Demissão de Pedro Branco leva a nova estrutura.
Depois da reformulação da estrutura técnica nacional, Jorge Vieira prepara-se para alterações ao nível do Departamento Médico.
A poucos dias do Mundial deste ano, mais uma batalha a travar pela atual direção da Federação Portuguesa de Atletismo. Ao longo desta semana Pedro Branco apresentou a demissão do departamento médico, ele que era há vários anos o líder de uma estrutura que foi sempre louvada pelos atletas de alto nível, que a ela recorriam. O abandono do doutor, que é também um dos atores máximos da luta contra o doping em todo a Europa, ao exercer o cargo de chefe máximo do apoio médico e anti-doping na Associação Europeia de Atletismo, reveste-se de perda para a FPA.
” Durante vários anos a FPA constituiu um serviço médico complementar aos clubes, não porque fosse a nossa vocação, mas porque sentíamos que ao nível dos clubes os atletas não tinham o apoio adequado para este nível de performance”, começou por responder Jorge Vieira aos jornalistas na apresentação da equipa portuguesa para o Mundial. E esta resposta suscitaria mais tarde a antecipação de um cenário extremo, caso o órgão federativo não encontre a melhor resposta a esta demissão, que foi também em bloco realizada por outros elementos do departamento: ” Poderemos ter de dizer aos atletas que devem procurar o apoio médico nos clubes e nos Centros de Medicina Desportiva”.
Em causa está o pedido para que o departamento médico fizesse ajustes financeiros, que levaria Pedro Branco à demissão por não querer ”ser responsável pelo desmantelamento desta equipa”, uma resposta que terá sido dada a Jorge Vieira, presidente da FPA, que no entanto afirmou nunca ter estado em cima da mesa o despedimento de qualquer elemento dessa mesma equipa.
”Não nos resta outra solução que não a de reconstruir uma equipa médica, com outros parâmetros de funcionamento que nos assegurem a subsistência financeira dessa mesma equipa”, lançou Jorge Vieira, que pondera até que o apoio médico seja dado aos atletas de Alta Competição, mas também fazendo consultas externas, que possam ser a forma de subsistência de um departamento médico ativo, no apoio aos melhores atletas portugueses.
” Há atletas preocupados com o futuro, mas nós já lhes prometemos que não lhes faltará apoio a esse nível quando iniciarem a nova época”, garantiu o líder máximo da instituição que comanda o atletismo nacional e que está a dias de partir para Moscovo, para mais uma edição do Mundial, onde a liderar a equipa médica estará a Dra. Isabel Crespo, já habituada à presença em grandes eventos internacionais, tendo sido a destacada para acompanhar o último Campeonato de Portugal, que decorreu em Leiria.
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