Caíram mais dois recordes mundiais.
No penúltimo dia do atletismo em Londres, três recordes olímpicos, dois dos quais recordes mundiais, trouxeram a modalidade para as bocas do Mundo.
A obtenção de um recorde do Mundo é uma superação máxima que só ocorre esporadicamente num grande evento, apesar dos principais momentos de forma dos atletas serem apontados para aí. Esta edição dos Jogos Olímpicos poderá felicitar-se por já ter tido três recordes mundiais batidos no atletismo, hoje protagonizados por Rússia (20 Km Marcha femininos) e Jamaica (4x100 metros masculinos).
Na primeira prova da tarde, os 20 quilómetros marcha, a surpresa foi, além do recorde do Mundo, o protagonismo da jovem Elena Lashmanova. A prova foi marcada por um ataque prematuro da principal favorita ao Ouro, Olga Kaniskina (Rússia) que sempre marcou ritmos a caminho de um novo recorde olímpico, sendo seguida inicialmente pela chinesa Liu Hong que também tinha estatuto de favorita à medalha. As duas seguiram juntas cerca de oito quilómetros, altura em que se deu o corte com o forte ritmo imposto por Kaniskina, além do receio das faltas por parte da marchadora chinesa. A percorrer cada dois quilómetros numa cadência de aproximadamente 8.30 minutos, o que Kaniskina não previu foi a segunda metade de prova das jovens Elena Lashmanova (Rússia) e Shenjie Qieyang (China) que levaram a uma surpresa final de Lashamanova. Numa altura em Kaniskina dava todo o seu melhor, Lashmanova usou uma marcha económica para entrar no tapete de reta da meta já isolada, chegando ao recorde do Mundo, com 1:25.02 hora, com Kaniskina a sete segundos. O pódio seria encerrado pela atleta chinesa, que ao terminar em 1:25.16 hora conquistou um novo recorde asiático, tomando o risco de fazer a sua última volta com duas faltas.
A finalizar a sessão da tarde a disputa previa-se séria entre Jamaica e Estados Unidos da Américas, ambas com quartetos fortes para a final dos 4x100 metros, já se adivinhando um possível recorde mundial, face ao que ambas as equipas haviam feito nas eliminatórias. A verdade é que a Jamaica acabaria por repetir a vitória de Pequim, numa equipa onde estava Usain Bolt, a participar no último percurso. O relâmpago jamaicano receberia o testemunho com uma ligeira vantagem para a Jamaica, face aos EUA, mas a troca de testemunho para a mão direita levou a um pequeno atraso no arranque, corrigido por uma ponta final temível de Usain Bolt. O tempo de 36,84 segundos determinou um novo recorde mundial, sendo a primeira equipa mundial a descer dos 37 segundos nesta competição, seguida dos 37,04 segundos da equipa norte-americana, que obteve um novo recorde nacional. Trinidade e Tobago fechariam o pódio, com 38,12 segundos, numa luta renhida com a seleção francesa. O Canadá acabaria desclassificado, depois de chegarem a festejar o terceiro lugar dentro da pista.
RECORDE OLÍMPICO NOS 50 KM MARCHA
Dentro do espírito olímpico a marcha viveu um outro recorde, este olímpico, na prova de 50 quilómetros marcha. Numa das provas mais rápidas de sempre, analisados os resultados pela globalidade, a vitória do russo Sergey Kirdyapkin foi esclarecedora, percorrendo a distância em 3:35.59 horas, com quase um minuto de vantagem sobre o australiano Jared Tallent, que repetiu a Prata de há quatro anos. Fechou o pódio o chinês Tianfeng Si (3:37.16).
Amanhã decorrerá nas ruas londrinhas a última prova do atletismo, a Maratona masculina, logo na sessão matinal. É um encerrar de olimpíada com simbolismo, ainda que vivido fora do Estádio, que durante o dia será preparado para acolher a cerimónia de encerramento, que irá decorrer à noite.
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