Portuguesa foi 14ª na prova de 10000 metros.
Apesar de fora do objetivo do top-10, Sara Moreira comprovou que a sua presença em Londres foi realizada para a superação pessoal, numa prova muito competitiva.
Face às diversas "batalhas" travadas neste ciclo olímpico, Sara Moreira terá saído hoje da pista do Estádio Olímpico com a ideia de missão cumprida, num ano em que terá provado que terá pelo menos um coração muito forte, não só pela resistência nas corridas, como na resistências às adversidades. Do caso de doping involuntário, à lesão que veio em má altura, a portuguesa conseguiu preparar a época de Verão por forma a angariar uma medalha no Europeu e agora conseguindo um recorde pessoal nos 10 mil metros.
Hoje a prova foi estranhamente lançada por três lebres japonesas, atletas que adotaram uma tática kamikaze, e que se distanciaram de um pelotão que de forma serena foi construindo a corrida ao seu jeito, mas talvez mais acelerado do que era suposto, porque o controlo da fuga era uma missão importante. Numa fase inicial as atletas quenianas reservaram-se no fundo do grupo, enquanto a portuguesa Sara Moreira se mantinha próxima da frente do pelotão que perseguia as atletas japonesas. Com a aparição das atletas quenianas na frente, em conjunto com atletas etíopes (e não só), a corrida começou a tomar outro rumo, embora o ritmo acabasse sempre por ser aos esticões. Esta é o tipo de tática em que a portuguesa não se sente bem, acabando por quebrar na classificação geral e distanciar-se para trás do pelotão. Werkenesh Kidane (Etiópia) foi uma das responsáveis pelo distanciamento da portuguesa, quando a prova já ia nos 7 mil metros. O grupo da frente ficaria reduzido a quatro atletas nos 8 mil metros, numa luta entre etíopes (Tirunesh Dibaba e Werkenesh Kidane) e quenianas (Sally Kipyego e Vivian Cheruiyot). Quando até aqui Dibaba estava bastante reservada, a última prova trouxe uma super-Dibaba, com um ataque fortíssimo e sem hipótese de resposta queniana, com a etíope a triunfar em 30.20,75 minutos, seguida então pelas duas quenianas.
A cruzar a meta desgastada, Sara Moreira acabaria por ficar no 14º lugar, com o tempo de 31.16,44 minutos, uma marca que constituiu novo recorde pessoal, entre os dez recordes pessoais que aconteceram nesta final, muito por culpa das atletas japonesas, que ainda assim chegaram ao 9º, 10º e 16º lugares. O anterior recorde pessoal de Sara Moreira era de 31.23,51 minutos, alcançados este ano em Bilbau (Espanha).
Ficou agora a dúvida se a atleta portuguesa ainda tentará uma presença nos 5 mil metros, ela que foi medalha de Bronze na distância em Helsínquia, mas que terá agora em Londres a forte oposição das atletas africanas, tal como ocorreu hoje nos 10 mil metros.
RESULTADOS (10000 m – Final) – Jogos Olímpicos
1. Tirunesh Dibaba (Etiópia) – 30.20,75
2. Sally Jepkosgei Kipyego (Quénia) – 30.26,37
3. Vivian Jepkemoi Cheruiyot (Quénia) – 30.30,44
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14. Sara Moreira (Portugal) – 31.16,44
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