Trabalho foi finalmente apresentado pela FPA.
Ontem realizou-se a apresentação oficial do dossier do professor, livro que será distribuído pelas escolas e pelos clubes sobre a as boas práticas do treinador para a iniciação ao atletismo.
A apresentação decorreu no Museu do Desporto, um livro levado a cabo pela atual Direção Técnica Nacional e que contou com a ajuda de vários técnicos portugueses. A publicação é da responsabilidade da Federação Portuguesa de Atletismo, em conjunto com o Ministério da Educação, na componente do desporto escolar. A apresentação decorreu com uma boa plateia de atletas, estes que participaram com a sua imagem e que são os principais intervenientes neste livro.
Este dossier destina-se a ajudar os professores que no contexto escolar possam iniciar futuros atletas, com alguma qualidade, quando lecionam o atletismo nas aulas de Educação Físca. O livro está baseado nos programas curriculares do 5º ao 12º ano de escolaridade. Não é a primeira vez que a Federação Portuguesa de Atletismo publica documentos de treino e este vem na sequência de documentos já criados como o “Projecto Mega”.
Com a crise que se vem sentido este foi um projecto que foi se encaminhando devagar, mas como diz, Presidente da FPA, Fernando Mota “o futuro não pode ser hipotecado e está longe de ser esgotado o que se pode fazer pela juventude”. Fernando Mota diz que tem havido “desperdício de talento” e falta de preparação adequada para os atletas jovens poderem representar ao melhor nível a seleção nacional. Acrescenta ainda que é necessário “alargar a base prática” dos atletas, dado que este trabalho, que tem como base o atletismo, é também necessário para várias outras modalidades. O dossier virá melhorar a preparação do professor de educação física. “O corpo é o primeiro e mais natural instrumento do ser humano” foi a frase que Jóse Barros citou, esta que lhe fez pensar que afinal isto tem um propósito, dar o instrumento aos especialistas do atletismo, onde possam respeitar um determinado programa.
“Este governo aceitou apoiar este dossier, em coerência com o que defenderam” disse o Secretário de Estado do Desporto e Juventude, Alexandre Mestre. Por razões de força maior o Secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário falhou este evento, mas Fernando Mota refletiu no facto de em “30 anos nunca termos conseguido juntar, numa mesma cerimónia, dois representantes do Estado da área educativa e da área desportiva”, mas que é como se ele estivesse pois este livro é um avanço nesse aspeto, a junção das duas áreas.
José Barros considera um grande orgulho e um grande passo para o futuro este dossier e desabafa para o público “conseguimos terminar parte do trabalho, mas ainda ficam a faltar coisas que nos propusemos”, ficando a faltar a parte visual (vídeos) e um caderno com as unidades didáticas, para ser um instrumento ainda mais fácil.
Os técnicos que ajudaram neste projecto têm atletas olímpicos, mas não se esqueceram da formação base que tem de ser feita. A escola não pode ser só a base de captação, tem de ser também uma base de prática “a escola não é um local para treinar o erro, é um local para desenvolver”, tal como refere José Barros. O ainda Diretor Técnico Nacional considerou ainda que “o dossier não é de didácica, mas tem muito de didática e pedagogia”.
Alguns dos atletas internacionais presentes deram também o seu testemunho. “Sou o fruto do desporto escolar e não sabia até que ponto poderia ser atleta olímpico se não tivesse iniciado o desporto na escola”, disse Marcos Chuva, um dos exemplos mais paradigmáticos do desporto escolar. Também a multimedalhada Naide Gomes foi captada na escola e agradeceu esse facto : "agradeço ao professor, porque se não fosse ele eu hoje não estaria aqui". Marco Fortes também enalteceu o interesse deste livro, considerando que a federação “tem preocupações para além das suas próprias funções ou atletas de alta competição”.
Enviada Especial : Joana Oliveira (texto e fotos)
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