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Provas de meio-fundo e fundo em análise.
A emoção das provas de meio-fundo e fundo parece estar concentrada nas provas de 3000 metros e é aqui que Meseret Defar poderá marcar a história do evento...
Dos 800 aos 3000 metros, é esta a ementa servida para os amantes de meio-fundo e fundo, apesar de só três campeões do Mundo, em pista coberta, marcarem presença, ou seja em metade das provas disputadas a partir de sexta-feira, em Istambul. As voltas à pista prometem, porque na pista coberta estas provas já costumam ter a característica de serem bastante disputadas.
KSZCZCOT E AKKAOUI OS MELHORES DO ANO, MAS OS 800 METROS PROMETEM IMPREVISIBILIDADE
Os rankings normalmente não são os melhores conselheiros nas análises prévias às provas dos 800 metros, apesar de no setor masculinos os candidatos à vitória parecerem mais óbvios. Os principais ausentes são os dois campeões do Mundo : Abubaker Kaki (pista coberta) e David Rudisha (ar livre). O líder do ano é o polaco Adam Kszczot (1.44,57), que está no seu melhor momento de forma de sempre, tendo a seu favor o 3º lugar em 2010 e o título de campeão europeu de pista coberta em 2011. Entre alguns dos candidatos não se poderá esquecer o queniano Boaz Lalang (1.45,75 este ano) e, claro, o atleta espanhol mais bem colocado, António Reina, não tanto pela marca, mas pelo hábito dos fundistas espanhóis aparecerem bem nestes eventos.
Desfalcados parecem estar os 800 metros femininos, sem as suas principais referências dos últimos anos e onde a prova parece estar totalmente em aberto. Mariya Savinova (Rússia), Jennifer Meadows (Grã-Bretanha) e Alysia Johnson (EUA), pódio em 2010, estão ausentes, além da campeã europeia de pista coberta, a também russa Yevgeniya Zinurova. Aliás as ausências russas não se ficarão por aqui, já que duas das atletas de top-5 deste ano também não marcarão presença : Marina Pospelova (apenas participará nos 4x400 metros) e Yuliya Tutayeva. Do ranking deste ano sobram (ao nível do top-5) a líder, Malika Akkaoui (Marrocos), que tem como melhor 1.59,01 minuto, a queniana Pamela Jelimo (1.59,10) e a russa Elena Kofanova (1.59,63). Ainda assim tempos modestos e que deixam tudo em aberto...
DOMÍNIO AFRICANO NA PROVA DOS 1500 METROS...
Dos seis atletas que já correram abaixo de 3.37 minutos, apenas dois não são africanos : Mohamad Al-Garni (Qatar) e Ilham Ozbilen (Turquia). De resto o domínio tem sido e promete ser africano, tanto que o líder mundial do ano, o marroquino Abdalaati Iguider (3.34,10) tem uma medalha de prata a defender, do ano de 2010. De resto Deresse Mekonnen (campeão do mundo de pista coberta), Asbel Kiprop (campeão do mundo de ar livre) e Manuel Olmedo (campeão europeu de pista coberta), estarão ausentes, para dar lugar a uma nova geração de fundistas, numa altura em que muitos aposta mais na presença em Londres.
A mesma tendência de domínio africano acontece no setor feminino, com apenas uma das cinco atletas abaixo de 4.06 minutos a pertencer ao continente europeu, a francesa Hind Chahyd. De resto o favoritismo parece estar entre Sylvia Kibet (Quénia), Mariem Selsouli e Siham Hilali (Marrocos) e ainda Genzebe Dibaba (Etiópia), atleta que é a atual líder mundial do ano, com 4.00,13 minutos. Do pódio de 2010 nenhuma das atletas estará presente nos 1500 metros, tendo Gelete Burka (Etiópia) optado pelos 3000 metros. Também sem Jenny Simpson (EUA), resta a presença da campeã europeia Yelena Arzhakova (Rússia), atleta que parece longe do seu melhor nesta altura da época...
LAGAT VS FARAH, ENQUANTO DEFAR TENTA QUINTA VITÓRIA SUCESSIVA
Sem dúvida que os 3000 metros é a prova que mais interesse terá e no caso masculino fundamentalmente pelo duelo muito aguardado entre o norte-americano Bernard Lagat e o britânico Mo Farah. Esta dupla não africana promete uma grande final, embora Lagat (37 anos) não pareça estar no seu melhor momento de forma. Mo Farah goza do estatuto de campeão europeu de pista coberta, mas também de campeão mundial de ar livre, na distância de 5000 metros. Para esta dupla deverá inquietar a presença de dois quenianos, Augustine Choge e Edwin Soi, como únicos atletas abaixo dos 7.30 minutos, enquanto são nove os atletas com marcas abaixo dos 7.40 minutos. Mesmo assim o Quénia não irá deslocar a Istambul outros dois atletas que estavam no top-5 do ano, nomeadamente Eliud Kipchoge e Isiah Koech, restando o etíope Yenew Alamirew como o atleta que resta do top-5 do ano.
À procura da história, Meseret Defar (Etiópia) é a atleta que pode sair de Istambul com a proeza de conseguir cinco vitórias consecutivas em campeonatos do Mundo, uma situação que nem é descabida, atendendo ao historial da atleta, mas fundamentalmente pela melhor marca mundial do ano, destacada em 8.31,56 minutos. Desta vez sem a queniana Vivian Cheruiyot (campeã mundial de pista coberta e ar livre), o país dos fundistas apresenta a segunda melhor atleta do ano, Hellen Obiri, mas com uma marca que fica quase a quatro segundos de Defar. Também com 37 anos, como Lagat, estará presente a campeã europeia Helen Clitheroe, numa carreira até aqui recheada de sucessos...
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