Mo Farah passeou classe na primeira final.
Este primeiro dia ficou marcado por uma única final e logo a dos 5000 metros masculinos, onde o britânico Mo Farah foi simplesmente imperial…
Entre o sol e a chuva, entre a temperatura amena e um ligeiro frio, Helsínquia já mostrou logo no primeiro dia que pode ser uma cidade de grandes eventos, mas sempre abençoados pelo clima muito próprio. O primeiro dia, com bancadas ainda muito despidas, apesar da melhoria da parte da tarde no que ao público diz respeito, foi marcado por essa final muito aguardada, a dos 5000 metros.
Mo Farah (Grã-Bretanha) era apontado como o principal ou até o único grande candidato à vitória, depois de há dois anos também ter arrebatado uma interessante vitória. Hoje o atleta entrou na pista como favorito, agiu como favorito e confirmou que era mesmo favorito. Mas hoje Farah decidiu ser campeão tendo a perspetiva inicial de correr atrás do pelotão, uma tática “à Rui Silva”, que foi-se desfazendo, com o atleta atento à dianteira e a responder ao ataque lançado num determinado momento.
Espicaçado o britânico decidiu tomar uma dianteira que nunca mais largaria, para correr para uma lenta vitória de 13.29,91 minutos, não tentando o ataque ao recorde dos campeonatos, numa disputa pouco renhida com o alemão Arne Gabius (13.31,83 minutos) e com o turco Polat Arikan (13.32,63 minutos).
Neste primeiro dia, alguns dos candidatos a finais já começaram a ficar de lado. Nos 100 metros femininos a russa Yevgneiya Polyakova e a veterana francesa Christine Arron acabariam por ficar pelo caminho. A irlandesa Joanne Cuddiy e ainda Maris Magi (atleta que recentemente treinou em Portugal) acabariam desclassificadas nos 400 metros por pisarem a linha. No triplo salto foi a ucraniana Ruslana Tsyhotska a não se qualificar para a final, enquanto que no lançamento do dardo foi a experiente lançadora eslovena, Martina Ratej, a ficar pelo caminho, muito longe da qualificação. Em masculinos também as curvas fizeram os seus efeitos, com três desclassificações nos 400 metros barreiras, prova onde Ricchard Yates (Grã-Bretanha) acabaria também de fora, por não ter marca para qualificação. Pior aconteceu nos 400 metros planos onde foram seis os atletas a pisarem a linha e a acabarem desclassificados por esse facto. No salto em altura três atletas de boa valia também ficaram de fora da final : Rozle Prezelj (Eslovénia), Kyriakos Ioannou (Chipre) e Andriy Oritsenko (Ucrânia). A maior das desilusões acabaria por ocorrer na qualificação de lançamento do dardo, com o letão Vadims Vasilevskis, principal destaque do ano, a fazer nulo nas três tentativas. Também Faith Avan (Turquia) e Zigismunds Sirmais (Letónia) não conseguiram atingir a final.
O dia acabou por ser marcado com chuva e sol e ventos que não tornaram algumas provas fáceis. Por exemplo nos 100 metros os atletas foram antecipadamente avisados que brevemente iria chover, para anteciparem os exercícios de aquecimento. Período de aquecimento de que o atleta português João Ferreira se queixou, considerando-o curto demais. Por consequência o início da sua série acabaria ligeiramente atrasado por causa do atleta português. Duas quedas nos 3000 metros obstáculos também marcaram o dia, um dia onde a euforia ainda não invadiu as bancadas.
Enviado Especial : Edgar Barreira
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