Mínimos ‘B’ para os Jogos Olímpicos.
João Almeida e Rasul Dabó competiram na meia-final dos 110 metros barreiras, com João Almeida a carimbar Londres e a derrubar com autoridade o recorde nacional de Luís Sá.
A chegada dos dois portugueses às meias-finais seria um prémio já bastante relevante para Portugal, mas o alcance de um mínimo acabaria por ser ainda melhor, mínimo que havia sido prometido por João Almeida no dia de ontem. E ele foi o primeiro dos dois a competir hoje, na segunda meia-final, onde a corrida em 13,56 segundos lhe traria a glória, mesmo que sem o alcance da final. Com vento contra (1.1 m/s) esta acabou por ser, curiosamente, uma meia-final rápida para os presentes, com o russo Sergey Shubenkov a chegar aos 13,09 segundos, um novo recorde nacional e liderança europeia do ano. O português João Almeida chegaria ao recorde nacional, este que pertencia a Luís Sá desde 2004, com 13,62 segundos e ao mínimo ‘B’, correndo quatro centésimos mais rápido do que era solicitado nos critérios de seleção para Londres.
No final João Almeida era naturalmente um atleta feliz, ele que fez em Helsínquia a sua estreia em Europeus, depois de ter passado de uma promessa do atletismo português para um período menos bom, onde acabaria por estagnar um pouco. ”Sabia que poderia ter melhorado mais na corrida, o que é bom, porque em próximas provas poderei fazer melhor”, disse o barreirista no final, com a perspetiva de tentar baixar dos 13,50 segundos ainda este ano. O atleta português considerou ter saído desequilibrado das sexta e sétima barreiras e, por esse motivo, considera que a marca poderia ter sido melhor hoje. A passagem à final já era mais difícil, dado que ficou a 13 centésimos de um lugar de qualificação direta (ficou em 4º na série e só haviam dois lugares de apuramento direto) e a oito centésimos da repescagem. Com os Jogos Olímpicos em vista, ainda que o mínimo ‘B’ não lhe garanta o lugar a 100%, o português é cauteloso na análise até porque ”não são regionais e é melhor do que um Europeu e só se desilude quem se ilude”, conclui.
Na meia-final seguinte participava Rasul Dabó, atleta que estando a um nível semelhante de João Almeida poderia muito bem tentar bater de seguida o recorde de João Almeida ou tentar mínimos ‘B’ para os Jogos Olímpicos. Dabó acabaria por não ser tão feliz como João Almeida, terminando visivelmente desiludido, dado que os mínimos eram importantes para o português. Correu em 13,73 segundos, uma marca que não sendo lenta no seu historial, ficou a 11 centésimos dos mínimos e a nova centésimos do seu recorde pessoal. Com esta marca Rasul Dabó não seria melhor que sétimo classificado de série e muito distante da qualificação para a final. ”Estou desiludido, porque queria melhorar a minha marca e não consegui”, disse Dabó no final, que considera normal esta desilusão, mas que não desiste em Helsínquia do seu objetivo olímpico. Para obter este mínimo ainda terá duas provas, as provas de observação, na próxima quinta-feira e o Campeonato de Portugal, dentro de uma semana, ambas as provas a disputarem-se em Lisboa.
Na combinação das três meias-finais, o tempo do russo Sergey Shubenkov acabaria mesmo por ser o melhor, com a maior desilusão a ocorrer para o francês Ladji Doucoré, ele que acabaria por bater com força numa das últimas barreiras, desequilibrando-se para terminar em lentos 13,66 segundos.
RESULTADOS (110 m Barreiras – Meia-final)
1. Sergey Shubenkov (Rússia) – 13,09
2. Garfield Darien (França) – 13,15
3. Konstandínos Douvalídis (Grécia) – 13,37
(…)
12. João Almeida (Portugal) – 13,56
19. Rasul Dabó (Portugal) – 13,73
Enviado Especial : Edgar Barreira
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