Maratona, Meia-Maratona e prova de bicicletas num fim-de-semana eclético.
Será um fim-de-semana alucinante o que se realiza no Parque das Nações, em Lisboa, fazendo lembrar os tempos em que a Área Metropolitana de Lisboa promovia espectáculos sob a obra de Siza Vieira.
As expectativas, deste grande evento, estão altas, pois tal como diz Carlos Moia “será algo histórico, conseguiu-se juntar ciclismo e atletismo, musica e desporto, bandas de garagem e bandas históricas”. Um grande passo em prol das parcerias das modalidades foi dado, Moia expressou o seu contentamento ao dizer que a parceria das modalidades “foi uma medida do atletismo posta ao serviço do ciclismo”acrescenta ainda que ”já fazemos parte do calendário UCI do próximo ano” , prova que contará para a categoria C1.
Este evento torna-se mais uma vez uma das provas de atletismo com mais adesão e Jorge Vieira, presidente da Federação Portuguesa de atletismo, diz que “o atletismo está a mudar, a corrida está a mudar, mas também aí a federação tem de mudar”, admitindo o papel mais tímido nos últimos anos. Vieira acrescenta que a federação está preocupada em participar mais e estar mais próxima das grandes organizações.
Mas nem tudo é um “mar de rosas”, um evento desta magnitude traz muitas preocupações e muitas burocracias. O presidente do Maratona Clube de Portugal, desabafou com os presentes sobre o facto de estar muito preocupado. Só para a transmissão em direto “a RTP teve de alugar dois helicópteros, e alugar um avião que veio de França” para além de todas restrições com o corte do trânsito, que haverá tanto no dia 5 como no dia 6 de outubro, na capital de Portugal e na linha de Cascais. Mas também traz contrapartidas boas, nomeadamente económicas, pelo turismo desportivo. Moia sonhou mais alto e confessa: “espero pelo dia em que encho os hotéis de Lisboa e de toda a linha até Cascais”.

Tal como já foi referido pelo presidente do Maratona Clube de Portugal, esta prova não se concretizava se não fosse os patrocinadores, as forças policiais e as autarquias. Por causa das eleições autárquicas não foi possível a divulgação internacional antecipada. Carlos Moia afirma que já existe data para a prova do próximo ano, dia 5 de Outubro de 2014 é a data escolhida. Moia espera “ter 5 mil participantes na Maratona”,na próxima edição.
A rematar a conferência Carlos Moia conclui de todo este evento que “só loucos como nós decidimos aceitar este desafio”. Sofia Vinhas, a representar a EDP, respondeu à provocação dizendo que ”ainda bem que o Mundo tem loucos”. O recém-eleito presidente da Câmara Municipal de Cascais marcou presença e diz-se disposto a manter esta parceira, brincando com o facto de esta ser uma das meias maratonas mais importantes do mundo: “Há quem diga que as Maratonas do Carlos Móia, por onde passam, dão bom resultados desportivos e também eleitorais”. Este mesmo presidente, o único dos três presente hoje, concluiu respondendo às loucuras: “Não é o início de uma loucura, mas o início de um sonho”.
A corrida Avós e Netos irá ser realizada no sábado, onde o ator Francisco Areosa e a atleta Sara Moreira marcarão presença. Por ser uma corrida rock’n’Roll a música marcará o evento, com bandas ao longo do caminho. A fechar o evento 4 grandes concertos vão-se realizar sob a pala do Pavilhão de Portugal: Os Corvos, Xutos e Pontapés, Secret Lie e Pedro Vaz e Banda.
UMA MEIA MARATONA DE ELITE
São cerca de 20 mil atletas que vão partir da ponte Vasco da Gama, e muitos aqueles que vão cruzar a meta da meia-maratona. Esta prova, já se encontra como uma das provas importantes no calendário internacional das meias maratonas e uma das mais bonitas, grande é a aposta internacional. “São mais de 1600 atletas estrangeiros, sem contar com os atletas espanhóis” afirma Carlos Moia, que com tantos nomes de elite aspira a uma boa marca final.
Para a luta dos lugares do pódio e obtenção de grandes tempos estarão presentes atletas como o queniano Wilson Kiprop que à pergunta sobre o tempo que esperava fazer respondeu: “a meia-maratona tem um percurso muito rápido. É muito provável que consigamos correr abaixo da uma hora”. Pelo mesmo país estará Wilson Kiprotich Kebenei, a correr pela Etiópia estarão presentes Imane Merga, Gideon Ngatuny e Dino Sefir Kemal, atletas que podem a vir dar luta ao favorito à vitória.

No lado feminino mais uma vez haverá concorrência europeia. As italianas Nadia Ejjafinni e Valeria Straneo vão lutar pelos lugares do pódio, mas a Etiópia e Quénia dominam nas atletas de elite, com presença de Worknesh Degefa Debele, Josephine Chepkoech e Firehiwot Dado.
A presença portuguesa inspira confiança para algum lugar no pódio, principalmente no lado feminino com as atletas Ana Dulce Félix, Jéssica Augusto e Anália Rosa. Outras presenças confirmadas são Daniela Cunha, Mónica Silva, Joana Costa, Doroteia Peixoto, Sandra Teixeira e Vera Nunes. No lado masculino essa tarefa já se torna mais complicada por haver muitos atletas a correrem abaixo dos 60 minutos, mas quem sabe…As presenças confirmadas são as de Hermano Ferreira, Sérgio Silva, Ricardo Ribas, Pedro Ribeiro, Luís Feiteira, José Moreira, Paulo Pinheiro e Luís Pinto.
A prova de cadeira de rodas também tem grande aposta internacional, o que faz lembrar que já foi batido em Lisboa o recorde do mundo de meia maratona. Richard Colman, medalha de ouro nos 800 metros (T53) nos últimos Jogos Paralímpicos é um dos favoritos. Colman vem dar luta aos atletas quase da casa: Roger Puigbo, Jordi Madera e Santigago Sanz, no lado feminino marcarão presença Shelly Woods, Kristy Grange e Meggan Dawson-Farrell.
Mário Trindade é um dos portugueses presentes na meia maratona em cadeiras de rodas, e encontra-se tranquilo porque tal como desabafou, ”correr aqui é correr em casa.” Acrescenta que “vai ser mais um bom momento para os atletas de cadeiras de rodas, quem sabe aconteça a queda de um novo recorde”, mas existe mais presença portuguesa nesta prova. No domingo competirão Manuel Vieira, Fernando Mendonça, Gabriel Costa, Eduardo Gomes e Hélder Mestre.
UMA NOVA MARATONA EM LISBOA
Com a hora da Maratona a ser fora do normal, por ser uma prova que é muito exigente, esperava-se que a partida fosse dada mais cedo até para poupar algum calor aos presentes. Espera-se que esta primeira Rock’n’Roll Maratona de Lisboa seja triunfante, tal como as já implantadas “meias”. Carlos Moia confirma o receio anterior: “É capaz de estar muito quente para a Maratona, mas por outro lado não haverá quase vento nenhum (espera-se 24º de temperatura)”e acrescenta ainda ter uma marca final em mente ”mas não a divulgarei para não cair no ridículo” .Sem um tempo definido publicamente por Moia, a obtenção de grandes resultados não foi posto de parte e para ajudar nesta Maratona, irão existir três “lebres”, trazidas pelos melhores atletas presentes.
A Maratona conta com 2500 atletas inscritos e existe uma grande aposta dos atletas africanos. No lado masculino, pela Etiópia, de referir Dadi Yami, com a melhor marca dos presentes e Deriba Merga. A dar luta vem também o atleta europeu mais medalhado de sempre no corta-mato, o ucraniano Sergey Lebi e ainda do Quénia virá Elijah Keitany e John Kiprotich.
O setor feminino terá presente a atleta do Quénia, Helena Kiprop, que não lançou esperanças aos presentes: ” vou ver como corre”. Outra queniana a dar luta pelo pódio será Agnes Kiprop e ainda de mais dois destaques da Etiópia: Melkam Gizaw e Alem Fikre.

Enviados Especiais: Edgar Barreira e Joana Oliveira (texto e fotos)
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