|
Saltos e Lançamentos deverão ter forte apoio local.
A Rússia não deverá deixar escapar muitas medalhas nas disciplinas técnicas, apesar da forte oposição de outros países. Elena Isinbayeva dirá adeus em Moscovo…
Como sempre as disciplinas técnicas trazem motivos que sobram em interesse para a maioria dos países presentes, pelo menos aqueles que investem no chamado atletismo total, ao invés da aposta num conjunto de especialidades, como são os casos de Quénia e Etiópia nas disciplinas de meio-fundo e fundo ou o caso da Jamaica na velocidade.
O QUE ESPERAR DO SETOR MASCULINO?
E a Rússia é sempre uma candidata aos grandes resultados globais, tal como os Estados Unidos da América. Mas é curiosamente do Qatar um dos principais valores a esperar no salto em altura masculina, com a presença certa de Mutaz Barshim, que terá de opor ao líder mundial do ano, o ucraniano Bohdan Bondarenko. Será que vamos ver dois atletas acima dos 2.40 metros no Estádio Olímpico? Por outro lado o salto com vara tem em Renaud Lavillenie o principal candidato à vitória final, com o francês a ter pela primeira vez uma ajuda extra em pista, o seu irmão Valentin Lavillenie. No salto em comprimento está tudo em aberto, apesar de o russo Aleksandr MEnkov, este ano com 8.42 metros, poder levar a vantagem de competir com o seu público a apoiar, mas sem se poder esquecer de nomes que esta época já saltaram acima dos 8.30 metros: Mauro da Silva (Brasil), Jinzhe Li (China), Eusébio Caceres (Espanha) e Luis Rivera (México). No triplo salto o regresso de Teddy Tamgho (França) é encarado como um forte fator de disputa, já que terá ao seu lado adversários como Yann Rapinier (França), Daniele Greco (Itália), Marian Oprea (Roménia) e os norte-americanos Will Claye e Christian Taylor.
Nos lançamentos, o Peso é o engenho que mais dúvidas provoca, depois de a maioria dos especialistas mundiais terem optado por uma época mais contida, incluindo o português Marco Fortes. O argentino German Lauro pode muito bem provocar a surpresa, com o atleta a ter uma época sensacional, já com 21.26 metros, uma realidade que em termos de época só é batido pelo checo Ladislav Prasil, Reese Hoffa e Ryan Whitting, estes últimos norte-americanos. No lançamento do disco parece difícil que o polaco Piotr Malachowski venha a ceder, ele que é o único esta temporada acima dos 70 metros, numa disciplina onde a Rússia só terá um atleta presente. Outros argumentos russos devem encontrar-se no lançamento do martelo, com o melhor da casa a ser esta temporada Sergej Litvinov, não podendo adormecer com a habitual concorrência do húngaro Krisztián Parz e do checo Lukas Melich. Mais em aberto fica ainda a prova do lançamento do dardo, com muitos atletas candidatos à vitória.
ISINBAYEVA QUER TERMINAR EM GRANDE A SUA CARREIRA COMPETITIVA
A russa Elena Isinbayeva nunca escondeu a sua vontade de terminar a carreira junto do seu público. E assim será, com a russa a fazer-se representar no salto com vara, não com o domínio habitual, mas sendo uma das principais atletas da época. Obviamente que não poderá competir alheia aos grandes registos internacionais da cubana Yarisley Silva ou da norte-americana Jennifer Suhr, além de outras referências mundiais. Longe dos melhores tempos, o salto em altura promete igualmente luta, que pode muito bem ser entre Rússia (Anna Chicherova) e Estados Unidos da América (Brigetta Barrett), mas sem excluir outros nomes relevantes, embora com a ausência da croata Blanka Vlasic, por lesão. No salto em comprimento a Rússia apresenta as habituais armas fortes, mas que não podem facilmente ser atribuídas a sucesso final, perante as presenças de Brittney Reese (este ano com 7.25 metros) ou da nigeriana Blessing Okagbare. Este ano o triplo salto feminino não está para grandes candidatas e a previsão de resultados resulta em dificuldade na análise.
O lançamento do peso tem quase uma candidata à vitória tornada numa realidade óbvia, já que Valerie Adams (Nova Zelândia) é a única que parece capaz de chegar perto dos 21 metros entre as inscritas. Por outro lado o lançamento do disco parece trazer uma novidade em 2013, a jovem revelação chinesa Siyu Gu que esta temporada chegou aos 67.86 metros, embora não tenha a experiência competitiva de outras atletas, entre elas a líder mundial do ano, a croata Sandra Perkovic (68.96 metros), esta sim verdadeiramente favorita. A hegemonia no lançamento do martelo está também a Leste, mas na Rússia, que tem à sua disposição a recordista Tatyana Lysenko (78.15) ou ainda Oksana Kondrateva (77.13). E a Rússia volta a marcar pontos no favoritivismo, considerando o lançamento do dardo, onde Maria Abakumova é a referência internacional do ano, com 69.34 metros, muito acima de todas as suas adversárias ao longo do ano.
AUSÊNCIA DE ENNIS É MUITO NOTADA NAS PROVAS COMBINADAS
Por fim as Provas Combinadas, onde estão inscritos 36 atletas no Decatlo e 34 atletas no Heptatlo. E é no Heptatlo onde se nota a maior ausência, com a britânica Jessica Ennis a abdicar da sua presença. Entre as inscritas a que tem melhor registo neste ano é a norte-americana Sharon Day, esperando-se uma luta bastante aberta até final. E é norte-americano o favoritismo se falarmos de Decatlo, com a presença do recordista mundial Ashton Eaton, este ano a um nível competitivo inferior a outros anos e muito equilibrado aos seus colegas de seleção Gunnar Nixon e Jeremy Taiwo, para além da referência de Trey Hardee.
E acabadas as análises será tempo de aguardar o começo destes Mundiais, já a partir de amanhã. O evento será acompanhado de perto pelo Atleta-Digital, não só dos atletas portugueses, mas também ao nível do atletismo internacional.
Enviados Especiais: Edgar Barreira e Filipe Oliveira
|
![[MOS13] Disciplinas técnicas motivam interesse](/images/arquivo/2009/eventos/berlim2009/piotr_malachowski.jpg)
