Silvana Dias e Miguel Marques foram os melhores portugueses.
Na pista de crosse no Parque da Amizade os júniores portugueses não trarão consigo o seu melhor sorriso, apesar dos dois melhores portugueses se terem superado neste Europeu de Corta-Mato, disputado na Sérvia.
A tradição de equipas portuguesas fortes no escalão de júniores é um dado cada vez mais do passado, apesar do 6º lugar coletivo da equipa feminina há um ano e do 2º lugar coletivo da equipa masculina em 2010. Hoje todos estiveram longe de tamanhos feitos e se no caso feminino só deram início à corrida 3 atletas, no setor masculino apenas foi igualado o 17º lugar de há um ano.
A prova feminina tinha o atrativo de verificar como estaria o momento de forma de Silvana Dias em relação às demais adversárias. Melhorar o 29º de há dois anos era a melhor despedida que a atleta poderia ter do escalão júnior, já que para o ano sobe a sub-23. E Silvana Dias desde cedo se colocou dentro da corrida pelo top-30 e acabou por se superar, ao terminar no 19º lugar, atrás das melhores de países como Grã-Bretanha, Polónia, Eslováquia, Alemanha, Rússia, Suécia, Turquia, Ucrânia, Finlândia, França, Espanha e Bélgica. E foi esta diversidade que levou a que a classificação coletiva fosse dominada, como habitualmente, pela Grã-Bretanha, mas desta vez com mais de 50 pontos de vantagem sobre Suécia e Alemanha, que preencheram o pódio coletivo. Quanto às restantes portuguesas, andaram sempre longe da discussão, com um final encostado à cauda classificativa: Sónia Ferreira (91ª) e Jéssica Matos (96ª). Desconhece-se, para já, o motivo de Diana Almeida aparecer fora da lista de partida. Entre as melhores, Emelia Gorecka (Grã-Bretanha) mostrou-se consistente e atingiu mais uma medalha em Europeus de Crosse, ela que é já uma das mais medalhadas de sempre (4 individuais e 4 coletivas). Sofia Ennaoui (Polónia) e Marusa Mismas (Eslováquia) completaram o pódio individual.
Do lado masculino a seleção nacional era mais uma incógnita, depois de despiques mais aproximados nos crosses de seleção. Há um ano Miguel Marques tinha-se estreado no 100º lugar, mas este ano veio determinado a liderar a seleção portuguesa, em prova onde foi lutando desde o top-50 ao top-30. E esse esforço de correr em crescendo permitiu-lhe um bom 24º lugar, que em comparação com 2012 é uma das maiores recuperações classificativas assistidas hoje em Belgrado. Mas a equipa portuguesa teve dificuldade em impor-se coletivamente, numa luta muito alargada onde os portugueses nunca estiveram dentro dos 10 primeiros, perdendo lugares ao longo da prova, principalmente na última volta, onde a quebra de Guilherme Pinto (do 81º lugar para o 90º lugar) e principalmente de Miguel Borges (de 51º lugar para 96º lugar), levaram a seleção para o 17º lugar coletivo. Era assim um final menos feliz, onde valeu a ligeira recuperação de Ruben Pessoa, para terminar no 74º lugar. Mais interessante foi a prova internacional, com o turco Ali Kaya a vencer, no despique com o belga Isaac Kimeli, luta essa distanciada do terceiro lugar do russo Mikhail Strelkov, que chegou 16 segundos depois. E se Strelkov podia ser o timoneiro desta equipa russa, valeu mais o coletivo francês, cujo primeir atleta até só chegou em 6º lugar (Alexandre Saddedine), mas com a equipa a fechar no 16º lugar, contra o 27º lugar do quarto elemento russo. O terceiro lugar coletivo foi para a Itália, deixando a seleção britânica de fora do pódio, o que não acontecia desde 2006.
RESULTADOS (Juniores Femininos):
1. Emelia Gorecka (Grã-Bretanha) – 13.06
2. Sofia Ennaoui (Polónia) – 13.16
3. Marusa Mismas (Eslováquia) – 13.27
(...)
19. Silvana Dias (Portugal) – 13.53
91. Sónia Ferreira (Portugal) – 14.56
96. Jéssica Matos (Portugal) – 15.02
(Diana Almeida não competiu)
Coletiva: 1. Grã-Bretanha (24); 2. Suécia (75) ; 3. Alemanha (95)
RESULTADOS (Juniores Masculinos):
1. Ali Kaya (Turquia) – 17.49
2. Isaac Kimeli (Bélgica) - 17.51
3. Mikhail Strelkov (Rússia) – 18.05
(...)
24. Miguel Marques (Portugal) – 18.39
74. Ruben Pessoa (Portugal) – 19.33
90. Guilherme Pinto (Portugal) – 19.51
96. Miguel Borges (Portugal) – 20.06
Coletiva: 1. França (48) ; 2. Rússia (51) ; 3. Itália (55) ; 17. Portugal
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Será que levar jovens a este tipo de competições, onde levam banhadas como a que aconteceu em Belgrado, é benéfico para estes mesmos jovens?
Será que estes jovens estão a treinar bem? Não terão que apresentar boas marcas em Pista?
Todos os nossos antigos grandes atletas de cross tinham boas marcas aos 5000 m e 10000 m. E agora?
Não será de refletir , de não atacar só a Federação?
Tem havido formação, tem havido estágios, os atletas mesmo em tempo de crise vão aos Europeus e..... resultados?