João Almeida reforçou mínimos para Helsínquia.
O meeting de Lisboa voltou a ter os melhores atletas portugueses em competição, mas novamente com a organização a prejudicar os resultados finais...
Decorreu hoje, em Lisboa, mais um meeting a contar para o circuito nacional, denominado Premium 2012. A prova, como sempre, contou com alguns dos melhores atletas nacionais, um nível que novamente acabou por se espelhar numa Organização que chegou a ter atrasos de uma hora nos eventos, motivando várias queixas de atletas e treinadores presentes no Estádio Universitário de Lisboa.
JOÃO ALMEIDA CONFIRMOU HELSÍNQUIA...100 METROS MASCULINOS MUITO COMPETITIVOS
Nos 110 metros barreiras foi João Almeida (Sporting) quem protagonizou um dos melhores resultados da tarde, com o tempo de 13,78 segundos, marca que terá mostrado ao seleccionador nacional que valerá a pena a sua convocatória. Um ausente de última hora, após um atraso significativo das provas, foi Rasul Dabó (Benfica), que terá preferido não competir, podendo ainda aproveitar as provas de observação de amanhã. Paulo Gonçalves (Benfica) também protagonizou uma boa prova, do ponto de vista pessoal, ultrapassando a fasquia de 2.14 metros no salto em altura, quase tendo ultrapassado a dos 2.18 metros, marcas que ainda assim ficam muito longe dos mínimos internacionais.
Ainda no setor masculino, Ricardo Lima (Sporting) voltou a tentar os mínimos para o Europeu de ar livre, mas voltou a ficar para lá dos 51,10 segundos, um esforço que até teria sido inglório caso tivesse corrido dentro do mínimo, dado que o photo-finish não funcionou e os 51,3 segundos foram manuais. Quem também aqui tentava mínimos era Marcos Caldeira (Benfica), na prova do triplo salto, onde não foi além dos 16,39 metros, anti-regulamentares pelo vento. Já nos 100 metros a final foi vencida por Arnaldo Abrantes (Benfica), em 10,52 segundos, tecendo críticas à Organização no final : ”O atraso afetou o rendimento desta final”. O atleta correu a meia-final em descansados 10,56 segundos, na única meia-final com vento regulamentar, onde quem prometia era o júnior Carlos Nascimento (Escola Movimento) que correu em 10,59 segundos anti-regulamentares, mas na final acabaria por desistir a meio com cãimbras. Nesta meia-final o último qualificado acabaria por ser Ricardo Monteiro (Benfica), com 10,60 segundos, uma das meia-finais mais rápidas em Portugal, com atletas portugueses, mas que levou Ricardo Monteiro ao terceiro lugar na final com 10,57 segundos, o mesmo tempo de Dany Gonçalves (Marítimo). Tudo indica que serão os quatro primeiros atletas desta final (o quarto foi o sub-23 Diogo Antunes) a marcar presença na equipa principal para o Festival de Estafetas, amanhã. Nos 5000 metros, a vitória do internacional espanhol Juan Carlos Higuero foi o destaque, com o tempo de 13.50,54 minutos, marca que, apesar de tudo, não serviria a qualquer um dos portugueses como mínimo para Helsínquia. Na luta nacional o melhor foi Ricardo Ribas (Maratona), com 14.02,16 minutos, numa luta cerrada com Paulo Pinheiro (Linda-a-Pastora), atleta que chegou ao seu recorde pessoal, vindo dos EUA, onde é estudante.
VERA BARBOSA REPETIU MÍNIMOS...COM TEMPO MANUAL!
Se é verdade que Vera Barbosa (Sporting) já possui mínimos para os grandes eventos deste ano, outra verdade é que o seu registo de 56,6 segundos mereceria um tempo obtido através do photo-finish, que não funcionou nos primeiros eventos. A sua vitória confirma o seu estatuto de melhor portuguesa nos 400 metros barreiras, sem que tenha tido oposição forte. Quem se aproximou aos mínimos, mas também neste caso com tempo manual, foi Sónia Tavares (Beira-Mar) que correu os 200 metros em 23,7 segundos, em qualquer dos casos com vento anti-regulamentar (corria a +3.0 m/s). Nesta prova Carla Tavares (Sporting) acabaria com o tempo de 24,0 segundos, mas sairia a coxear, embora esse não deva ser fator limitante para o Festival de Estafetas no dia de amanhã. Sandra Teixeira (Sporting) também correu atrás dos mínimos, nos 1500 metros, levando consigo duas “lebres” de luxo : Mariana Brás e Clarisse Cruz. Apesar do esforço acabaria por ficar a mais de seis segundos de Helsínquia, apesar do registo de 4.18,48 minutos. No triplo salto Patrícia Mamona e Susana Costa (ambas do Sporting) acabariam por medir forças na mesma prova, com Susana Costa novamente a sair vencedora, com 14.06 metros (anti-regulamentares). A sportinguista fez ainda 13.97 metros com o vento a soprar no limite do regulamentar, mostrando novo bom momento de forma. Já Patrícia Mamona, regressada de um meeting na Eslovénia, acabaria no segundo lugar com 13.88 metros. Nos 100 metros barreiras foi Mónica Lopes (Sporting) a estar bem desta vez, vencendo sobre Andreia Felisberto (JOMA) com 13,66 segundos, contra os 13,75 segundos. Nesta prova, que novamente contou com vento anti-regulamentar (+2.3 m/s), Eva Vital (Benfica) acabou novamente terceira classificada, com 14,08 segundos. Nos 5000 metros, apesar da presença da etíope Meseret Taye, que venceu em 15.56,15 minutos, nenhuma portuguesa conseguiu chegar a uma marca para mínimo, tendo Carla Salomé Rocha (Sporting) desistido perto do final, quando ainda seguia perto da etíope e com a melhor portuguesa a ser Ana Ferreira (GD Estreito) com o tempo de 16.03,23 minutos.
DESORGANIZAÇÃO FOI A NOTA NEGATIVA
Apesar de ser considerado o melhor meeting nacional dos últimos anos, principalmente pela qualidade dos atletas presentes, o Meeting de Lisboa continua a apresentar défices organizativos que não dignificarão a imagem do evento, que este ano até contou com a presença de alguns fundistas espanhóis. O atraso de cerca de uma hora, por problemas no photo-finish, acabaria por motivar protestos entre os atletas que entraram em vários processos de aquecimento para as provas. Novamente valeu a qualidade dos atletas e também o momento em que o meeting foi organizado, com provas de observação durante o dia de amanhã e com o limite para a obtenção de mínimos para o Europeu de ar livre também a ser indicado para o dia de amanhã.
RESULTADOS:
Masculinos :
100 m – Arnaldo Abrantes (Benfica) – 10,52
400 m – José Miranda (Benfica) – 49,20
1500 m – Victor Montaner (Espanha) – 3.47,44 (Ricardo Paixão – 3.47,93)
5000 m – Juan Carlos Higuero (Espanha) – 13.50,54 (Ricardo Ribas – 14.02,16)
110 m Barr – João Almeida (Sporting) – 13,78
400 m Barr – Ricardo Lima (Sporting) – 51,3
Altura – Paulo Gonçalves (Benfica) – 2.14
Triplo – Marcos Caldeira (Benfica) – 16.39 (v. +2.6 m/s)
Peso – Francisco Belo (Sporting) – 17.46
Femininos :
200 m – Sónia Tavares (Beira-Mar) – 23,7 (v. +3.0 m/s)
1500 m – Sandra Teixeira (Sporting) – 4.18,48
5000 m – Meseret Taye (Etiópia) – 15.56,15 (Ana Ferreira – 16.03,23)
100 m Barr – Mónica Lopes (Sporting) – 13,66 (v. +2.3 m/s)
400 m Barr – Vera Barbosa (Sporting) – 56,6
Triplo – Susana Costa (Sporting) – 14.06 (v. +2.5 m/s)
Martelo – Patrícia Penteado (Benfica) – 46.56
Enviado Especial : Edgar Barreira (texto e fotos)
|
Este,coitado, até se esforça, mas........
Para quê organizar estas provas se depois não há profissionalismo na organização?