Depois do cancelamento em Gaza, prova palestiana avança.
De iniciativa de duas dinamarquesas, a prova irá ter a sua primeira edição em Belém, junto à igreja da Natividade.
A visita das grandes Maratonas às grandes cidades é normalmente uma das práticas comuns, mas noutros locais do planeta as Maratonas são também encaradas como formas de promover uma região ou de promover diálogos entre povos e tentativas de consensos. Mas nem sempre a missão tem sido concretizada e no passado dia 11 a Maratona em Gaza (a Oeste de Israel) foi cancelada pela proibição da participação das mulheres, numa decisão que o Hamas, grupo palestiano que tem gerido a difícil Faixa de Gaza, considerou a favor dos princípios islâmicos. Estava prevista a participação de cerca de 400 mulheres.
Do lado Este de Israel é agora a Maratona de Belém, na Palestina, a ter organização, já no próximo domingo, dia 21 de abril. Depois de Israel ter condenado o facto do Hamas não ter permitido a participação de mulheres, são agora as forças armadas israelitas a impedirem a participação dos cidadãos de Hamas na Maratona em Belém, numa aparente contradição. Os vistos não foram concedidos e a segurança dos participantes não foi garantida, mesmo que com o pedido formal do responsável pelo Comité Olímpico da Palestina.
Ainda assim a Maratona de Belém vai ser realizada e promete ser um evento que marcará a história regional, de povos que há muito lutam por diversos tipos de liberdade. A prova terá a disputa das distâncias de Maratona, Meia-Maratona, 10 quilómetros e 5 quilómetros, prevendo-se a presença de algumas centenas de atletas, com presença também de estrangeiros. O objetivo da organização de duas dinamarquesas que dinamizam o evento é simples : ”aumentar o destaque dos direitos básicos da liberdade de movimentação”. Para lá dos blocos e barreiras criados pelas tomadas de posição, a Organização pretende mostrar a beleza natural do local e ainda a cultura nele presente. A prova terá começo e término na Igreja da Natividade, passando por um campo de refugiados e por uma plantação de oliveiras, num percurso de duas voltas, evitando a passagem em zonas mais perigosas para os participantes. Tudo se realizará dentro da zona designada por West Bank, que está sob controlo palestiniano.
O evento deverá ter segurança apertada, não só pelo perigo que a zona naturalmente constitui, mas também em alerta pelas explosões ocorridas recentemente na Maratona de Boston, nos Estados Unidos da América. De notar que a maioria dos chamados países ocidentais não reconhecerem a Palestina como estado independente, com os Estados Unidos da América a liderarem o processo dos países que estão contra o reconhecimento, além da União Europeia. Entre os países que não reconhecem o Estado palestiniano está Portugal, embora já 133 países reconheçam a Palestina.
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