Mulheres cimentaram domínio sobre Homens.
Em 2012 as mulheres portuguesas conquistaram 7 medalhas em grandes eventos internacionais, num ano que foi intenso em competições.
Das 263 medalhas que Portugal trouxe para o seu medalheiro desde o início das contagens, que começaram com o Ouro de Carlos Lopes no Mundial de Corta-Mato de 1976, 150 pertencem a mulheres. De facto nesta luta as mulheres são o sexo forte e o ano de 2012 foi bastante contrastante nesse sentido.
Irina Rodrigues protagonizou a primeira medalha do ano, no escalão sub-23, durante a Taça da Europa de Lançamentos, disputada em Bar (Montenegro). O concurso de lançamento do disco não correu particularmente bem à jovem atleta portuguesa que se dedicou totalmente aos Jogos Olímpicos neste ano. Não terão sido os 54.83 metros a deixarem a atleta leiriense feliz, mas sim a medalha de Prata, numa competição onde se tem habituado a medalhar. A derrota foi só com Sandra Perkovic (Croácia), que foi em agosto a campeã olímpica da especialidade (!).[Consulte a notícia da medalha]
A começar o mês de junho a Taça da Europa de 10000 metros traria mais duas medalhas a Portugal, uma individual, outra coletiva. Em Bilbau (Espanha) a fundista Sara Moreira ganhou pela segunda vez consecutiva e arrecadou mais uma medalha para a sua conta, sendo já a quinta atleta mais medalhada de sempre entre os dois géneros, a terceira nas contas femininas. A sua ascensão à 13ª medalha internacional da carreira fez-se também com o bronze coletivo, que premeou o esforço da equipa que teve, além de Sara Moreira, a presença de Ana Dias e Leonor Carneiro, dentro da pontuação para a equipa. Também estas beneficiaram a sua conta pessoal de medalhas, com Ana Dias a chegar à sua 13ª e provavelmente última medalha da carreira.[Consulte a notícia da medalha]
Mas mais tarde Sara Moreira viria a arrecadar mais uma medalha, a 14ª da sua carreira internacional, ao chegar à medalha de Bronze durante o Europeu de ar livre, no final de junho. A prova, que se realizou em Helsínquia (Finlândia) foi agridoce para a atleta português que poderia ter terminado o seu sonho com uma falsa partida invulgar. Depois dos nervos, veio um ataque e depois do ataque uma ligeira quebra, numa estratégia de corrida que afinal poderia ter sido melhor, como a própria admitiu ao Atleta-Digital : ”Se calhar ataquei cedo demais, mas uma medalha é uma medalha…”. A subida ao pódio foi emocionada, num ano atribulado, mas com saldo muito positivo para Sara Moreira...[Consulte a notícia da medalha]
O mesmo Europeu de Ar Livre reservaria outra medalha, por intermédio de Patrícia Mamona, saltadora que já nos habituou aos grandes voos nos grandes eventos. Sem a presença do seu treinador, o Prof. José Uva, o técnico de serviço foi o selecionador nacional, ex-TN de Saltos. Ao primeiro ensaio da qualificação saiam das suas pernas 14.41 metros, a um centímetro do recorde nacional. ”O objetivo era estar aqui e a partir daí o que vier é bom”, disse Mamona, numa qualificação onde a portuguesa Susana Costa foi a primeira não qualificada. Na final novamente o primeiro salto ditou uma medalha quase certa, depois de pular 14.52 metros. Daí para a frente foi estável acima dos 14 metros e a chegada ao último ensaio já era com a medalha de Prata garantida, a mais de 40 centímetros do colosso da ucraniana Olha Saladuha, a medalhada de bronze pouco mais de um mês depois, nos Jogos Olímpicos de Verão. Foi, assim, a primeira medalha internacional pelas cores nacionais, depois da sua anterior grande medalha ter ocorrido nos Universitários norte-americanos, quando aí foi estudante na área da medicina. [Consulte a notícia da medalha]
A finalizar o Europeu de Ar Livre, Dulce Félix chegou à sua primeira medalha internacional do ano. A participar na final direta dos 10 mil metros, Dulce Félix decidiu arriscar tudo e partir à aventura da isolação a oito voltas do fim. As voltas foram passando e o Estádio Olímpico de Helsínquia foi ficando convencido que seria a portuguesa a cortar a meta no primeiro lugar...e foi mesmo! “Sabia que tinha de arriscar muito mais cedo que elas e já estava decidido que aos sete ou oito quilómetros iria atacar”, disse no final ao Atleta-Digital. Os 31.44,75 minutos ficarão na história do atletismo nacional, no dia em que se fizeram 18 anos sobre a medalha de Ouro de Fernanda Ribeiro na mesma cidade, também para Europeus de Ar Livre. Soou, assim, “A Portuguesa” no pódio exterior ao Estádio, perante toda a equipa nacional e todo o público presente.[Consulte a notícia da medalha]
Voltou a ser num Europeu de Corta-Mato que Dulce Félix tornou a ser destaque, depois de uma aventura falhada na Maratona de Nova Iorque. A portuguesa tornaria a conquistar a medalha de Prata, chegando à sua 11ª medalha da carreira internacional, não chegando à 12ª medalha por Portugal não chegar ao pódio coletivo, como era hábito e tradição no setor feminino. ”Tenho a certeza que as minhas colegas deram o seu melhor”, considerava no final, contente pela medalha de Prata, mas de certa forma com uma pequena “raiva” de pelo segundo ano consecutivo Fionnuala Britton (Irlanda) lhe ter “tirado o pão da boca”, que é como quem diz, não ter deixado Dulce Félix chegar à desejada medalha de Ouro. O Europeu de Corta-Mato continua a ser a prova onde Portugal apresenta mais medalhas, 55 no seu todo, contra as 31 medalhas do Europeu de Ar Livre e as 23 medalhas da Taça da Europa de 10000 metros.[Consulte a notícia da medalha]
O top-5 de das mulheres portuguesas mais medalhas em eventos de atletismo internacional é, assim composto pelas seguintes atletas :
1. Fernanda Ribeiro (13+7+5) – 25 medalhas
2. Inês Monteiro (10+3+4) – 17 medalhas
3. Sara Moreira (6+2+6) – 14 medalhas
4. Ana Dias (5+1+7) – 13 medalhas
5. Aurora Cunha (7+3+2) – 12 medalhas
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