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Será algum dia o crosse reconhecidos nos Jogos Olímpicos de Inverno?
A revista de referência Athletics Week lançou os dez motivos pelos quais o atletismo deveria constar também na olimpíada de Inverno.
Não é um assunto novo. Desde 2008 que o atletismo reclama junto do Comité Olímpico Internacional a presença da especialidade de corta-mato nos Jogos Olímpicos de Inverno. O argumento dado de volta costuma ser recorrente, o facto de o atletismo não se fazer em neve. A revista Athletics Week relançou o assunto quando decorrem em Sochi (Rússia) os Jogos Olímpicos de Inverno. O Atleta-Digital decidiu fazer um pequeno resumo, baseado nos argumentos da revista britânica.
1. A Origem olímpica: o corta-mato já fez parte do programa dos Jogos Olímpicos de Verão, mas foi uma prova abolida após Paris 1924. E tudo por causa das altas temperaturas, que deixou pelo caminho 23 dos 38 participantes, o que levantou a polémica necessária para que o evento fosse retirado, até aos dias de hoje. Ainda assim o corta-mato faz parte da origem do que foram os Jogos Olímpicos.
2. Inclusão africana seria estratégica: um dos problemas dos Jogos Olímpicos de Inverno é que limitam a participação de muitos países, principalmente aqueles que não têm privilégio de terem neve com frequência e em locais com condições de treino. Se o corta-mato fosse incluido, possibilitava-se maior presença de países africanos e não só, até Portugal beneficiaria. Como nota extra, em Sochi apenas Marrocos, Togo e Zimbabwe se encontram a representar o continente africano. A entrada do atletismo faria disseminar a cultura dos Jogos Olímpicos de Inverno por todos os continentes, realçando de facto a importância dos cinco anéis.
3. Fortes apoios da modalidade: desde 2008 que grandes nomes do fundo mundial defende publica e oficialmente a inclusão do corta-mato nos Jogos Olímpicos de Inverno. Haile Gebrselassie, Paul Tergat e Kenenisa Bekele são alguns destes nomes, que em conjunto assinaram uma carta destinada ao COI.
4. A promoção da saúde: o corta-mato continua a ser um bom meio de promoção da corrida e do correr pela saúde, imagem que não passa para os ecrãs de muitos países, que não estão nos Jogos Olímpicos de Inverno.
5. IAAF tem apoiado a ideia: o principal organismo do atletismo mundial (IAAF) tem dado aprovação quando solicitada a sua opinião. Este tem sido um assunto de frequente discussão interna e também com mensagens públicas. “O COI tem-nos escrito para nos pronunciarmos e temos dito que estamos a favor disso. Estamos preparados para organizar corta-mato nos Jogos Olímpicos de Inverno. Isso seria um excelente avanço da especialidade”, indicou recentemente Lamine Diack.
6. A especialidade precisa de visibilidade: não tem sido fácil passar os grandes eventos de corta-mato na televisão e o interesse em Mundiais de corta-mato tem reduzido substancialmente. Os próprios atletas desmotivam-se muitas vezes na participação nesta competição, pela dificuldade em imporem-se aos atletas africanos.
7. A imprensa especializada já está nos Jogos Olímpicos de Inverno: nem a cobertura mediática da especialidade em Jogos Olímpicos de Inverno parece dificultada. Por exemplo, a BBC tem em Sochi nomes como Steve Cram, Jonathan Edwards, Paul Dickenson e Rob Walker, todos eles com uma forte ligação à modalidade. Cram é um antigo atleta e um dos principais comentadores de atletismo no Reino Unido, Edwards é o recordista mundial do triplo salto, Dickenson é considerado um dos mais importantes comentadores de atletismo da atualidade e Walker tem sido o mais recente comentador dos Mundiais de corta-mato. Mas outras personalidades ligadas ao atletismo estão em Sochi.
8. Há espaço no calendário: com a recente decisão da IAAF de tornar o Mundial de Corta-Mato apenas de dois em dois anos, o ano olímpico de Inverno não tem a disputa desta competição da IAAF. Os próximos Mundiais de corta-mato serão, assim, em 2015 e 2017, sendo que em 2018, nos próximos Jogos Olímpicos de Inverno, voltará a não haver Mundial de corta-mato. Isto apesar de haverem crosses internacionais até perto da data dos Jogos Olímpicos, que permitem a preparação dos atletas.
9. A neve: a definição de Jogos Olímpicos de Inverno apela a que os desportos sejam praticados na neve (e no frio). Tradicionalmente o corta-mato era visto como uma prova de lama e terra molhada, mas com os tempos os percursos vieram a ficar cada vez mais planos e relvados. Contudo nem sempre é assim, e principalmente nos primeiros meses de cada ano os crosses costumam ter bastante neve, o que coloca todo o percurso em estado gelado, como por vezes também ocorre nos Europeus da especialidade (ver foto), em Budapeste, no ano de 2012.
10. A popularidade da corrida: este é um ponto extra ao publicado pela revista Athletics Weekly. Mas de facto a popularidade da corrida em todo o Mundo deve obrigar os principais organismos do desporto internacional a identificar o fenómeno da corrida como muito motivante para que seja incluido nos Jogos Olímpicos de Inverno, expandindo a marca olímpica.
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Seria atual e de interesse geral para a comunidade do Atletismo.
que sondagem fez para saber se muitas ou poucas pessoas terão interesse em ler esta notícia?
A sugestão da previsão para os campeonatos nacionais é pertinente mas não diria "vez vez deste" mas sim "para além deste"