Jessica Ennis foi destaque internacional do fim-de-semana.
O Meeting de Hengelo (Holanda) e o Meeting de Rabat (Marrocos) foram os meetings mais recentes de categoria internacional, apesar de alguma ausência de resultados de ponta.
Os meeting internacionais sucedem-se uns aos outros neste momento da época, altura em que os principais atletas se preparam para o Europeu de ar livre, mas acima de tudo para os Jogos Olímpicos.
GEBRSELASSIE "QUEIMOU" A ÚLTIMA OPORTUNIDADE PARA LONDRES
Não era fácil a tarefa de Haile Gebrselassie, que para representar a Etiópia em Londres teria de ser, em princípio, um dos três primeiros classificados na prova de 10000 metros, no Meeting de Hengelo. Esta esperança avivou-se com a vitória categórica, há uma semana, em Manchester, mas na Holanda o tempo de 27.20,39 minutos ficou suficientemente longe da liderança mundial do seu compatriota Tariku Bekele, que com 27.11,70 minutos obteve a liderança mundial do ano. Seguiram-se nesta prova Leleisa Benti (27.11,98) e Sileshi Sihinem ambos etíopes.
A prova de 10000 metros masculinos foi, aliás, a única com liderança mundial do ano, dado que as restantes provas estiveram abaixo de outros registos já alcançados. Nos restantes resultados, destaques para as vitórias de Philips Idowu (Grã-Bretanha) na prova de triplo salto, com 17.31 metros, Robert Harting (Alemanha), que lançou o disco a 68.13 metros. Em femininos as vitórias de Janeth Jepkosgei (1.57,79 minuto nos 800 metros) e da norte-americana Kellie Wells (12,81 segundos nos 100 metros barreiras), esta sobre Lolo Jones, acabaram por ser os maiores destaques. Lembre-se que recentemente Lolo Jones gerou alguma estupefação ao ligar a sua virgindade à obtenção de um lugar nos Jogos Olímpicos.
VINCENT CHEPKOK BAIXOU DOS 13 MINUTOS AOS 5000 METROS
Se em Hengelo foi a prova de 10000 metros a proporcionar uma liderança mundial do ano, em Rabat (Marrocos) foi a prova de 5000 metros a ter esse estatuto, com a vitória do queniano Vincent Chepkok em 12.59,28 minutos. Este foi um resultado que serve de resposta queniana ao bom momento de forma dos etíopes. Também se correu rápido nos 3000 metros obstáculos, desta feita com uma vitória etíope, por intermédio de Roba Gari (8.10,04 minutos).
Justin Gatlin (EUA) voltou a vencer um meeting, desta feita em lentos 10,12 segundos, ele que se tem batido pela recuperação da sua imagem enquanto atleta, depois do caso de doping que o manteve longe das pistas vários anos. O experiente Félix Sánchez (Rep. Dominicana) continua a fazer sucesso nos 400 metros barreiras e aqui triunfou em 48,93 segundos, frente a um dos principais especialistas europeus, o britânico David Green (48,96). Do lado feminino as marroquinas Halima Hachlaf (4.07,63) e Rabab Arrafi (4.08,68) lutaram pela vitória nos 1500 metros, enquanto nos 5000 metros a vitória também sorriu a uma marroquina, Mariem Selsouli (14.45,91). O destaque dos 14.75 metros de Olha Saladukha (Ucrânia) foi talvez o mais evidente, na prova de triplo salto.
JESSICA ENNIS BATEU RECORDE BRITÂNICO NO HEPTATLO
Na Áustria, no famoso Gotzis Hypo-Meeting, o grande destaque foi para Jessica Ennis, atleta britânica que depois de ver o seu recorde pessoal nos 100 metros barreiras anulado por falta de uma barreira, confirmou que está numa boa época, apesar de ter perdido o título mundial em pista coberta. Os 6906 pontos de Ennis permitiram que fosse a melhor marca mundial do ano, novo recorde nacional e ainda tornando-a a sexta melhor atleta de Heptatlo de todos os tempos, ainda que longe dos 7291 pontos de Jackie Joyner-Kersee em 1988. Ennis ficou à frente de adversárias de peso, como a russa Tatyana Chernova (6774 pontos) e a ucraniana Lyudmyla Yosipenko (6501 pontos).
Hans Van Alphen (Bélgica) também obteve a melhor marca mundial do Decatlo masculino, com 8519 pontos superiorizando-se tangencialmente ao holandês Eelco Sintnicolaas (8506 pontos) e ao alemão Pascal Behrencruch (8433 pontos).
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