Prémios atribuidos em Londres.
O sul-africano Oscar Pistorius e a queniana Vivian Cheruiyot foram os atletas distinguidos no atletismo, num prémio que consagra os melhores desportistas mundiais de um ano.
São como um Oscar no desporto mundial e é um prémio todos anos apetecido pelos melhores desportistas mundiais. No atletismo vários atletas estavam nomeados : Usain Bolt (atleta masculino), Carmelita Jeter (atleta feminina), Yohan Blake (revelação), Liu Xiang (regresso), Terezinha Guilhermina e David Weir (atletas com deficiência).
Acabaram por ser “apenas” Vivian Cheruiyot (melhor atleta feminina) e Oscar Pistorius (melhor atleta com deficiência) a sagrarem-se os grandes vencedores do atletismo, do ano. Para Cheruiyot foi um ano de sonho, já que se sagrou campeã mundial de 5000 e 10000 metros, em Daegu, um feito que não sendo inédito no atletismo é de difícil execução face à forte competitividade internacional, principalmente dentro do próprio Quénia. Pistorius conquistou em 2011 um feito importante na história do desporto paralímpico, ao ser o primeiro a conseguir mínimos e concretização de participação em Mundiais para atletas não portadores de deficiência. Ao participar na eliminatória de 4x400 metros pela África do Sul abriu um precedente, mas ao mesmo tempo uma página na história do desporto para deficientes.
A cerimónia já decorreu, em Londres, onde estiveram todos os atletas premiados, exatamente na cidade onde este ano se realizarão os Jogos Olímpicos de Verão.
ATLETISMO TEM FEITO HISTÓRIA NOS LAUREUS
O Atletismo tem, aos poucos, assumido um pouco da história destes Laureus que desde o ano de 2000 coroam os melhores atletas mundiais, embora a Fundação Laureus seja muito mais que estes prémios, já que tem contribuído para causas. Edwin Moses, antigo e destacado barreirista norte-americano, teve já um papel fulcral nesta Fundação.
No ano de 2000, o atletismo conquistou o prémio para melhor desportista feminina, por intermédio de Marion Jones (EUA). A atleta entretanto acabou suspensa, por caso de doping, embora a Fundação ainda não tenha substituído o nome da norte-americana na lista oficial. Nessa edição, para o prémio de desportista com deficiência, venceu Louise Sauvage (Austrália), pelas suas prestações em cadeiras de rodas.
Em 2001, o protagonismo do atletismo ficou restrito ao prémio carreira, conquistado pelo queniano Kip Keino, pelo trabalho desenvolvido no Comité Olímpico Queniano. Keino foi atleta de prestígio, com duas medalhas de Ouro e duas de Prata em Jogos Olímpicos (Mexico 68 e Munique 72).
Em 2002 e 2003, o atletismo não recebeu qualquer distinção Laureus, um jejum que acabaria por se quebrado em 2004, através do desporto para deficientes, com o atleta Earle Connor (Canadá), embora o atleta acabasse, também ele, suspenso por doping.
Em 2005 voltou o protagonismo do atletismo, com três prémios. O mais importante deles todos, o de melhor desportista, neste caso feminina, coube a Kelly Holmes (Grã-Bretanha) pelas duas medalhas de Ouro obtidas nos Jogos Olímpicos de 2004 (1500 e 3000 metros). Liu Xiang (China) foi distinguido pelo prémio de novidade do ano, numa altura em que o barreirista era destaque na especialidade de 110 metros barreiras. Novamente com um atleta canadiano, o atletismo acabaria por arrecadar também prémio para melhor desportista com deficiência, multi-medalhado em jogos paralímpicos, em especialidades que vão dos 100 aos 1500 metros. Em 2006, voltou a não haver qualquer prémio para o atletismo.
Em 2007 era o ano de Yelena Isinbayeva (Rússia), pela estrondosa participação no salto com vara ao longo da época que culminou em 2006, tendo-se realçado as suas prestações a 4.80 metros, que chegaram aos 4.91 metros em pista coberta.
Em 2008, Paula Radcliffe (Grã-Bretanha) foi coroada pelo sucesso da sua participação na Maratona de Nova Iorque de 2007, após ter optado por uma pausa na carreira para ser mãe. Esta imagem correu mundo e a recordista mundial da Maratona acabou com o prémio de Regresso do Ano. Também em 2008 era coroada a carreira de Sergey Bubka (Ucrânia), prestigiado saltador com vara, que ainda hoje conserva o seu recorde mundial. Bubka ia ascendendo na carreira do dirigismo desportivo, que faz dele uma das figuras da IAAF, nos dias de hoje.
Em 2009 o atletismo acabaria por atingir o auge nestes prémios Laureus, pela dupla vitória nos prémios principais, de desportista do ano. Assim, em masculinos, Usain Bolt (Jamaica) colhia os frutos de uma presença nos Jogos Olímpicos de Pequim ao mais alto nível, com a conquista de três recordes mundiais (100, 200 e 4x100 metros). Yelena Isinbayeva (Rússia) voltava a conquistar em femininos, depois de em 2008 ter conquistado o título mundial em pista coberta e o Ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim, acabando a época com o seu 24º recorde mundial.
Em 2010, Usain Bolt (Jamaica) sagrou-se o segundo atleta da modalidade a obter a segunda vitória nos prémios Laureus, para melhor desportista do ano, desta feita pelo triplo Ouro nos Mundiais de Atletismo de 2009, onde saiu novamente como grande figura da competição. Mas também na categoria do prémio carreira o atletismo saiu a ganhar, com a distinção da marroquina Nawal el Moutawakel, que chegou a ser Ouro em Jogos Olímpicos, nos 400 metros barreiras (Los Angeles 84) e que fez carreira de dirigismo na IAAF e é actualmente membro do Comité Olímpico Internacional.
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