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Nacional de Clubes pode já determinar parte da seleção.
Portugal competirá este ano na I Liga do Campeonato Europeu de Nações, que se disputa dentro de duas semanas em Dublin.
A pré-seleção foi lançada este ano para dar conhecimento dos potenciais atletas que deverão ir para estágio antes do Europeu de Nações, estágio esse que será realizado nos dias anteriores em Lisboa. Mas o objetivo da pré-seleção foi também elaborado com o intuito de deixar em aberto eventuais disputas diretas, que possam servir de argumento para a decisão de João Abrantes, o responsável técnico da equipa para Dublin. No entanto há disputas diretas que não ocorrerão neste Nacional de Clubes, até porque a maioria dos pré-selecionados fazem parte de Sporting e Benfica, os dois clubes que mais disputas deverão fazer acontecer neste fim-de-semana. Para esse efeito os meetings de Huelva (Espanha), Salamanca (Espanha) e de Leiria (Portugal) servirão como outros palcos de observação, cobrindo-se quase todas as especialidades. Sem ser no Nacional de Clubes, ficarão por avaliar as especialidades dos 3000 metros, em ambos os géneros, o lançamento do disco masculino e o salto com vara feminino. Neste último caso a situação é particularmente crítica, já que das três atletas pré-selecionadas, duas vestem as cores do Sporting, sendo provavelmente Marta Onofre a atleta a ficar de fora de qualquer uma das competições de observação, já que no Nacional de Clubes as varistas Leonor Tavares (Sporting) e Cátia Pereira (JOMA) terão oportunidade de competir.
AS ESTAFETAS E AS INCÓGNITAS NAS DISCIPLINAS INDIVIDUAIS
Tanto o setor masculino como o feminino apresentam-se com lugares que muita disputa podem prometer, até pela dúvida do momento de forma de alguns dos atletas. E um dos pontos que mais merecerá acompanhar ocorre no setor da velocidade, dado que além de ser necessário avaliar as prestações nas especialidades de 100, 200 e 400 metros, estão em jogo também as equipas de estafetas.
Da estafeta masculina de 4x100 metros só Ricardo Pacheco não está entre os pré-selecionados, mas tudo depende dos momentos de forma e das escolhas de Sporting e Benfica já neste fim-de-semana. Arnaldo Abrantes é uma peça quase certa, até pela sua capacidade de dobrar tanto na estafeta de 4x100 metros, como de 4x400 metros, enquanto Yazaldes Nascimento será muito provavelmente a escolha do Benfica para uma das provas de velocidade, neste fim-de-semana, já possuindo rotina da estafeta nacional. Francis Obikwelu é uma incógnita e no Sporting pode ser substituído nas provas mais rápidas tanto pelo jovem Carlos Nascimento, como por David Lima, vindo de Inglaterra. Mas também Ricardo Monteiro tem rotina de estafeta e entre os menos experientes estão Diogo Antunes e Pedro Bernardo. Da análise destes atletas sairão as escolhas para os 100 e 200 metros, que deverão pertencer a dois atletas diferentes. As escolhas para os 4x400 metros, dependerão também da luta de lugares nos 400 metros planos e dos 400 metros barreiras, em Dublin disputadas no dia anterior à estafeta. Sem possibilidade de estar no Nacional de Clubes, o individual João Ferreira para garantir de novo lugar numa das especialidades poderá disputar os 400 metros em qualquer um dos três meetings de observação, mas só terá a possibilidade de disputar os 400 metros barreiras no meeting de Salamanca. Vítor dos Santos ou Arnaldo Abrantes parecem os atletas com mais possibilidade de disputa nos 400 metros, além de João Ferreira. Nos 400 metros barreiras só neste fim-de-semana se ficará a perceber o momento de forma de Jorge Paula, no caso da sua participação, já que para o lugar dos 400 metros barreiras estão em jogo Ricardo Lima e João Ferreira.
Do lado feminino as incógnitas são também muitas e a lógica da escolha dos lugares deverá acompanhar a do setor masculino, mas talvez com menos dúvidas. Isto porque será muito provável que Sónia Tavares seja novamente a eleita para os 100 metros, enquanto Carla Tavares está muito provavelmente a lutar pela vaga nos 200 metros, distância onde ainda não se viu Sónia esta época. A existir luta pelo lugar nos 200 metros, há que esperar pelo meeting de Salamanca, o único que contempla esta distância. Assim o resto da equipa da estafeta de 4x100 metros poderá ser composta por Eva Vital, Andreia Vital e eventualmente Tânia Duarte, as duas primeiras polivalentes nos 100 metros barreiras, a segunda uma boa alternativa tanto para os 100, como para os 200 metros. Os 400 metros (planos e com barreiras) e as estafetas 4x400 metros muito dependerão do momento de Vera Barbosa, que até à data se tem mantido em processo de recuperação de lesão. Enquanto nos 400 metros planos a substituição pode muito bem ser feita com a jovem Cátia Azevedo, nos 400 metros barreiras a substituição de Vera Barbosa é mais complicada, face à diferença do nível competitivo. Dorothé Évora parece uma muito provável integrante da estafeta de 4x400 metros, tal como Carolina Duarte.
OUTRAS DISPUTAS EM JOGO JÁ ESTE FIM-DE-SEMANA
Um dos interessantes duelos deste fim-de-semana deverá ocorrer no salto em altura masculino, entre o líder nacional do ano, o benfiquista Paulo Conceição e o experiente Roman Guily. Esta é uma especialidade que pode ser debatida em qualquer um dos três meetings de observação e onde nas contas pode ainda entrar Tiago Pereira, que não deverá competir este fim-de-semana. Nos saltos horizontais, apesar de Marcos Caldeira ser colocado como um potencial candidato, só deverá fazer parte das contas da equipa no caso de lesão de algum dos atletas, já que tanto Marcos Chuva (comprimento) como Nelson Évora (triplo) parecem estar recuperados e em ascensão de forma e deverão ser as escolhas deste fim-de-semana, no Nacional de Clubes.
Do lado feminino será interessante perceber qual será a escolha do Sporting para a prova de 3000 metros obstáculos, já que são Clarisse Cruz e Salomé Rocha as candidatas a estarem em Dublin, tendo depois deste Nacional a oportunidade de ou competir em Huelva ou em Salamanca, ambas as provas no próximo da 12. Apesar de Naide Gomes ser a experiente representante portuguesa no salto em comprimento, as suas recente participação em meeting internacionais (Innsbruck e Munique) não a colocam confortavelmente em Dublin, abrindo a esperança à sua colega de equipa Shaina Mags, que não deverá competir no Nacional de Clubes, mas tem duas oportunidades de competição, nos meetings de Salamanca e de Leiria. A mesma questão se coloca no triplo salto, mas entre Patrícia Mamona e Susana Costa, com a segunda a não estar neste Nacional de Clubes por competir como individual. Assim, tudo parece depender de um eventual embate entre as duas no Meeting de Huelva, apesar de Mamona ser natural favorita, até pela sua experiência internacional.
Nas disciplinas de fundo este Nacional de Clubes pode não vir a decidir tudo, principalmente no setor feminino. Para os 3000 e 5000 metros são Dulce Félix, Jéssica Augusto e Salomé Rocha a decidirem tudo. Dulce Félix estará na Taça da Europa de 10 mil metros e perfila-se para os 5 mil metros, não devendo dobrar nos 3 mil metros, onde Jéssica Augusto deverá ser mais indicada, apesar de Salomé Rocha ser uma boa alternativa. Nos 800 metros masculinos a luta pode também vir a ser interessante, entre João Brás (Sporting) e um dos benfiquistas, Miguel Moreira ou Emanuel Rolim, eles que tiveram uma luta interessante nas recentes Provas de Observação. Só Huelva pode decidir uma eventual dúvida que saia deste fim-de-semana nesta especialidade. No setor masculino é provável que a estar presente Rui Silva opte por estar só numa das distâncias, eventualmente os 3000 metros, já que Rui Pedro Silva parece estar mais destinado aos 5 mil metros, embora Rui Pinto possa entrar também nestas contas.
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Saudações atléticas