Segundo dia teve ponto alto nos 110 m barreiras.
O Campeonato de Portugal acabaria por não trazer alterações no que diz ao número de atletas olímpicos para Londres.
Disputou-se hoje a segunda jornada do Campeonato de Portugal, competição que determinava o limite do alcance de mínimos para os Jogos Olímpicos deste ano. Apesar da ausência de mínimos relevantes (Susana Costa chegou aos mínimos ‘B’), a competição trouxe alguma renovação nos resultados e resultados de alguma valia, apesar de no global só terem sido obtidos três recordes de campeonato (Tiago Aperta, Vera Barbosa, João Almeida, Leonor Tavares).
JOÃO ALMEIDA CHEGOU AO MÍNIMO QUE RASUL TAMBÉM TENTOU
Entre os barreiristas Rasul Dabó (Benfica) e João Almeida (Sporting), a disputa nos 110 metros barreiras tudo poderia fazer esperar. A ida até à meia-final foi feita em rápida velocidade por Rasul Dabó, que hoje dava o tudo por tudo para Londres. Os 13,84 segundos (regulamentares) de Dabó foram promissores para uma final entre os dois principais atletas. Essa final dependia do vento para chegar aos mínimos e não foi por causa do vento que os atletas deixaram de poder sonhar com o seu sonho. Antes da partida Dabó e Almeida abraçaram-se e desejaram mutuamente boa sorte. ”Disse ao Rasul para dar tudo. Queria mesmo que ele fizesse mínimo A”, confessou-nos João Almeida. A partida foi lado a lado, mas rapidamente João Almeida acelerou para um ritmo forte que o transportaria para novo recorde nacional, em 13,47 segundos. Esta marca superou o seu anterior recorde por nove centésimos e chegou ao mínimo A. Por sua vez Dabó ficaria pelos 13,88 segundos, pior que na meia-final, não conseguindo o seu objetivo, a presença nos Jogos Olímpicos, seguido por João Fontela que esteve em evidência com 14,24 segundos. ”Eu achava que ele vinha para ganhar a prova”, disse Almeida que se encontrava triste pela não qualificação do seu colega de treino. Olhando para os Jogos Olímpicos, o atleta espera fazer o seu melhor, onde a maioria do trabalho feito nesta época considera ser de Anabela Leite, a sua anterior treinadora.
Tal como nos 100 metros ontem, hoje foi o jovem David Lima (Sporting) a derrotar os principais candidatos à vitória, nomeadamente Arnaldo Abrantes e Yazaldes Nascimento (Benfica). Lima voltou a fazer a “vida negra” aos seus adversários e triunfou em 20,82 segundos (com vento anti-regulamentar), depois de nas eliminatórias já ter sido o mais rápido com 20,72 segundos (regulamentares). Ficou desta forma a sete centésimos dos mínimos ‘B’ para os Jogos Olímpicos e bateu Arnaldo Abrantes, que já tinha os mínimos ‘B’. “Eu sabia que dependia do vento. Fiquei muito contente com a minha prestação”, disse David Lima no final que considerou ser muito positiva a evolução da velocidade nacional. A viver há 16 anos em Inglaterra, treina atualmente na cidade de Birmingham, atualmente numa fase de transição na sua preparação como atleta.
![David Lima](/images/arquivo/2012/eventos/camp_portugal/david_lima.jpg)
Ainda entre os atletas já com mínimos para Londres, Alberto Paulo (Benfica) triunfou nos 3000 metros obstáculos, com a sua segunda vitória em Campeonatos de Portugal, com o tempo de 8.38,39 minutos, isolado de Pedro Ribeiro (Maia AC), que finalizou em 8.49,30 minutos. Nos 400 metros barreiras ficou encerrada a luta pelo lugar olímpico entre Jorge Paula (Benfica) e João Ferreira (Sporting), com o benfiquista a vencer em 50,43 segundos, numa prova onde Ricardo Lima (Sporting) foi segundo com 50,52 segundos. Ferreira só acabaria no quarto lugar, a mais de quatro segundos de Jorge Paula.
Nos 800 metros Miguel Moreira (Benfica) voltou a mostrar uma forte ponta final, derrotando Fernando Silva (Sporting) com o tempo de 1.50,92 minuto. No salto em altura, na ausência de Paulo Gonçalves, o vencedor acabaria por ser naturalmente Roman Gulyi (Sporting), que passou 2.08 metros, tentando de seguida, sem sucesso, saltar a altura a 2.16 metros. O junior Tiago Pereira (Benfica) também acabaria por ser destaque, com 2.05 metros, sendo segundo classificado. Marcos Caldeira (Benfica) foi o natural vencedor do triplo salto, com 15.87 metros (+2.3 m/s), terminando um ciclo de vitórias de Nelson Évora, que hoje esteve presente na bancada. Longe do que tem feito recentemente, Dário Manso (Sporting) chegou à sua quinta vitória em campeonato nacional, hoje em escassos 69.81 metros, seguido dos dois irmãos Vital e Silva (64.12 metros para António e 62.94 metros para André). No lançamento do disco triunfou Jorge Grave (Pinhalnovense) com a sua quinta vitória na história, com 57.56 metros.
LUTA NO TRIPLO SALTO FEMININO TEVE PATRÍCIA MAMONA EM BOM NÍVEL
Em final disputada, a prova do triplo salto tinha Patrícia Mamona (Sporting) com mínimo ‘A’ e com o estatuto de medalhada em Helsínquia. O título de campeã nacional acabaria por trazer o favoritismo de Mamona que começou com 14.18 metros, num concurso onde esteve sempre acima dos 14 metros. A sua melhor marca, os 14.42 metros, acabariam anti-regulamentares com 2.7 m/s de vento a favor e o seu melhor registo regulamentar a ser de 14.21 metros, no último ensaio, chegando ao quinto título consecutivo. Também nesta prova Susana Costa (Sporting) buscava o mínimo principal para Londres, mas os 14.19 metros (regulamentares), que alcançou ao terceiro ensaio, acabariam por ficar a 11 centímetros de Londres, apesar de serem mínimos ‘B’ e recorde pessoal.
Estiveram outros atletas com mínimos olímpicos em ação, como Vera Barbosa (400 metros barreiras) e Leonor Tavares (salto com vara). Vera Barbosa (Sporting) correu em 56,76 segundos, um centésimo melhor que o recorde dos campeonatos que tinha estabelecido há um ano, constituindo a sua segunda vitória em campeonatos. Também justificando uma marca próxima do mínimo olímpico, Leonor Tavares (Sporting) teve uma vitória tranquila no salto com vara, finalizando com 4.30 metros, falhando 4.40 metros.
![Patrícia Mamona](/images/arquivo/2012/eventos/camp_portugal/patricia_mamona.jpg)
Nas restantes provas, apesar da vitória da dinamarquesa Anna Olsson (Juv. Vidigalense) em 24,29 segundos, foi Tânia Duarte (SL Benfica) a vencedora, com 24,39 segundos, com vento a não permitir a homologação pelo vento contra nos 200 metros. Nos 800 metros, face às ausências de Sandra Teixeira e Marta Pen, acabaria por surpreender Micaela Lopes (Juv. Vidigalense), com vitória em 2.11,07 minutos. Nos 5000 metros seria Ana Ferreira (Estreito) a triunfar, em 16.07,09 minutos, numa prova onde estiveram seis atletas a participar. Nos 100 metros barreiras uma nova disputa tripartida pela vitória, por intermédio de Andreia Felisberto (JOMA), Eva Vital (Benfica) e Mónica Lopes (Sporting), com a meia-final das duas primeiras a permitirem-lhe chegar aos recordes pessoais, com 13,42 e 13,47 segundos respetivamente. Na final, com vento anti-regulamentar, a vitória sorriria a Andreia Felisberto (13,40), seguida por Eva Vital (13,54) e Mónica Lopes (13,58). Nos lançamentos, Irina Rodrigues (Sporting) triunfaria no lançamento do peso com 14.00 metros e Sílvia Cruz (Sporting) chegaria a 50,60 metros. Nos 4x400 metros a vitória foi da ADRE Palhaça (3.59,12).
CONVOCADOS PARA LONDRES SERÃO DIVULGADOS AMANHÃ
A Federação Portuguesa de Atletismo irá divulgar durante o dia de amanhã os atletas convocados para os Jogos Olímpicos deste ano. Será certo que alguns atletas estarão na lista de convocados como eventuais substitutos, nos casos em que o número de atletas com mínimos sejam superior às vagas a ocupar.
Masculinos :
200 – David Lima (Sporting CP) – 20,82 (v. +3.4 m/s)
800 – Miguel Moreira (SL Benfica) – 1.50,92
3000 m Obst – Alberto Paulo (SL Benfica) – 8.38,39
110 m Barr – João Almeida (Sporting CP) – 13,47 (recorde de Portugal)
400 m Barr – Jorge Paula (SL Benfica) – 50,43
Altura – Roman Gulyi (Sporting CP) – 2.08
Triplo – Marcos Caldeira (SL Benfica) – 15.87
Disco - Jorge Grave (AA Pinhalnovense) – 57,56
Martelo – Dário Manso (Sporting CP) – 69.81
4x400 – Sporting CP (André Lima, Hugo Coutinho, Fábio Weber, Ricardo Lima) – 3.19,63
Femininos :
200 – Tânia Duarte (SL Benfica) – 24,39 (v. + 3.0 m/s) | Anna Olsson (Juv. Vidigalense) – 24,29
800 – Micaela Lopes (Juv. Vidigalense) – 2.11,07
5000 – Ana Ferreira (GD Estreito) – 16.07,09
100 m Barr – Andreia Felisberto (JOMA) – 13,40 (v. + 2.6 m/s)
400 m Barr - Vera Barbosa (Sporting CP) – 56,76
Vara – Leonor Tavares (Sporting CP) – 4.30
Triplo – Patrícia Mamona (Sporting CP) – 14.42 (v. +2.7 m/s)
Peso – Irina Rodrigues (Sporting CP) – 14.00
Dardo – Sílvia Cruz (Sporting CP) – 50,60
4x400 – ADRE Palhaça (Vera Lima, Márcia Cardoso, Daniela Urbano, Andreia Santos)
![Andreia Felisberto](/images/arquivo/2012/eventos/camp_portugal/andreia_felisberto.jpg)
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Obrigada C. Social de Portugal
escasso
adj.
Não suficiente; débil; diminuto; raro;
"e ficou a menos de 4mts para os jogos." - Acho que por escassos é exactamente a isto a que se referem.
Ficaria mais triste por isto - "Longe do que tem feito recentemente" que não diria longe. Lancar a volta dos 70m mostra consistencia e bom momento de forma, so falta de sorte.
Continuaçao de um bom trabalho e nao penses q isto é cena do slb e scp, que este site é de modas e nao acho que eles proprios ou quem escreve a noticia nota que nao estao a ser neutros
Pior é quando nao identicam quem escreve as redacções provocatorias)
É pura e simplesmnte má redacção.
Mas é triste ver provas com meia dúzia de atletas.
Foram uns bons campeonatos, dentro do cenário de recessão e crise. pena mesmo foi o vento forte que inviabilizou grande parte das marcas de velocidade e saltos. Foi pena mas também não há muita volta a dar porque os "engenheiros que projectaram a maioria das pistas não teve em conta este factor.
Boa sorte agora para o Mundial de Juniores e os Jogos Olimpicos
Muitos parabéns Dário Manso!!!!