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Fim de ciclo para Fernando Mota...continuidade de Jorge Vieira.
Os órgãos sociais da Federação Portuguesa de Atletismo foram hoje oficialmente empossados, com presença do Secretário de Estado do Desporto e Juventude.
Fechou-se o ciclo de Fernando Mota à frente dos destinos da Federação Portuguesa de Atletismo. 19 anos após assumir o cargo de presidente, naquele que veio a ser o presidente com maior longevidade à frente dos destinos desta federação, Fernando Mota transmitiu hoje a pasta ao seu vice-presidente, Jorge Vieira.
A cerimónia decorreu em Sintra, num auditório de uma unidade hoteleira, com mais de uma centena de personalidades ligadas ao atletismo e às associações regionais, que de seguida tiveram a primeira assembleia-geral desta nova “era”. À hora, o primeiro a falar foi Victor Mangerão, presidente cessante da Assembleia-Geral que também pertenceu aos órgãos federativos ao longo de vários anos. ”Aguentámos muita coisa e chegámos aqui hoje”, foi uma das frases fortes de Mangerão, que aproveitou a presença do Secretário de Estado para transmitir a importância da modalidade e a sua união no momento da mudança de ciclo : ”É bom que não seja um momento de polémicas, mas um momento de unidade”.Leonel Carvalho, um dos candidatos nas recentes eleições, esteve ausente, enquanto Vitor Mano marcou hoje presença. ”O desporto faz parte do Estado social”, disse Mangerão, que apelou aos esforços governamentais para a continuação na aposta desportiva. O pedido especial deste discurso viria perto do fim, quando o presidente da assembleia-geral, emocionado, pediu autorização para que no peito continuasse a levar o “pin” da Federação Portuguesa de Atletismo. ”Vítor Mangerão acabou para a Federação Portuguesa de Atletismo, mas Vítor Mangerão não acabou para o atletismo”, rematou um dos mais experimentados dirigentes no atletismo nacional No forte abraço com o novo presidente da Assembleia-Geral, Alberto Coelho, ficou a transmissão de testemunho que acabaria por ser o ponto de partida para o empossar dos novos órgãos sociais. ”Não existem ganhadores, nem perdedores”, aludiu o novo representante máximo da Assembleia-Geral que rapidamente deu início ao processo de assinaturas dos novos dirigentes e aos discursos, que desta vez foram lidos, em vez de se recorrer ao improviso.
FINANCIAMENTO É O DESAFIO PRINCIPAL PARA A EQUIPA LIDERADA POR JORGE VIEIRA
Já o tinha dito durante a campanha, disse-o no seu primeiro discurso após ser eleito presidente e voltou hoje a repetir a sua prioridade no desafio de angariar novas fontes de financiamento. Mas o facto de ser ”um pessimista tático e um otimista estratégico”, leva a que Jorge Vieira conclua que ”o atletismo não está mal por causa da crise, pode sim estar pior”. O novo presidente da Federação Portuguesa de Atletismo agradeceu particularmente a duas pessoas. ”Ao Professor António Vilela que é talvez o principal responsável de eu estar no atletismo” e ainda a Fernando Mota que nas palavras de Jorge Vieira ”foi o meu principal mentor”. À nova Direção pediu reunião de forças, um órgão social que já fez reuniões prévias para preparação de uma nova filosofia interna, que passará pela reestruturação: ”Há que fazer melhor o que sabemos fazer”. Lembrando os sucessos nacionais, Jorge Vieira espera que dos clubes apareça novas formas Organização, com um novo enfoque no papel dos treinadores : ”Necessitamos de uma nova ofensiva pelo lado dos treinadores”. Hoje os treinadores estiveram bem representados, com presença de João Ganço e João Campos, treinadores de campeões olímpicos, mas também com a presença da maioria dos Técnicos Nacionais, apesar da ausência de José Barros, ainda Diretor-Técnico Nacional.
”O desporto não pode ser imune às consequências económicas do nosso país”, refere Jorge Vieira, que de seguida coloca o atletismo como a ”a mais bela das coisas inúteis”, em compreensão com as necessidades básicas da população, onde o foco deve ser colocado. ”Apelamos a uma parceria virtuosa com o Governo”, um apelo retorquido de seguida por Alexandre Mestre, Secretário de Estado do Desporto e Juventude : ”Conte com o Governo para esta parceria”.
Sem nada a acrescentar sobre a questão do financiamento estatal à modalidade, Alexandre Mestre fez, contudo, a distinção para outras modalidades. ”Há um acréscimo desta modalidade em relação às demais”. Lembrando números como ”o aumento de clubes, aumento de treinadores e aumento da participação feminina”, Mestre apelou ao aumento da base, com o aumento de atletas nos escalões jovens. ”Continuamos a apostar na modalidade”, terminou Mestre, no seu curto discurso.
FERNANDO MOTA NÃO DISCURSOU, MAS DEIXOU DESEJOS DE SORTE AO SUCESSOR
Depois de uma campanha eleitoral onde apoiou o candidato da lista A, Fernando Mota voltou hoje a sentar-se ao lado do candidato que venceu as eleições, da lista B, Jorge Vieira. Este proximidade tem sido mais frequente nos últimos dias de mandato de Fernando Mota, que também conhece a fundo Jorge Vieira, um dos seus vice-presidentes. ”Todas as funções que ele [Jorge Vieira] foi desempenhando, desempenhou com inconformismos”, enalteceu Fernando Mota que espera que seja este mesmo inconformismo que venha a ser colocado no comando dos destinos da modalidade. O presidente cessante, que chegou a ser professor de Jorge Vieira, considera mesmo que ”o atletismo fica muito bem entregue”.
Considerando-se atento à valorização que a Administração Pública venha a dar à modalidade, Fernando Mota não tem dúvida que o Governo deve continuar a financiar a modalidade. ”Estou convicto que temos argumentos suficientemente fortes para o que o Governo responda com os mesmos níveis de financiamento”. Por outro lado Fernando Mota deixou um dos caminhos para que a nova Direção prossiga a sua luta atrás dos financiamentos : ”a importância que se tem de dedicar à procura de financiamento tem a ver com a visibilidade que a televisão pública tem de dar ao desporto”.
Sobre a sua passagem na modalidade e a entrega de testemunho que hoje Fernando Mota passou a Jorge Vieira, não deverá necessariamente afetar a paixão que o primeiro continua a nutrir. ”Seria possível esquecer o gosto pela modalidade?”, considerou Mota, que espera continuar presente na componente do espectador, dado o seu prazer ”de ver o progresso e a superação de recordes”. A partilha na comunidade do atletismo, as famílias inteiras relacionadas com a modalidade trazem a Fernando Mota as últimas palavras de uma entrevista concedida no final desta tomada de posse : ”Esta é a minha casa e a minha outra família”.
Hoje foi tirada a primeira fotografia dos novos órgãos sociais, naquele que foi o primeiro dia desta nova Direção. Os primeiros desafios prometem já aparecer no mês de janeiro, com o começo das provas de pista coberta e, com ela, a preparação da primeira seleção desta nova era para um evento internacional, o Europeu de Pista Coberta. Por desbloquear permanecem os apoios aos atletas internacionais, que deverão contar com dificuldades extremas nas suas preparações, durante os próximos meses.
ODRIOZOLA FOI REELEITO EM ESPANHA
Com um processo eleitoral mais atrasado que em Portugal, Espanha teve hoje o seu processo eleitoral para a Real Federação Espanhola de Atletismo. Foi reeleito José María Odriozola, com mais do dobro dos votos do candidato rival, Vicente Añó.
ÓRGÃOS SOCIAIS PARA O QUADRIÉNIO 2013/2016
Assembleia Geral
- Alberto António Rodrigues Coelho - Presidente
- Fernando Manuel Marques Boquinhas – Secretário
- Victor Manuel Serrador Fonseca da Mota – Secretário
Presidente da Federação
- Jorge António de Campos Vieira
Direcção
- Carlos Armando Oliveira Borges – Vice-Presidente
- Luís Manuel Martins Figueiredo – Vice-Presidente
- Paulo Jorge dos Santos Bernardo – Vice-Presidente
- Samuel da Silva Lopes – Vice-Presidente
- Edivaldo Isaías Carvalho Évora Monteiro – Vogal
- Fernando Manuel António Tavares - Vogal
- José Alberto Teixeira Regalo - Vogal
- José Luís Dias Honório - Vogal
- Maria Fernanda Moreira Ribeiro - Vogal
- Nuno Filipe Pereira Rangel - Vogal
- Rui Miguel Nobre Félix Loução - Vogal
- Susana Paula de Jesus Feitor - Vogal
Conselho de Justiça
- José Manuel Gião de Rodrigues Falcato - Presidente
- Gonçalo de Saldanha da Bandeira Botelho de Sousa - Vogal
- Fernando Augusto Ventura Marques dos Santos - Vogal
Conselho Fiscal
- Orlando Germano da Silva - Presidente
- Vitor Manuel dos Ramos Caldeirinha - Vogal
- Isabel Maria Neves Madeira - Vogal
Conselho Disciplinar
- Pedro Caldeira Conceição - Presidente
- António João Costa Santos Coelho - Vogal
- José Miguel Rebelo de Faria - Vogal
Conselho de Arbitragem
- Hugo Miguel Ferreira Teixeira Pacheco - Presidente
- Fernando Maurício da Costa Oliveira - Vogal
- Luís Manuel Russo Abegão - Vogal
Enviado Especial : Edgar Barreira (texto e fotos)
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