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Só o salto em altura não tem representação nacional.
Serão quatro os saltadores que em Londres tentarão um salto na sua carreira, na ausência dos inevitáveis Nelson Évora e Naide Gomes.
Esta pode muito bem ser a olimpíada da renovação, no setor dos saltos, já que todos os saltadores presentes são estreantes em Jogos Olímpicos, sendo a varista Leonor Tavares a mais velha dos quatro, ainda com 26 anos. Apesar da experiência internacional, não deverá ser de Leonor Tavares o destaque ao nível deste setir, ela que nem sempre confirma a sua qualidade nos grandes eventos.
Perspetiva exatamente contrária verifica-se em Patrícia Mamona, no triplo salto, ela que se galvaniza nos grandes eventos, mesmo que durante os períodos de preparação da época apresente resultados aparentemente fracos. Este ano a atleta saltou para o conhecimento do grande público, depois de obter a medalha de Prata nos Europeus deste ano, onde chegou a um novo recorde nacional (14.52 metros). A verdade é que a carreira de Patrícia Mamona é um caso único na delegação portuguesa, vinda recentemente de um regime competitivo de Universidade, nos EUA. Mas foi sempre em Portugal que foi feliz no Triplo Salto e desde 2007 que progride nas marcas ano após ano, revelando a qualidade que já vinha tendo nas camadas jovens. Se pedir nova medalha a Patrícia Mamona é difícil, pedir uma final parece uma realidade mais do que possível, ainda que seja tangencialmente 12ª entre as inscritas, curiosamente com a mesma marca desta época que a jamaicana Kimberly Williams, a eterna rival durante a Universidade.
O outro atleta com cabeça, tronco e membros capazes de chegar a uma final é Marcos Chuva, na prova do salto em comprimento. Ele e Patrícia Mamona serão, aliás, os saltadores já em ação nas qualificações de sexta-feira e esse é um motivo de expectativa, face à valia do saltador. A verdade é que não há atletas muito mais destacados que todos os restantes, entre os 42 inscritos e os 8 metros do português, este ano, serão apenas uma camuflagem de um salto que em Londres poderá muito bem chegar-se próximo do seu recorde pessoal de 8.34 metros, uma marca que a ser alcançada já não estará ao nível da maioria dos presentes. Se a pubalgia foi limitação na preparação até aqui, o otimismo do saltador português podem ser molas nos seus pés para o salto da sua vida. Primeiro a qualificação, depois espera-se a superação...
Já Edi Maia terá um importante desafio pela frente : ultrapassar os problemas com as varas. Em Barcelona, no Europeu de há dois anos, partiu uma das varas, varas essas que já apresentavam limitações na sua progressão. Em Helsínquia, neste ano, a experimentação competitiva das novas varas acabaria por lhe sair mal, apesar de em 2012 ter chegado ao recorde português de pista coberta. Será difícil que Londres traga novas dificuldades a esse nível, mas também não é de esperar que Londres lhe fique na memória por uma presença na final, embora esta disciplina seja tantas vezes uma caixa de surpresas...
A possibilidade de Portugal estar em três dias consecutivos a representar-se nos saltos é elevada, pressupondo a qualificação para a final de Patrícia Mamona. E todo o sonho olímpico dos saltos começa nesta sexta-feira, mesmo que sem as presenças competitivas dos astros : Naide Gomes e Nelson Évora. No caso de Nelson Évora a presença será na bancada do Estádio Olímpico, onde poderá ser uma real fonte de inspiração para os saltadores da renovação...
CALENDÁRIO DOS FUNDISTAS PORTUGUESES :
3 Ago (10:25) – Triplo FEM (Qual) – Patrícia Mamona
3 Ago (19:50) – Comprimento MASC (Qual) – Marcos Chuva
4 Ago (10:20) – Vara FEM (Qual) – Leonor Tavares
4 Ago (19:55) – Comprimento MASC (Final) – Marcos Chuva (?)
5 Ago (19:35) – Triplo FEM (Final) – Patrícia Mamona (?)
6 Ago (19:00) – Vara FEM (Final) – Leonor Tavares (?)
8 Ago (10:00) – Vara MASC (Qual) – Edi Maia
10 Ago (19:00) – Vara MASC (Final) – Edi Maia (?)
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