Porque o Crosse não está em Sochi?

Quinta, 13 Fevereiro 2014
Porque o Crosse não está em Sochi?

Será algum dia o crosse reconhecidos nos Jogos Olímpicos de Inverno?

A revista de referência Athletics Week lançou os dez motivos pelos quais o atletismo deveria constar também na olimpíada de Inverno. 

Não é um assunto novo. Desde 2008 que o atletismo reclama junto do Comité Olímpico Internacional a presença da especialidade de corta-mato nos Jogos Olímpicos de Inverno. O argumento dado de volta costuma ser recorrente, o facto de o atletismo não se fazer em neve. A revista Athletics Week relançou o assunto quando decorrem em Sochi (Rússia) os Jogos Olímpicos de Inverno. O Atleta-Digital decidiu fazer um pequeno resumo, baseado nos argumentos da revista britânica.

1. A Origem olímpica: o corta-mato já fez parte do programa dos Jogos Olímpicos de Verão, mas foi uma prova abolida após Paris 1924. E tudo por causa das altas temperaturas, que deixou pelo caminho 23 dos 38 participantes, o que levantou a polémica necessária para que o evento fosse retirado, até aos dias de hoje. Ainda assim o corta-mato faz parte da origem do que foram os Jogos Olímpicos.

2. Inclusão africana seria estratégica: um dos problemas dos Jogos Olímpicos de Inverno é que limitam a participação de muitos países, principalmente aqueles que não têm privilégio de terem neve com frequência e em locais com condições de treino. Se o corta-mato fosse incluido, possibilitava-se maior presença de países africanos e não só, até Portugal beneficiaria. Como nota extra, em Sochi apenas Marrocos, Togo e Zimbabwe se encontram a representar o continente africano. A entrada do atletismo faria disseminar a cultura dos Jogos Olímpicos de Inverno por todos os continentes, realçando de facto a importância dos cinco anéis.

3. Fortes apoios da modalidade: desde 2008 que grandes nomes do fundo mundial defende publica e oficialmente a inclusão do corta-mato nos Jogos Olímpicos de Inverno. Haile Gebrselassie, Paul Tergat e Kenenisa Bekele são alguns destes nomes, que em conjunto assinaram uma carta destinada ao COI.

4. A promoção da saúde: o corta-mato continua a ser um bom meio de promoção da corrida e do correr pela saúde, imagem que não passa para os ecrãs de muitos países, que não estão nos Jogos Olímpicos de Inverno.

5. IAAF tem apoiado a ideia: o principal organismo do atletismo mundial (IAAF) tem dado aprovação quando solicitada a sua opinião. Este tem sido um assunto de frequente discussão interna e também com mensagens públicas. “O COI tem-nos escrito para nos pronunciarmos e temos dito que estamos a favor disso. Estamos preparados para organizar corta-mato nos Jogos Olímpicos de Inverno. Isso seria um excelente avanço da especialidade”, indicou recentemente Lamine Diack.

6. A especialidade precisa de visibilidade: não tem sido fácil passar os grandes eventos de corta-mato na televisão e o interesse em Mundiais de corta-mato tem reduzido substancialmente. Os próprios atletas desmotivam-se muitas vezes na participação nesta competição, pela dificuldade em imporem-se aos atletas africanos.

7. A imprensa especializada já está nos Jogos Olímpicos de Inverno: nem a cobertura mediática da especialidade em Jogos Olímpicos de Inverno parece dificultada. Por exemplo, a BBC tem em Sochi nomes como Steve Cram, Jonathan Edwards, Paul Dickenson e Rob Walker, todos eles com uma forte ligação à modalidade. Cram é um antigo atleta e um dos principais comentadores de atletismo no Reino Unido, Edwards é o recordista mundial do triplo salto, Dickenson é considerado um dos mais importantes comentadores de atletismo da atualidade e Walker tem sido o mais recente comentador dos Mundiais de corta-mato. Mas outras personalidades ligadas ao atletismo estão em Sochi.

8. Há espaço no calendário: com a recente decisão da IAAF de tornar o Mundial de Corta-Mato apenas de dois em dois anos, o ano olímpico de Inverno não tem a disputa desta competição da IAAF. Os próximos Mundiais de corta-mato serão, assim, em 2015 e 2017, sendo que em 2018, nos próximos Jogos Olímpicos de Inverno, voltará a não haver Mundial de corta-mato. Isto apesar de haverem crosses internacionais até perto da data dos Jogos Olímpicos, que permitem a preparação dos atletas.

9. A neve: a definição de Jogos Olímpicos de Inverno apela a que os desportos sejam praticados na neve (e no frio). Tradicionalmente o corta-mato era visto como uma prova de lama e terra molhada, mas com os tempos os percursos vieram a ficar cada vez mais planos e relvados. Contudo nem sempre é assim, e principalmente nos primeiros meses de cada ano os crosses costumam ter bastante neve, o que coloca todo o percurso em estado gelado, como por vezes também ocorre nos Europeus da especialidade (ver foto), em Budapeste, no ano de 2012.

10. A popularidade da corrida: este é um ponto extra ao publicado pela revista Athletics Weekly. Mas de facto a popularidade da corrida em todo o Mundo deve obrigar os principais organismos do desporto internacional a identificar o fenómeno da corrida como muito motivante para que seja incluido nos Jogos Olímpicos de Inverno, expandindo a marca olímpica.


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Comentarios (2)add feed
Não seria melhor? : Luis Bernardo
Não seria melhor e mais apelativo fazerem uma previsão para os Campeonatos de Portugal de Pista Coberta em vez deste extenso texto sobre os JO de Inverno, que poucas pessoas terão interesse em ler?

Seria atual e de interesse geral para a comunidade do Atletismo.
Fevereiro 15, 2014
Isso agora... : Raquel
Caro Luís,

que sondagem fez para saber se muitas ou poucas pessoas terão interesse em ler esta notícia?

A sugestão da previsão para os campeonatos nacionais é pertinente mas não diria "vez vez deste" mas sim "para além deste" smilies/wink.gif
Fevereiro 15, 2014
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