter feito após análise dos desempenhos internacionais no passado Mundial de Ar Livre.
Esta é uma situação incómoda para alguns atletas e treinadores, que a menos de um ano dos Jogos Olímpicos de Londres vêm as suas preparações abaladas por constantes incertezas, que são também espelho da actual crise económica, que também já fez baixar apoios noutros contextos, como por exemplo nos clubes.
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