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Paris, Viena e Roterdão com diferentes protagonismos.
Designadas como Maratonas de Primavera, as Maratonas de hoje trouxeram bons resultados, mas também foram locais para tentativa de mínimos para Londres 2012.
Hoje foram cinco as maratonas com nível internacional, as realizadas por todo o globo. Mais uma vez a luta pelos lugares cimeiros foi feita entre Quénia e Etiópia e se houve um ligeiro domínio queniano no número de vitórias (mais uma), a Etiópia demonstrou os resultados mais fortes, ambos alcançados em Roterdão, maratona que já habituou os amantes do atletismo de grandes registos. Para as contas nacionais ficou o registo de mínimos ‘A’ para Rui Pedro Silva, em Viena, prova que só ficou atrás da de Paris, no que toca à profundidade dos resultados obtidos.
EM ROTERDÃO OS ETÍOPES MARCARAM O DIA DAS MARATONAS
Cidade muito comercial, com o seu conhecido porto de entrada de cargas na Europa, Roterdão (Holanda) voltou a fazer alguma história, não tanto pela profundidade dos resultados, mas mais pelo registo dos primeiros classificados. O seu bom hábito de boas marcas, permite a partir de hoje ter seis marcas abaixo das 2:05 horas no setor masculino e a sua primeira marca abaixo das 2:20 horas. No setor masculino a disputa acabaria por ser mesmo entre dois etíopes (Yemane Tsegay e Getu Feleke), que acabariam separados por dois escassos segundos. Tsegay (2:04.48) e Feleke (2:04.50) faziam história, numa prova onde “apenas” quatro atletas de cada género estiveram abaixo das 2:10 (em masculinos) e 2:30 (em femininos) horas. Acabaria mesmo por ser no setor feminino que o resultado mais interessante aconteceria, através da etíope Erba Gelana, que passou a líder mundial do ano com 2:18.58 horas, a sétima melhor marca mundial de sempre e agora a quarta atleta mais rápida de sempre.
Como já vem sendo hábito, Roterdão não apostou na profundidade dos resultados e considerando os mínimos olímpicos, foram 11 as marcas masculinas abaixo do mínimo ‘A’ internacional (2:15.00) e 14 as marcas femininas abaixo também do mínimo ‘A’ (2:37.00). Ainda assim uma boa “produção” de resultados, que não ditam necessariamente os apurados para Londres, até porque a maioria pertencem a Quénia e Etiópia, que possuem a mesma quota que os restantes países. O português Rui Silva esteve ausente, devido a lesão, devendo agora apostar numa outra Maratona até dia 29.
PARIS RECHEADO DE ATLETAS AFRICANOS A PROCURAREM SONHO OLÍMPICO
A cidade de Paris (França) foi outra vez acolhedora para atletas de elevada classe mundial e, entre etíopes e quenianos, a luta foi intensa. Com dez atletas masculinos abaixo das 2:10 horas, a vitória acabaria bastante esclarecedora para Stanley Biwott (2:05.12), um novo recorde de percurso que faz competir esta prova com as mais rápidas em todo o Mundo, ainda assim sem ainda alcançar o top-20 das melhores marcas de sempre. O queniano venceu assim a dois etíopes (Raji Assefa e Sisay Jisa) que ocuparam as duas posições seguintes, a mais de um minuto do queniano e separados por três segundos. No lado feminino as cinco primeiras acabariam abaixo das 2:30 horas, mas o intervalo entre a vencedora, Tirfe Beyene (2:21.40) e a a segunda classificada, Sultan Haydar (2:25.09) acabaria por ser demasiado determinante. Também aqui cairia o recorde de percurso, tornando a edição deste ano num tremendo sucesso desportivo.
Nas contas olímpicas, a Maratona de Paris foi aquela em que mais resultados se conseguiram abaixo dos mínimos ‘A’ de cada género. 24 atletas masculinos e 9 atletas femininas acabariam dentro desse mínimo internacional, em muitos países dificultado, como no caso português. Contudo a elevada taxa de atletas africanos provenientes de Quénia e Etiópia acabam por tornar a luta pelos lugares em cada um dos países muito mais decisiva, do que propriamente a nova obtenção de mínimos de atletas de outras nacionalidades.
VIENA MAIS QUENIANA EM MASCULINOS E MAIS EUROPEIA EM FEMININOS
A Maratona de Viena (Áustria), com presença de 36 mil atletas, teve um perfil mais diferenciado que das restantes maratonas europeias. Por um lado a prova masculina teria uma forte prevalência de atletas queniano, sem qualquer presença etíope e por outro apenas uma atleta de cada um dos países dominadores (Etiópia e Quénia) fizeram aparição, para descanso das atletas dos restantes continentes, que viram em Viena uma Maratona realmente comercial. Os sete primeiros classificados masculinos foram todos quenianos, todos abaixo da marca de referência das 2:10 horas e destes o mais destacado acabaria mesmo por ser Henry Sugut (2:06.58). Do lado feminino, apenas o pódio conseguiu estar abaixo das 2:30 horas e a vitória sorriu a Fate Tola (Etiópia), com 2:26.39 horas, um registo suficiente para derrotar a russa Olga Glok (2:27.18), segunda classificada.
Numa prova onde o português Rui Pedro Silva foi 16º e conseguiu mínimos ‘A’ para os Jogos Olímpicos (2:12.15), foram 29 os atletas abaixo dos mínimos internacionais, oito delas pertencentes ao setor feminino. Aqui, ao contrário de outros eventos, já houve maior predominância de atletas não africanos com marcas interessantes, ou seja uma maior transferência em termos de presenças em Londres.
Em Viena o interesse até acabaria por ser mais pela participação de Paula Radcliffe e de Haile Gebrselassie, na prova de meia-maratona, já que faziam uma espécie de “Guerra dos Sexos entre lendas”, com a britânica a sair 7.52 minutos antes que o etíope. Gebre, que depois das provas deste fim-de-semana vê a sua participação em Londres praticamente hipotecada, acabaria por apanhar a britânica aos 15 quilómetros, para vencer com 1:00.52 hora, enquanto a britânica terminaria em 1:10.03 hora.
MILÃO E NAGANO DISTANTES DAS GRANDES MARATONAS COMERCIAIS
No mesmo dia de três eventos muito fortes na Europa, as cidades de Milão (Itália) e Nagano (Japão) acolheram eventos mais modestos, ainda assim interessantes. Em Milão dez atletas ficaram dentro dos mínimos olímpicos e a prova acabaria por ter mais interesse do lado masculino, com os três primeiros classificados separados por nove segundos. Calhou a vitória a Daniel Kiprugut (2:08.39), seguido de Nixson Kurgat (2:08.43) e de Gemechu Worku (2:08.48). Em femininos a vitória foi de Irene Jerotich (2:31.07), seguida de perto pela italiana Emma Quaglia (2:31.15). Já em Nagano, prova comemorativa do espírito olímpico, acabaria por ter apenas sete marcas abaixo dos mínimos internacionais para Londres e com a prova masculina a ter mais interesse que a feminina. Vitória de Francis Larabal (2:09.05), que só chegou cinco segundos mais cedo que o bem conhecido dos portugueses Silas Sang. Em femininos vitória da queniana Pauline Wangui (2:34.22).
RESULTADOS (Maratona de Roterdão):
Masculinos:
1. Yemane Tsegay (Etiópia) – 2:04.48
2. Getu Feleke (Etiópia) – 2:04.50
3. Moses Mosop (Quénia) – 2:05.03
4. Stephen Kibet (Quénia) – 2:08.05
5. Stephen Chemlany (Quénia) – 2:10.08
Femininos:
1. Erba Gelana (Etiópia) – 2:18.58
2. Valeria Straneo (Itália) – 2:23.44
3. Merima Mohammed (Etiópia) – 2:25.48
4. Miranda Boonstra (Holanda) – 2:27.32
5. Lanni Marchant (Canadá) – 2:31.51
RESULTADOS (Maratona de Paris):
Masculinos:
1. Stanley Biwott (Quénia) – 2:05.12
2. Raji Assefa (Etiópia) – 2:06.24
3. Sisay Jisa (Etiópia) – 2:06.27
4. Eric Ndiema (Quénia) – 2:06.37
5. Teferi Bacha (Etiópia) – 2:07.38
Femininos :
1. Tirfe Beyene (Etiópia) – 2:21.40
2. Sultan Haydar (Turquia) – 2:25.09
3. Makeda Harona (Etiópia) – 2:26.46
4. Goitetom Tesema (Etiópia) – 2:27.28
5. Meseret Legese (Etiópia) – 2:28.18
RESULTADOS (Maratona de Viena):
Masculinos:
1. Henry Sugut (Quénia) – 2:06.58
2. Gilbert Yegon (Quénia) – 2:07.38
3. John Kiprotich (Quénia) – 2:07.44
4. Gilbert Kirwa (Quénia) – 2:08.09
5. William Jibor (Quénia) – 2:08.32
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16. Rui Pedro Silva (Portugal) – 2:12.15
Femininos :
1. Fate Tola (Etiópia) – 2:26.39
2. Olga Glok (Rússia) – 2:27.18
3. Helalia Johannes (Namíbia) – 2:27.20
4. Olga Kalendarova (Polónia) – 2:31.33
5. Lydia Rutto (Quénia) – 2:31.57
RESULTADOS (Maratona de Milão):
Masculinos :
1. Daniel Kiprugut (Quénia) – 2:08.39
2. Nixson Kurgat (Quénia) – 2:08.43
3. Gemechu Worku (Etiópia) – 2:08.48
Femininos :
1. Irene Jerotich (Quénia) – 2:31.07
2. Emma Quaglia (Itália) – 2:31.15
3. Nebiat Habtemariam (Eritreia) – 2:38.09
RESULTADOS (Maratona de Nagano):
Masculinos :
1. Francis Larabal (Quénia) – 2:09.05
2. Silas Sang (Quénia) – 2:09.10
3. Moses Kangogo (Quénia) – 2:10.53
Femininos :
1. Pauline Wangui (Quénia) – 2:34.22
2. Belainesh Gebre (Etiópia) – 2:35.19
3. Rose Nyangacha (Quénia) – 2:36.18
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