|
Paulo Conceição teve um dia infeliz.
Nos concursos faltou a Portugal o tal elemento diferenciador que não ocorreu nas provas de meio-fundo e fundo...e a isso somou-se o fim da tabela no salto em altura.
Os concursos traziam diversas dúvidas na seleção nacional, principalmente pelas condições atmosféricas que variaram durante a tarde, um fator que era comum a todos. ” O grande problema é o tempo não estar estável, as condições estão sempre a mudar”, dizia Marco Fortes no final. E foi talvez este elemento que se juntou à inexperiência de Paulo Conceição no salto em altura, que tornou a prestação portuguesa em algo menos positivo do que era esperado, apesar de resultados globalmente positivos. Das sete provas disputadas neste particular, seis estiveram dentro do top-5, permitindo a Portugal amealhar muitos pontos, apesar de ligeiramente abaixo da previsão inicial. Perdendo-se cerca de 5 pontos relativamente ao previsto, precisará Portugal de recuperar algum fôlego para amanhã tentar ainda garantir uma subida à Superliga.
E O QUE ACONTECEU PROVA A PROVA...
Portugal começou bastante bem, com o primeiro concurso do dia a pertencer a Dário Manso, no lançamento do martelo. O português esteve acima da previsão inicial, ao concluir com 66.71 metros, no quarto lugar, concretizando a vinda de nove pontos para as aspirações lusas. A grande desilusão do dia acabaria mesmo por ser o sueco Jons Mattias, que era candidato a um dos três primeiros lugares, mas que acabou a fazer três nulos, sem qualquer marca válida, logo não somando qualquer ponto para a Suécia.
Seguir-se-ia a prova de lançamento do peso, onde Marco Fortes tinha de estar bem para tentar uma vitória que era, à partida, improvável. A prova não teve surpresas de maior e acabou mesmo por ser o checo Ladislav Prasil a conquistar a vitória com um último ensaio a 20.63 metros, respondido pelo búlgaro Gerogi Ivanov, que ficaria a 10 centímetros deste. A marca de 20.04 metros, obtida por Fortes, acabaria por estar muito acima do quarto classificado, o sueco Leif Arrhenius, mas a cerca de meio metro de Ivanov. ”O objetivo era dar o maior número de pontos possível”, disse Marco Fortes que conquistou um bom registo, tendo em conta as condições meteorológicas.
O bom ritmo a que seguiam os concursos para Portugal, acabou abalado pela prova de salto em altura, que voltou a ser limitante para as pontuações nacionais. O estreante Paulo Conceição não se adaptou às difíceis condições meteorológicas e não fez melhor que 2.05 metros, terminando no último lugar, longe dos lugares intermédios. E hoje venceu o experiente Jaroslav Bába, com os mesmos 2.20 metros do segundo classificado, o romeno Mihai Donisan. O atleta que mais surpreendeu foi o holandês Douwe Amels, que não precisou mais do que 2.15 metros para empatar com o belga Bram Ghuys.
No salto em comprimento masculino a dúvida até ontem era se Marcos Chuva estaria nas condições para competir e cumpridas as condições mínimas, o saltador português acabou mesmo por saltar. E em boa hora apareceu a competir, ao conquistar 7.74 metros e um excelente quarto lugar, acima do previsto. ” Estava um bocado inseguro em relação a quanto conseguiria fazer”, assumiu Chuva no final, bastante contente com a prestação. Eero Haapala (Finlândia) acabou por contrariar a previsão e bateu o sueco Michel Tornéus por um escasso centímetro, levando 12 importantes pontos para a Finlândia que acabou o dia a fugir à despromoção, estando para já no meio da tabela.
Uma das provas onde a imprevisibilidade do clima mais podia provocar surpresas era a do salto com vara feminino. A chuva acabou mesmo por ser a principal adversária de todas as atletas que estiveram no Estádio de Morton. Assim, o fator sorte passou a ser o aliado de todas as presentes, numa prova ganha, ainda assim, pela favorita Jirina Svoboda (Rep. Checa). Entre as “vítimas” pela chuva esteve a holandesa Rianna Galiard, que em condições normais acabaria a meio da tabela, mas que hoje não conseguiu qualquer marca válida. Esta é uma situação que beneficiou as contas para Portugal, que teve Leonor Tavares a saltar 4 metros certos, com a mesma pontuação de uma das favoritas, a sueca Angelica Bengtssor. Concretizaram-se, assim, 7.5 pontos.
No triplo salto feminino as mudanças de vento foram inimigas da perfeição para as atletas presentes e para Susana Costa tornou-se difícil de segurar a previsão de que poderia mesmo trazer 12 pontos para Portugal. A portuguesa conquistou o terceiro lugar, com 13.37 metros, marca anti-regulamentar pelo vento. Hoje muito beneficiou a finlandesa Elina Torro, que foi bafejada por 6.5m/s de vento a favor para ficar na frente da atleta portuguesa, com 13.45 metros, só batida pela jovem búlgara Gabriela Petrova, que venceu com 13.55 metros.
A candidata à vitória no lançamento do disco era a portuguesa Irina Rodrigues, que só por uma vez chegou acima dos 55 metros, com o terceiro ensaio a 55.20 metros, o que levou a que esse lugar cimeiro ficasse, por troca de expectativas, com a experiente romena Nicoleta Grasu, que hoje obteve 57.34 metros. A constante mudança de ventos prejudicou todas as marcas nesta competição e defraudaram algumas expectativas, nomeadamente a possibilidade de uma vitória portuguesa.
Por fim, um dos mais positivos resultados nacionais, obtido na prova de lançamento do dardo. Sílvia Cruz foi a representante portuguesa e parece voltar aos melhores momentos da carreira, apesar de estar ainda longe das suas melhores marcas. Hoje a portuguesa lançou 53.11 metros, usando da sua experiência neste género de competições para conquistar 10 pontos. Os dois primeiros lugares acabariam na mão das esperadas Oona Sormunen (56.04) e Eliza Toader (55.89).” A chuva foi muito complicada, os pés começaram a escorregar, os dardos começaram a ficar muito pesados”, comentou Sílvia Cruz ao site da Federação Portuguesa de Atletismo no final do evento.
RESULTADOS (Altura Masc.):
1. Jaroslav Bába (Rep. Checa) – 2.20
2. Mihai Donisan (Roménia) – 2.20
3. Jussi Viita (Finlândia) – 2.15
(...)
12. Paulo Conceição (Portugal) – 2.05
RESULTADOS (Lanç. Martelo Masc.):
1. Krisztián Pars (Hungria) – 76.56
2. Luks Melich (Rep. Checa) – 75.02
3. Tuomas Seppsnen (Finlândia) – 68.81
4. Dário Manso (Portugal) – 66.71
RESULTADOS (Lanç. Peso Masc.):
1. Ladislav Prásil (Rep. Checa) – 20.62
2. Georgi Ivanov (Bulgária) – 20.53
3. Marco Fortes (Portugal) – 20.04
RESULTADOS (Comprimento Masc.):
1. Eero Haapala (Finlândia) – 7.96v
2. Michel Tornéus (Suécia) – 7.95v
3. Denis Eradiri (Bulgária) – 7.84v
4. Marcos Chuva (Portugal) – 7.74v
RESULTADOS (Vara Fem.)
1. Jirina Svoboda (Rep. Checa) – 4.40
2. Tori Pena (Irlanda) – 4.30
3. Minna Nikkanen (Finlândia) – 4.30
(...)
5. Leonor Tavares (Portugal) – 4.00
RESULTADOS (Triplo Fem.)
1. Gabriela Petrova (Bulgária) – 13.55v
2. Elina Torro (Finlândia) – 13.45v
3. Susana Costa (Portugal) – 13.37v
RESULTADOS (Disco Fem.)
1. Nicoleta Grasu (Roménia) – 57.34
2. Anita Márton (Hungria) – 56.43
3. Sofia Larsson (Suécia) – 55.96
4. Irina Rodrigues (Portugal) – 55.20
RESULTADOS (Dardo Fem.)
1. Oona Sormunen (Finlândia) – 56.04
2. Eliza Toader (Roménia) – 55.89
3. Sílvia Cruz (Portugal) – 53.11
|