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Época difícil e saturação foram os motivos apontados.
Marco Fortes participou hoje na sessão matinal do lançamento do peso, sem que a final fosse possível, onde a qualificação só seria possível muito próximo dos 20 metros.
Ainda em Portugal, Marco Fortes tinha anunciado que a sua expectativa para Moscovo nunca poderia ser encarada do mesmo modo que noutras temporadas poderia ser. Ele sabia que qualquer participação que daqui saísse era condicionada pelo estado mais atrasado da sua preparação, fustigada por lesões e até uma constipação que não ocorria há sete anos: ” Desde abril de 2012 que vim a ter problemas”.
E a prestação de Marco Fortes esteve longe de ser a melhor. O lançador português, que está no seu terceiro Mundial, começou o concurso a 19.38 metros, marca que até ao fim do segundo ensaio lhe permitia estar a um mero lugar da qualificação. Mas a não melhoria ao longo do concurso, fez 19.19 metros ao segundo ensaio e anulou um lançamento em cima dos 19 metros ao terceiro, e com outros adversários a lutarem pela final, levaram a que o português acabasse no 16º lugar, ainda assim melhor do que a prestação em Berlim 2009, mas muito abaixo do 6º lugar de Daegu 2011.
” O que correu mal nesta competição foi toda a época que me trouxe a esta competição”, começou por dizer na zona mista, desanimado pela falha do seu objetivo, chegar à final. ” Vir só para participar já não faz parte daquilo que é a minha visão do desporto”, continuou, naquela que foi a mais extensa entrevista em zona mista feita a portugueses neste Mundial. O atleta aproveitou para dar a noção dos seus últimos anos de carreira, sobre o facto de nos últimos anos ter ”conseguido evoluir bastante”, sem ter ”dificuldades de chegar às grandes marcas”, um cenário que este ano terá falhado para o português.
Sobre a nova estratégia, de apostar tudo nos grandes eventos, Fortes não duvida que, apesar de não ter aparentemente resultado, esta é uma estratégia a continuar: ” talvez numa época normal as coisas tivessem sido diferentes”. A saturação parece fazer parte de um atleta de quem se tem sempre esperado bastante, pela sua posição ao nível do atletismo internacional. ”A única coisa boa que vou levar daqui é o dia em que eu for para o Aeroporto, porque esta época precisa de acabar para mim, preciso de recomeçar”, começou por dizer, embora a emenda surgisse parcialmente de seguida, considerando que a agenda preenchida, com meetings, poderá levar a que este desejo ainda demore mais alguns dias a ser atingido. ” Não é muito simpático recusar convites para meetings”, reconheceu, embora a decisão da não participação seja tripartida entre o atleta, treinador e empresária, que poderá ter a capacidade de informar os organizadores da vontade do atleta.
Durante a entrevista, a passagem de Reese Hoffa foi acompanhada por uma palavra e um toque de apreço, que Marco Fortes justificou: “Nós conhecemo-nos, conhecemos muitas das nossas frustrações, temos muitas conversas. O Reese Hoffa sabe bem o que eu estou a passar”. O reconhecimento de Marco a este gesto acabaria por ser retribuído mais à frente, ele que encontrou o norte-americano já em diversos meetings internacionais.
Para a final estarão presentes os 12 atletas habituais, quatro deles com marca de qualificação direta, que estava fixada em 20.65 metros. Hoje lançou mais longe o norte-americano Ryan Whiting, o único acima dos 21 metros, com 21.51 metros. A final irá disputar-se já amanhã, a partir das 20:10 horas locais, sem o português Marco Fortes que até voltar a Portugal irá refletir sobre os convites aos vários meetings que tentam a sua participação.
RESULTADOS (Lançamento do Peso Masc. – Qualificação):
1. Ryan Whiting (EUA) – 21.51
2. Ladislav Prasil (República Checa) – 20.90
3. Tomasz Majewski (Polónia) – 20.76
(…)
16. Marco Fortes (Portugal) – 19.38
Enviados Especiais: Edgar Barreira (texto) e Filipe Oliveira (foto)
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![[MOS13] Marco Fortes sem presença na final](/images/arquivo/2013/eventos/moscovo13/marco_fortes.jpg)
