[EURO12] José Barros justifica escolhas

Quarta, 20 Junho 2012
[EURO12] José Barros justifica escolhas

As escolhas para Helsínquia analisadas por selecionador.

Nos últimos dias têm sido várias as discórdias sobre as escolhas de José Barros para o Europeu de ar livre. O selecionador nacional aceitou justificar alguma das escolhas ao Atleta-Digital. 

A cidade filandesa de Helsínquia recebe entre os próximos dias 27 de junho e 1 de julho o Europeu de ar livre e Portugal levará a terceira maior comitiva de sempre, muito influenciada pela presença de duas equipas de estafeta, um facto inédito que por um lado gerou felicidade na comunidade, mas também alguma controvérsia.

ÚLTIMO FIM-DE-SEMANA DITOU A PRESENÇA NAS ESTAFETAS

Para a estafeta de 4x100 metros masculinos foram convocados Diogo Antunes, Dany Gonçalves, Ricardo Monteiro, Yazaldes Nascimento, Arnaldo Abrantes e Marcos Chuva, este último um elemento de recurso, caso alguma lesão afete a equipa lusa. Para a escolha desta estafeta foi, segundo José Barros, fundamental a presença no Meeting de Lisboa, onde dos elementos da estafeta só Yazaldes Nascimento esteve ausente, por precaução. ”O Yazaldes poderia já ter competido este fim-de-semana, mas não podia correr o risco de não o ter no Europeu”, considera José Barros, que poupou o velocista da participação no Meeting de Lisboa, para estar a 100% em Helsínquia. A sua não convocatória para os 100 e 200 metros, apesar de ter mínimos, é justificada pelo selecionador pela necessidade de ter o atleta 100% focado na estafeta em Helsínquia.

Menos consensual é a chamada de outros atletas. Para José Barros o atleta Ricardo Monteiro ”tem corrido estável em torno dos 10,50 segundos”, Danny Gonçalves ”teve uma boa prestação no fim-de-semana e garante-nos segurança na transmissão” e Diogo Antunes ”fez duas provas muito boas no fim-de-semana”. Indiscutível parece a chamada de Arnaldo Abrantes, que em Helsínquia estará presente em três provas (100, 200 e 4x100 metros), uma sobrecarga a que Yazaldes Nascimento foi poupado por opção.

Analisado o confronto direto, os atletas convocados para os 4x100 metros acabaram por ser diretamente os quatro primeiros no Meeting de Lisboa, juntamente com Yazaldes Nascimento e Marcos Chuva, que estiveram ausentes por motivos diferentes. Nessa final Edi Sousa foi quinto classificado, com 10,65 segundos, numa prova onde o jovem Carlos Nascimento acabou por desistir por cãibras. ”Carlos Nascimento podia ter sido escolhido, mas passadas duas semanas tem o Mundial de Juniores e ele é um dos nossos melhores atletas para o Mundial. A prestação dele no fim-de-semana foi boa, mas os outros atletas estiveram bastante bem.”, disse José Barros quanto à opção de não convocar o jovem velocista. O facto de David Lima não estar presente prende-se fundamentalmente, segundo o selecionador, com o facto de ”não ter estado em trabalho de estafeta com os restantes atletas”, além da sua marca deste fim-de-semana, aos 200 metros, ter sido importante, até para uma eventual ida aos Jogos Olímpicos, caso consiga marca regulamentar. A possibilidade da sua presença, sem mínimos, neste Europeu, ficou inviabilizada pela sua melhor marca regulamentar ficar longe dos 20,60 segundos (ventosos) alcançados neste fim-de-semana.

José Barros decidiu ainda deixar esclarecida a motivação da presença da estafeta de 4x100 metros em Helsínquia, que foi uma proposta da treinadora responsável, Anabela Leite. ”As pessoas não se podem esquecer que a estafeta não tem mínimo e que pode participar em função dos resultados obtidos. Não poderia propor uma estafeta sem o Yazaldes Nascimento, depois de termos perdido a participação de Francis Obikwelu.”.

Quanto à estafeta de 4x400 metros feminina, foi escolhida com base nas provas de observação, do passado domingo, sendo convocadas as quatro melhores atletas nos 400 metros planos. A única dúvida acabou por ser a possibilidade de incluir na convocatória Rivinilda Correia, que esta época já correu a distância em 55,00 segundos, na Europa Central. A justificação para a júnior acaba por ir na linha da não convocatória de Carlos Nascimento para os 4x100 metros. ”Quanto à atleta Rivinilda não considerámos ser positiva a convocatória até por ir ao Mundial de Juniores duas semanas depois. Havendo atletas do mesmo nível, privilegiámos os atletas que não iriam ter passado pouco tempo a disputa do Mundial de Juniores”.

AS ESCOLHAS INDIVIDUAIS MAIS DISCUTÍVEIS TAMBÉM FORAM ANALISADAS

Algumas das escolhas individuais também motivam algumas dúvidas que o selecionador nacional decidiu esclarecer. Um dos casos mais duvidosos acabou por ser o de Marcos Caldeira, atleta de triplo salto que não conseguiu esta época o mínimo para o Europeu de ar livre, mas acabando por motivar a confiança do selecionador nacional : ”ele tem estado num bom momento de forma e na ausência de Nelson Évora é um dos nossos melhores saltadores”. A confiança foi dada também a Alberto Paulo, atleta que apesar de ter mínimo de 2011, com uma das melhores marcas de sempre, acabou por ter um ano de 2012 muito apagado nos 3000 metros obstáculos : ”o Alberto veio de um período de lesão e fez 8.46 minutos em contra-relógio. Esteve lesionado até princípio de maio e acreditámos no seu processo de trabalho. É uma questão de confiança”.

Também longe da forma de outros momentos está Vânia Silva, que não possuía mínimo para este Europeu, apesar de em 2011 ter lançado 68.35 metros, perto dos 68.50 metros exigidos, já dentro do período de seleção. Esta época tem como melhor 67.04 metros, marca de Março, sendo uma atleta incluída no projeto olímpico para Londres: ”é uma atleta com mínimos olímpicos e queremos observá-la no Europeu”. Com mínimos de 2011, mas não provando em 2012 um estado de forma aproximado, Mónica Lopes foi convocada para os 100 metros barreiras. Para o selecionador nacional o facto da atleta ter tido poucas provas validadas e o facto de ter triunfado sobre Andreia Felisberto nos últimos eventos determinou a sua convocatória para Helsínquia : ”em nenhum dos momentos mais próximos de competição perdeu com a Andreia Felisberto”. A ausência de Jéssica Augusto, que tinha mínimos, acabou por ser uma opção da própria atleta, enquanto outras ausências, como a de Rui Silva, foi determinada pelo período de lesão que o impediu de preparar a Maratona, obrigando-o agora a preparar os 10000 metros para Londres.

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37 portugueses no Europeu

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Comentarios (3)add feed
Vãnia Silva : zé nuno
A Vânia silva em 2011 fez 69,55m (recorde Nacional).
Junho 20, 2012
Esclarecimento : Edgar Barreira
Sendo verdade, esse é um registo que foi alcançado fora do período de seleção, embora o texto não o deixasse claro. Já enquadrámos melhor essa situação. Obrigado.
Junho 20, 2012
... : Palmira Sampaio
Quer concordemos ou não com as opções feitas para o Europeu de Helsínquia, há que respeitar as escolhas feitas por alguém que tem responsabilidades a esse nível.Resta-nos desejar boa sorte e muitos sucessos a todos aqueles que vão integrar a seleção portuguesa! Ódios, invejas, comentários destrutivos não conduzem a nada! Apoiemos a nossa seleção de atletismo, da mesma forma que está a ser apoiada a seleção de futebol. Isso é o que realmente interessa, para que este país possa "crescer"!
Junho 22, 2012
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