A apagada chama da Lusofonia

Quarta, 22 Julho 2009
Julgo que é uma opinião transversal a muitos dos agentes do desporto em Portugal – e se calhar extensível ao próprio Comité Olímpico de Portugal – a segunda edição dos Jogos da Lusofonia não teve sucesso!

Foram poucas as competições que conseguiram trazer emoção, foram poucas as bancadas que estiveram minimamente compostas, foi pouco o impacto provocado na sociedade portuguesa, foi fraco o conhecimento das pessoas residentes na região de Lisboa acerca desta competição, foi reduzida a transmissão televisiva e nem a cerimónia de encerramento teve qualquer género de brilho para o reduzido lote de pessoas que a ela tiveram acesso.

Em suma, a segunda edição dos Jogos da Lusofonia mostrou, infelizmente, que o Comité Olímpico de Portugal não se encontra preparado para organizar um grande evento, como sejam os Jogos Olímpicos de Verão.

Falharam diversos aspectos organizativos, alguns mostrando uma falta de planeamento preocupante e estes aspectos não dependem directamente de qualquer condição monetária, mas sim de erros de planeamento graves. Ou seja, o Comité Olímpico de Portugal pode até argumentar que não houve dinheiro para promoção do evento, que não houve dinheiro para boas cerimónias de abertura e encerramento e para outros aspectos importantes, mas não pode argumentar que a ausência de dinheiro tenha tido influência directa na falta de comunicação com as federações, no atraso da divulgação de listas de participantes e resultados, no acompanhamento em directo e a sério para o site oficial da competição, na promoção dos eventos a nível local, entre outros aspectos.

E isto tudo passou-se com pouco mais de um milhar de atletas. Imaginemos como seria caso estivéssemos a falar dos Jogos Olímpicos, onde tantos outros aspectos devem ser levados em conta, como a presença de muitas mais modalidades, a gestão da Aldeia Olímpica, a pressão de muitos Comités Olímpicos e a necessidade de disfarçar erros organizativos para o exterior, devido às inúmeras transmissões televisivas que um evento dessa envergadura teria de comportar e todos os outros aspectos.

É igualmente triste ver uma comitiva portuguesa tão indiferente a uma possível importância destes Jogos da Lusofonia, em contraste com outras comitivas (algumas nem português sabem falar) que levaram estes Jogos da Lusofonia realmente a sério e como se de uma competição importante se tratasse. Há até quem, depois de duas edições de Jogos da Lusofonia, não pondere a participação em 2013, quando esta competição se realizar em Goa (Índia), o que é grave, porque significa que os atletas portugueses não se sentem muito integrados na tal União que o Comandante Vicente Moura, presidente do COP, apelou na cerimónia de abertura.

Assim, num ambiente de descrença total, visto nos semblantes carregados de quem foi responsável por esta edição, os Jogos da Lusofonia arriscam-se a ser uma competição sem chama nem glória, a não ser que uma super organização dos goenses, em 2013, volte a trazer lusofonia, aos Jogos da Lusofonia, mostrando que este evento pode realmente ser levado a sério, ao invés de ser levado como uma “bandalheira” e apenas mais um evento do desporto lusófono.

Valeu o esforço desportivo de muitos dos atletas portugueses e a tentativa dos voluntários mostrarem a alegria que este evento deveria trazer a todos os recintos onde decorreram os Jogos da Lusofonia. É pena que assim tenha sido…e de facto nem houve chama…

Por: Edgar Barreira

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Comentarios (1)add feed
Concordo plenamente! : Daniela Ferreira
Nem retiro nem acrescento uma única palavra!
Apenas digo que concordo plenamente...
Julho 22, 2009
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