Luanda acolheu meia-maratona

Segunda, 02 Setembro 2013
Luanda acolheu meia-maratona

Nuno Costa e Sandra Teixeira marcaram presença.

A Meia-Maratona de Luanda teve lugar neste domingo na capital angolana, no decorrer dos festejos do aniversário do presidente angolano, Eduardo dos Santos. 

Se um dia de festa de aniversário pode ser uma corrida contra o tempo de vida, uma prova de meia-maratona pode ser o motivo perfeito para que essa vida seja marcada no tempo. E a cidade de Luanda viveu mesmo um grande fim-de-semana desportivo, depois do título africano de basquetebol e da vinda de alguns dos melhores atletas do Mundo para disputarem a primeira edição da Meia-Maratona de Luanda.

Com organização da empresa de Domingos Castro, antigo atleta internacional português, que vive permanentemente em Luanda, a prova contou com a mobilização da cidade que “varreu” das ruas o trânsito ou qualquer veículo automóvel que estacionasse nos pontos fundamentais.

A prova tinha à partida o objetivo de ter milhares de atletas ou caminhantes nas ruas da cidade, entre o ponto de partida, em frente ao Ministério do Interior e a Ilha, percorrendo zonas à beira-mar e junto dos muitos comerciantes locais, que neste dia saíram às ruas para bater palmas. O objetivo, não concretizado, de chegada ao recorde do Mundo parecia ser demasiado exigente e foi mesmo, para o etíope Ibrahim Jeilan, vice-campeão mundial de 10 mil metros, que cedo ficou fora dos objetivos. Depois de um grupo de oito atletas passar na frente à metade da prova, o grupo acabaria por se desfazer para se dar lugar a uma luta bipartida entre John Mwangangi e Alex Korio. O tempo de 1:01.29 hora, conquistado por Mwangangi, acabaria longe demais de um recorde do Mundo que estava à partida quase condenado ao fracasso. Do lado feminino a marca obtida por Guteni Shone (Quénia) acabaria por ser muito positiva: 1:08.59 hora. A atleta não teria grande oposição, com a segunda classificada a ser Eunice Kirwa (Quénia), com 1:10.57 hora, seguida por Tirfi Tsegaye (1:11.52).

SANDRA TEIXEIRA E NUNO COSTA ENTRARAM MAIS CEDO NA ÉPOCA

A Organização acabaria por convidar atletas portugueses, para dar a dimensão portuguesa numa cidade que é, afinal, muito lusitana. Antes da prova os atletas convidados acabariam por dar as suas perspetivas sobre a vinda a Luanda.

”As minhas perspetivas é fazer o melhor possível e desfrutar”, dizia Sandra Teixeira antes da partida, ela que visitou pela primeira vez um país africano, apesar de ser filha de pais cabo-verdianos e da sua mãe ter vivido 5 anos em Angola.

”Eu fui convidado pelo meu empresário, mas já não é a primeira meia-maratona que faço”, indicou Nuno Costa que em Luanda fez a sua sexta meia-maratona da carreira, numa altura em que pretende alargar a sua distância padrão para Maratona.

A ambos a prova acabaria por ficar longe dos recordes pessoais. Para Nuno Costa a corrida em Luanda acabaria à 1:10.02 hora, finalizando no 16º lugar da tabela. No caso de Sandra Teixeira o cronómetro parou à 1:21.04 hora, 12ª atleta feminina a finalizar o evento.

Mas além destes atletas, mais jovens, outro português esteve em destaque. Com mais de meio século de existência na modalidade, Armando Aldegalega correu e finalizou a distância em 1:45.44 hora, acabando como o segundo classificado de Veteranos M60, a pouco mais de dois minutos do vencedor, Álvaro Candeias. O atleta veterano acabaria por ceder essa vantagem depois de uma partida atribulada, onde acabaria descalço. A sapatilha demorou a entrar no pé, mas não deixou de fazer uma participação feliz. E o dia seria, para ele, de homenagem, não só por Domingos Castro, com quem partilha uma ligação forte, mas também por Bernardo Manuel, treinador português que foi em Luanda o diretor de prova.

Sandra Teixeira

A FORTE PRESENÇA PORTUGUESA TAMBÉM NA ORGANIZAÇÃO

Portugal teve uma forte predominância no número de efetivos presentes na Organização. Foi uma parceria entre os dois continentes, que acabaria por ajudar no sucesso de um evento que nunca seria de fácil organização. Entre cronometragem, transmissão televisiva e outros setores técnicos, a língua portuguesa teve uma forte expressão, não só pelas gentes angolanas, mas também pelos contratados portugueses.

Mas se a organização foi maioritariamente feita com elementos portugueses, com uma forte ajuda de organizações locais, a presença no pelotão pareceu diversificar entre várias nacionalidades, dos muitos estrangeiros que usam a capital angolana para trabalhar e viver, nem que seja temporariamente. E esse burburinho sentiu-se na zona de entrega de dorsais, onde executivos, que acabavam de sair dos seus locais de trabalho se apresentavam na zona do secretariado para levantarem as suas inscrições, mais próximas das suas carteiras que dos orçamentos familiares das populações locais.

Resultados completos aqui.

RESULTADOS:

Masculinos:

1. John Mwangangi (Quénia) – 1:01.29
2. Alex Korio (Quénia) – 1:01.34
3. Nguse Amlosom (Eritreia) – 1:02.07
4. Paul Lonyangata (Quénia) – 1:02.58
5. Pius Kirop (Quénia) – 1:03.45
(…)
17. Nuno Costa (Portugal) – 1:10.02

Femininos:
1. Guteni Shone (Etiópia) – 1:08.59
2. Eunice Kirwa (Quénia) – 1:10.57
3. Tirfi Tsegaye (Etiópia) – 1:11.52
4. Abebech Afework (Etiópia) – 1:11.58
5. Paskalia Kipkoech (Quénia) – 1:12.06
(...)
12. Sandra Teixeira (Portugal) – 1:21.04

Enviado Especial: Edgar Barreira (texto e fotos)

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