Alcino Pereira traça cenário complicado para nova época.
O atletismo na Madeira já passou dias melhores e as dificuldades sentem-se todos os dias, para lá do problema da representação nas provas realizadas no Continente.
Se o chapéu da Região Autónoma foi, durante vários anos, uma vantagem para os clubes madeirenses, que recrutaram alguns dos melhores atletas nacionais, a sua deslocalização e o estatuto de ilha parecem ter tornado isolados clubes e atletas locais, que viram os financiamentos congelados. O primeiro sinal já tinha sido dado na época passada, quando os principais clubes evidenciaram dificuldades de deslocação ao Continente, só superadas com a disputa de uma fase de apuramento para o Nacional de Clubes na ilha da Madeira. O segundo sinal havia sido dado na época de transferências, com as poucas contratações realizadas por clubes madeirenses, vindos de associações exteriores e ainda com as saídas dos principais atletas, aqueles que viviam no Continente.
”Os clubes estão com bastantes dificuldades. Alguns clubes estão mesmo com actividade mínima”, explica-nos o Diretor-Técnico Regional, que é ao mesmo tempo Técnico Nacional de Saltos, Alcino Pereira. Os treinos na ilha têm sido menos frequentes que em épocas passadas e os clubes mais afectados pela actual crise são mesmo aqueles que anteriormente mais forte se mostravam, nomeadamente o GD Estreito e o CS Marítimo. Menor contraste têm sentido clubes mais modestos, mas de nível nacional, como a ADR Água de Pena e o Jardim Serra. O problema está na falta de verbas transferidas do Governo Autónomo da Madeira,, como nos explica Alcino Pereira : “Não há ainda autorização da Secretaria das Finanças para qualquer modalidade desportiva, exceção feita aos clubes de futebol da I Divisão”.
A crise afeta directamente os clubes e, por consequência, os atletas, que se viram obrigados a limitar o número de treinos realizados ou os horários de treino, dado que alguns se vêm agora obrigados a irem de transportes, numa ilha onde a rede de transportes não é tão completa e extensiva nos horários. No entanto ”os principais atletas estão a treinar”, como nos explica o DTR que tem observado todo este fenómeno com preocupação.
Outra das limitações encontra-se ao nível das pistas, dado que apesar da Madeira contar com uma pista de nível internacional, como é a da Ribeira Brava, só um clube treina nestas instalações, que se encontram afastadas do centro populacional. Mais próxima e mais utilizada é a pista de Câmara de Lobos, que fica integrada na cidade do Funchal. Em Machico treina a ADR Água de Pena.
EM 2013 A APOSTA É NOS MELHORES ATLETAS E EVENTUALMENTE NO NACIONAL DE CLUBES
Não se perspectiva fácil a possibilidade dos clubes madeirenses participarem nas provas do Continente. ” Os clubes estão um pouco à espera de 2013”, diz-nos Alcino Pereira que mantém a esperança na existência de apoios que, segundo o mesmo, estão previstos pela Região Autónoma da Madeira. Contudo, as fortes restrições orçamentais que se fazem sentir em Portugal poderá limitar a acção da Secretaria Regional das Finanças.
Em cima da mesa há duas prioridades das quais Alcino Pereira espera que não se abra mão. Por um lado o responsável técnico do atletismo madeirense espera ” que haja apoio para os atletas que façam mínimos para os campeonatos nacionais possam estar presentes”. Por outro lado, se é quase certa a ausência das equipas da Madeira no Nacional de Clubes, em pista coberta, o mesmo não se espera que aconteça para o Nacional de Clubes ao ar livre.
O único tom mais colorido parece ser novamente a disputa da Taça da Europa de Provas Combinadas (II Liga) na Ribeira Brava, em junho de 2013, prova que visita pela segunda vez a ilha da Madeira.
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