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Linet Masai e Fionnuala Britton dobraram vitórias.
Terminado o circuito de provas de corta-mato da IAAF, é tempo de relembrar o percurso efetuado por este circuito, que teve poucas participações nacionais.
Em ano de pausa do Mundial de corta-mato, uma nova disposição implementada pela IAAF, o corta-mato acabou por servir para preparar outras provas e ocupar a época de inverno de alguns dos atletas que se candidatam a representar os seus países na época de ar livre, cujo auge está fixado nos Jogos Olímpicos.
Das doze provas realizadas entre os meses de Novembro e Março, apenas uma se realizou em solo nacional, o Crosse das Amendoeiras em Flor, depois de o Crosse de Oeiras ter sido cancelado à última da hora, o que levou a IAAF a retirar a prova do seu calendário.
ÁFRICA FOI DOMINANTE E AOS EUROPEUS RESTOU AS PROVAS “EM CASA”
Sem estranheza, os atletas africanos foram uma vez mais os que mais dominaram no corta-mato, numa luta que ao longo do circuito foi mais uma luta entre as duas potências mundiais nas disciplinas de fundo : o Quénia e a Etiópia. Porém, como tem ocorrido ao nível das provas de Maratona, o Quénia voltou a mostrar-se superior na maioria das provas (10 vitórias masculinas e 9 vitórias femininas), ficando-se a Etiópia com uma prova ganha em cada género. Dos 72 lugares de top-3 que este circuito proporcionava, apenas 14 foram ocupados por atletas não africanos e somente por três ocasiões as vitórias sorriram a atletas europeus (Ayad Lamdassem e Fionnuala Britton).
Tal como já ocorre ao nível de outros tipos de eventos do atletismo, a Europa concentrou a maioria dos crosses, recebendo dez eventos, sendo os restantes dois disputados nos continentes africano (Quénia) e asiático (Japão). O fator “casa” foi quase sempre favorável ao aparecimento de bons resultados dos atletas nativos, mas também é verdade que esse fator se verificou mais ao nível do top-10, que ao nível do top-3...
Os dois únicos atletas a conseguirem mais do que uma vitória individual, vieram do setor feminino. A queniana Linet Masai (nas provas espanholas de Atapuerca e Itálica) e a irlandesa Fionnuala Britton (Edimburgo e Atrin), esta última tendo conquistado em dezembro o título europeu, foram as atletas que conseguiram o feito de duas vitórias.
JOSÉ ROCHA FOI O PORTUGUÊS MAIS ATIVO
Apesar da tradição do corta-mato nacional, a verdade é que foi pouca a participação portuguesa nestas provas a contar para o circuito mundial. O mais participante acabaria por ser José Rocha, medalha de bronze no Europeu de corta-mato, com quatro participações (Atapuerca, Itálica, Albufeira e San Vittore Olona), a melhor delas precisamente no crosse de encerramento deste circuito, onde foi 8º classificado.
Albufeira, com o Crosse das Amendoeiras em Flor, traria naturalmente a melhor classificação portuguesa neste circuito, com dois terceiros lugares, um em cada género. Este mérito, que ao mesmo tempo permitiu os títulos de campeões nacionais da especialidade, pertenceu aos atletas Manuel Damião e Ana Dulce Félix.
RESUMO DAS 12 ETAPAS (notícia : top-3 masculino | top-3 feminino --- portugueses) :
Crosse Atapuerca - Espanha : Imane Merga (ETH), Kidane Tadese (ERI), Humegnaw Mesfin (ETH) | Linet Masai (KEN), Belaynesh Oljira (ETH), Priscah Jeptoo (KEN) --- Youssef el Kalai (11º),José Rocha (18º), Ana Dias (20º) e Mónica Rosa (24º)
Crosse Soria – Espanha : Vincent Chepkok (KEN), Ayad Lamdassem (ESP), Abdhanom Abraha (ERI) | Priscah Jeptoo (KEN), Rebecca Cheptegei (UGA), Estela Navascués (ESP) --- sem portugueses
Crosse Bruxelas – Bélgica : Isiah Koech (KEN), Bekele Atelaw (BEL), Gilbert Kirui (KEN) | Caroline Chepkwony (KEN), Faith Kipyego (KEN), Almensh Belete (ETH) --- sem portugueses
Crosse Campaccio – Itália : Edwin Soi (KEN), Vincent Chepkok (KEN), Kinde Atanau (ETH) | Mercy Cherono (KEN), Sylvia Kibet (KEN), Afera Godfay (ETH) --- José Rocha (11º)
Crosse Edimburgo – Grã-Bretanha : Ayad Lamdassem (ESP), Bobby Mach (USA), Atelaw Bekele (BEL) | Fionnuala Britton (IRL), Gemma Steel (GBR), Ele Parker (GBR) --- Emanuel Rolim (32º Junior)
Crosse Itálica – Espanha : Geoffrey Kipsang (KEN), Albert Rop (KEN), Moses Kipsiro (UGA) | Linet Masai (KEN), Vivian Cheruiyot (KEN), Wude Ayalew (ETH) --- Rui Pedro Silva (16º)
Crosse Antrim – Grã-Bretanha : Mike Kigen (KEN), Patrick Mutunga (KEN), Bernard Rotich (KEN) | Fionualla Britton (IRL), Gemma Steel (GBR), Birtuken Adamu (ETH) --- sem portugueses
Crosse Chiba – Japão : Charles Ndirangu (KEN), Martin Mathathi (KEN), John Gasaya (KEN) | Susan Wairimu (KEN), Grace Kimanzi (KEN), Megumi Kinukawa (JAP) --- sem portugueses
Crosse Diekirch – Luxemburgo : Japeth Korir (KEN), Albert Rob (KEN), Tasama Dame (ETH) | Almensh Belete (ETH), Etenesh Diro (ETH), Fatiha Benchatki (MAR) --- Sérgio Silva (19º) e Hugo Pinto (22º)
Crosse Nairobi – Quénia : Bedan Karoki (KEN), Timothy Kiptoo (KEN), Vincent Kiprop (KEN) | Joyce Chepkirui (KEN), Margaret Wangare (KEN), Edna Kiplagat (KEN) --- sem portugueses
Crosse Amendoeiras em Flor – Portugal : Kiprono Menjo (KEN), Mohamed Burka (ETH), Manuel Damião (POR) | Gorreti Jepkoech (KEN), Yelena Prokopchuka (LAT), Dulce Félix (POR) --- Camp. Nacional de Corta-Mato
Crosse San Vittore Olona – Itália : Thomas Longosiwa (KEN), Bernard Rotich (KEN), William Kibor (KEN) | Priscah Cherono (KEN), Elena Romagnolo (ITA), Btissam Lakouad (MAR) --- José Rocha (8º) e Inês Monteiro (5º)
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