[EURO12] Resumo – dia 2

Quinta, 28 Junho 2012
[EURO12] Resumo – dia 2

Lalova e Lemaitre foram campeões emocionados.

O segundo dia de provas teve sete finais, quatro delas para o género feminino. Qualificação do salto com vara foi insólita… 

O segundo foi marcado por dois episódios, ambos atípicos e a merecerem uma eventual melhor análise. O primeiro deles ocorreu nos 5000 metros femininos, onde a portuguesa Sara Moreira protagonizou uma falsa partida que até só foi “punida” por um simples cartão amarelo. O segundo acabaria por ser o mais caricato, já que a checa Jirina Ptácniková saltou os 4.35 metros na qualificação do salto com vara, prescindindo para 4.45 metros, numa altura onde a maioria das atletas qualificadas tinham ultrapassado 4.40 metros. Ao prescindir a checa estava em empate com outras atletas a 4.35 metros e, na impossibilidade de estarem doze atletas na final, permitiu-se à checa tentar os 4.45 metros, que acabaria por alcançar. Contudo, antes deste sucesso, as varistas protagonizaram um protesto insólido, anulando sucessivamente os seus saltos, em vez de os prescindir, só para cumprir “calendário”. O riso no público foi evidente, a ironia das atletas foi bem expressa nas atitudes e restou mesmo a Ptácniková arrumar com a qualificação. Desta forma Monica Pyrec (Polónia) foi a primeira a ficar de fora, numa prova onde a suiça Nicole Buchler falhou três tentativas a 4.15 metros, sendo também eliminada.

LEMAITRE FOI NOVAMENTE CAMPEÃO…DARDO FOI A PROVA MAIS APLAUDIDA DE TODAS

Ainda não foi desta que o francês Christophe Lemaitre conseguiu chegar ao recorde de campeonatos e europeu do português Francis Obikwelu, numa final onde tudo se decidiu nos últimos metros entre os franceses Lemaitre e Jimmy Vicaut. A chegada apertada (10,09 contra os 10,12 segundos de Vicaut) foi tal que Lemaitre aguardou pela saída dos resultados (relativamente lenta) para só depois festejar. Esta foi uma final com vários factos improváveis, já que num primeiro momento o letão Ronalds Arajs ficou preso aos blocos com uma advertência a ser atribuída, seguido de uma falsa partida do italiano Simone Colio. Depois o letão voltou a ficar nos blocos e o lituano Rytis Sakalauskas acabaria por cair perto da meta. No total chegaram cinco atletas, de um total de oito participantes (!).

Em país de forte apreço ao lançamento do dardo, foi aliás a última prova a terminar neste segundo dia, a Finlândia acabou por garantir um bom terceiro lugar através de Ari Mannio (82.63 metros), já que Tero Pitkamaki voltou a não se mostrar no melhor nível, lançando apenas 74.89 metros. O dia também não foi bom para o norueguês Andreas Thorkildsen e o dia seria mesmo para o checo Vitezslav Vesely, que era um dos favoritos à vitória, produzindo-na com 83.72 metros. Logo atrás, com recorde pessoal, ficou o russo Valeriy Iordan (83.23 metros).

O Decatlo teve também hoje o seu término, depois de dois dias de competição. Num excelente nível competitivo, o mais completo acabaria por ser o alemão Pascal Behrenbru, com 8558 pontos, já bastante distanciado do ucraniano Oleksiy Kasyanov (8321 pontos) e do russo Ilya Shkurenyov (8219 pontos), este último com recorde pessoal tal como Behrenbru. Foi a primeira grande vitória internacional do alemão, que viu o mítico Roman Sebrle (Rep. Checa) ficar fora das medalhas, no 6º lugar, com 8052 pontos.

Desilusões em algumas provas da tarde ocorreram, uma das mais negras a do triplo salto, onde ficarão de fora da final os favoritos Marian Oprea (Roménia), e Daniele Greco (Itália), este último ficando até atrás do português Marcos Caldeira. Nos 400 metros barreiras oscilou-se entre o melhor (dois recordes nacionais) e o pior, estando desse lado o polaco Marek Plawgo, que ficou pelo caminho. No lançamento do martelo também vários atletas com recordes pessoais acima dos 80 metros não alcançaram final, qualificação onde o último qualificado atingiu 72.85 metros, só com uma passagem direta à final por parte do húngaro Krisztián Pars (78.09 metros).

LALOVA FOI A CONFIRMAÇÃO, ENTRE TANTAS OUTSIDERS…

A búlgara Ivet Lalova foi estrela nos 100 metros, num local onde há sete anos foi impedida de participar no Mundial, já que pouco tempo antes partiu uma das pernas. Lalova não teve tarefa facilitada nesta final, com a ucraniana Olesya Povh e a lituana Lina Grincikaite a lutarem juntas pelas medalhas. Lalova acabaria mais rápida, com 11,28 segundos, contra os 11,32 segundos das outras duas atletas. A búlgara acabaria num profundo choro, seguido de uma volta sorridentes e culminando num pódio choroso de novo, isto apesar de à partida ser logo uma das grandes favoritas à vitória.

Os 5000 metros femininos traziam a oportunidade de medalha para Portugal, através de Sara Moreira, uma oportunidade aproveitada pela mesma ainda que a sua corrida merecesse um Ouro antecipado. A portuguesa puxou o grupo na parte final, acabando por ceder apenas na última reta, mas chegando à medalha de bronze, com o tempo de 15.12,05 minutos, contra os 15.12,03 minutos da ucraniana Lyudmyla Kovalenko e os 15.11,70 minutos da russa Olga Golovkina. Com 25 anos esta atleta russa chega, desta forma, à primeira medalha internacional e também a primeira medalha da Rússia neste Europeu.

Com muitas das principais atletas europeias de fora, a final do salto em comprimento estava em aberto no setor feminino, podendo-se decidir por meros pormenores competitivos, já que era difícil atribuir favoritismo a alguma atleta específica. A abertura da francesa Éloyse Leseuer, com 6.81 metros, acabaria por “congelar” as suas adversárias que só ao quinto ensaio tiveram poder de chegar lá perto, através da bielorrussa Volha Sudarava (6.74 metros) e da norueguesa Margrethe Renstrom (6.67 metros). Ficaria assim alinhado o pódio, com uma jovem de 23 anos ao topo, ela que já como sub-23 tinha brilhado no contexto europeu. De fora das medalhas ficou a campeã de Barcelona, Ineta Radevica.

No salto em altura a ausência de referências também deixava em aberto a luta entre as atletas presentes e no caso da espanhola Ruth Beitia foi mesmo a oportunidade de Ouro para chegar à grande medalha internacional que a sua carreira ainda não tinha, depois de pratas e bronzes. A atleta só começaria a falar a partir de 1.97 metro, onde só ultrapassou a fasquia à terceira tentativa, tal como a norueguesa Tonge Angelsen. Infelizmente para a norueguesa o derrube a 1.89 metro ditou o relegar para segunda classificada, dando à espanhola de 33 anos a possibilidade de ganhar o Ouro. Também experiente, Emma Green (Suécia) foi terceira classificada, com 1.92 metro, juntamente com mais duas atletas que obtiveram os mesmos derrubes : Olena Holosha (Ucrânia) e Irina Gordeyeva (Rússia).

Fora das finais, estiveram menos bem Angela Morosanu (Roménia) e Hanna Titimets (Ucrânia), ficando pelas meias-finais dos 400 metros barreiras, com a desilusão a bater à porta também da espanhola Marta Domínguez, que nos 3000 metros obstáculos saiu de cena após uma volta de prova. Estranha foi a ausência da britânica Jennifer Meadows na meia-final dos 800 metros, ela que com toda a certeza faria a diferença neste europeu e com estatuto de favorita ao Ouro final.

Enviado Especial : Edgar Barreira

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Comentarios (1)add feed
100m : João Soua
O Sakalauskas é que ficava sempre nos blocos. O letão é que caiu.
Junho 29, 2012
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