Portuguesa lutou para o Ouro nos 5000 metros.
A Sara Moreira só faltou chegar ao Ouro, depois de uma corrida que foi assumida e conduzida para tal objetivo. Faltou pouco, mas a portuguesa realçou a medalha como especial.
A história desta final direta de 5000 metros poderia ter terminado para Sara Moreira, antes mesmo de a prova ter começado. É pouco usual, mas uma falsa partida acabaria por ser assinalada logo à partida, o que suspendeu o público do estádio, em Helsínquia e suspendeu a portuguesa Sara Moreira, que rapidamente se apercebeu que o erro tinha sido seu…A equipa de juízes acabaria por vacilar por momentos, acabando por atribuir o cartão amarelo à portuguesa, que respirou de alívio. ”Acho que demoraram muito tempo a dar a partida”, disse a portuguesa que não considerou que esse facto a tivesse perturbado : ”Só pensei que tinha de ter mais calma”.
Passado este episódio, deu-se início à corrida, com Sara Moreira muito cautelosa nos primeiros 1000 metros, onde passou no 16º lugar. A atleta começou a chegar-se à frente, assumindo o estatuto de favorita, ficando-se perto da cabeça do pelotão. O ritmo da corrida ficou adormecido, numa altura em que Sara Moreira começou a ficar fechada dentro do grupo e a quatro voltas dos fim eram mesmo 16 as atletas presentes na frente. Foi aí que Sara Moreira decidiu puxar pelo pelotão, impondo o seu ritmo, não pela prova estar lenta, mas pelo extenso grupo. O risco que tomou poderia resultar muito bem, ou muito mal e no caso de Sara Moreira resultou…em medalha. ”Se calhar ataquei cedo demais, mas uma medalha é uma medalha…”.
A parte final da corrida conta-se de forma relativamente simples. Sara Moreira atacou de forma determinada à entrada da última volta, chegando a ganhar cerca de cinco metros de avanço na última curva. Se por momentos parecia uma vitória certa de Sara Moreira, tudo se inverteu com a quebra na reta final. ”Eu própria também pensei que ia ganhar, mas entretanto apercebi-me que as minhas pernas estavam a falhar”, disse Sara Moreira que estima que a última volta foi feita em rápidos 64 segundos. A cerca de 30 metros a portuguesa era ultrapassada pela russa Olga Golovkina e em cima da linha acabaria por perder a prata para a ucraniana Lyudmyla Kovalenko. O tempo final de Sara Moreira acabaria por ser de 15.12,05 minutos, dois centésimos mais lenta que Kovalenko e com Golovkina a vencer em 15.11,70 minutos.
Sara Moreira realçou a capacidade de ganhar duas medalhas na mesma competição, em edições consecutivas, depois de em Barcelona ter sido também medalha de bronze. ”Uma medalha é uma medalha, mas acredito que podia ser melhor”, reforçando o seu percurso até Helsínquia, que afinal até podia não ter acontecido na carreira de Sara Moreira. ”Inicialmente este campeonato não estava nos meus planos”, o que acabaria por ocorrer depois da temporada que tem tido, com a suspensão e depois uma lesão, esta que impediu a presença no Mundial de pista coberta. E é por isso que a atleta considera que “estar aqui a este nível é muito especial”, ela que agora irá preparar os Jogos Olímpicos, na prova dos 10000 metros, onde a prova de hoje serviu para um ganho de ritmo competitivo para Londres.
Esta é a 13ª medalha internacional de Sara Moreira, a 260ª do atletismo nacional. Esta foi a última participação nacional deste segundo dia de Europeus.
RESULTADOS (5000 m - Final)
1. Olha Golovkina (Rússia) - 15.11,70
2. Lyudmyla Kovalenko (Ucrânia) - 15.12,03
3. Sara Moreira (Portugal) - 15.12,05
Enviado Especial : Edgar Barreira
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Cada um vê o atletismo e o desporto como bem entende mas um atleta que recorra, em qualquer momento da sua carreira, ao doping perde, para mim, qualquer respeito desportivo.
Parabéns, Sara Moreira