José Barros mostrou-se confiante em 30 atletas para Londres.
A Federação Portuguesa de Atletismo mostrou ontem a sua estrutura de apoio às duas principais competições internacionais do ano.
Os Jogos Olímpicos são o evento que mais desperta a consciência desportiva do povo português e a necessidade do esclarecimento levou à promoção de um encontro com a comunicação social para mostrar a estrutura que enquadrará os atletas nacionais nos dois principais eventos do ano, os Europeus de ar livre e os Jogos Olímpicos.
Samuel Lopes será o chefe de equipa, abdicando das suas responsabilidades de juiz em grandes eventos, enquanto José Barros estará na qualidade habitual de Diretor Técnico Nacional e Pedro Branco o responsável do Departamento Médico, missão que também já não estranhará. Aqui a diferença é mesmo a presença de Samuel Lopes que, entre outros cargos já desempenhados, é o atual tesoureiro da Federação Portuguesa de Atletismo e um dos juízes portugueses mais internacionais. No seu entender a sua missão “será mais importante em Helsínquia que em Londres”, já que nos Jogos Olímpicos a missão é liderada por Mário Santos e apoiada por Nuno Delgado, elementos externos ao atletismo, mas que enquadrarão todas as modalidades em Londres, em nome do Comité Olímpico Português.
Mas além disso foi também apresentado o calendário da preparação da seleção a caminho de Londres, que contém Helsínquia como ponto de passagem e que para José Barros não se apresenta como um problema, antes sim como uma oportunidade. “Estaria mais preocupado se existissem provas de estrada longas” e deu um exemplo : “Se existirem atletas que queiram ir aos 10000 metros [em Helsínquia], como forma de preparação para a Maratona [em Londres], estaremos à vontade para o validar”.
O caminho será traçado já com o Troféu Ibérico de 10000 metros, este fim-de-semana e uma sequência de estágios de setor a realizar entre o final deste mês e o princípio de Maio, em locais já habituais como o Jamor (CAR), Mira e Vila Real de Santo António. As competições por clubes, o Europeu de ar livre e por fim o Campeonato de Portugal são considerados momentos ótimos de preparação dos atletas portugueses para Londres, embora os meetings também sejam cruciais para os melhores atletas, embora não sejam da responsabilidade da Federação Portuguesa de Atletismo, que aqui surge apenas como um apoio à participação dos melhores atletas em grandes meetings internacionais.
O OBJETIVO DA SEGUNDA MAIOR PARTICIPAÇÃO DE SEMPRE…
José Barros e Samuel Lopes não quiseram mostrar a ênfase nas medalhas, até porque essa possibilidade acaba por estar mais remota que noutras ocasiões, ou pelo menos é mais incerta…O objetivo do alcance de finais, um marco que José Barros destacou, acabará por ser um dos grandes objetivos, mas ouro sobre azul seria alcançar três dezenas de seleccionados, um marco exigente, que dependerá essencialmente dos mínimos para as provas da Maratona e da integração de uma estafeta de 4x100 metros. Atualmente são 28 os atletas com mínimos (numa paridade de géneros), mas desses alguns não poderão estar presentes, ao abrigo das regras internacionalmente exigidas. Na marcha uma das quatro atletas com mínimos ficará em solo nacional, noutras disciplinas o mínimo “B” só valerá para um atleta…
Num ano de centenário sobre a primeira participação portuguesa em Jogos Olímpicos (ocorreu em 1912), cumpre-se também os 30 anos sobre a primeira edição do Olímpico Jovem, iniciativa jovem que José Barros congratula-se ter sido um sucesso para as seleções nacionais. Feita a análise pelas medalhas alcançadas no evento, apenas meia dúzia de atletas, dos que têm mínimos para Londres, não terão obtido medalhas em Olímpico Jovem, como são os casos de Francis Obikwelu, Hermano Ferreira, Luís Feiteira, Dulce Félix, Vera Barbosa e Sérgio Vieira. Nesse sentido a presença de Mário Aníbal, o mais bem sucedido decatlonista português, acabou por ser um dos destaques desta apresentação.
Quanto a participações, Portugal teve a maior comitiva em Barcelona, em 1992, com 35 atletas presentes, uma presença praticamente impossível de alcançar, mesmo no melhor dos cenários. Mais ao alcance estarão os 29 atletas de Seoul (1988) e Atlanta (1996) ou os 28 atletas de Pequim (2008). Mas tudo depende da presença da estafeta portuguesa de 4x100 metros, que na lista mais atualizada da IAAF não se encontra nas 16 melhores mundiais e tem ainda à frente, para entrar nas 16 melhores, as seleções da Suiça, Austrália, Rússia e Holanda, com a forma de apuramento a verificar-se pelas duas melhores prestações entre 1 de Janeiro de 2011 e 2 de Julho de 2012.
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