As diferenças ibéricas na análise das marcas

Terça, 03 Janeiro 2012
As diferenças ibéricas na análise das marcas

Análise de rankings de 2011 dá vantagem a Espanha.

Descida de Portugal no Europeu de Equipas contrasta com manutenção de Espanha na Superliga... 

Em 2012 a Associação Espanhola de Estatísticos de Atletismo (AEEA) fará os seus 25 anos, o que já de si é uma enorme diferença para Portugal, que não tem qualquer género de associação que agregue os principais estatísticos portugueses. Outros países deverão ter esta diferença para Espanha, que é realmente um dos países mais dados a esta árdua tarefa e cujos intervenientes também marcam presença na associação internacional de estatísticos.

Hoje falamos também das diferenças ibéricas ao nível das marcas inscritas nos rankings do ano de 2011 nos dois países, que são separados por uma fronteira suficientemente contrastada para colocar Espanha uns furos bem acima. Não será de excluir fatores de população, infra-estruturas desportivas e competições acolhidas, como os Jogos Olímpicos, mas também grandes eventos de atletismo. Os meetings espanhóis são muitas vezes meetings ibéricos com os melhores portugueses a tentarem aí agarrar alguma competitividade e para 2012 o país vizinho prepara-se para receber o Mundial de Juniores, dois anos depois do Europeu de ar livre, além da Gala do Centenário da IAAF, também em Barcelona.

Em Estocolmo, este ano, Portugal não conseguiu a manutenção na Superliga, enquanto a Espanha se manteve na Superliga, que a colocou como sétima potência europeia deste ano e basta uma simples análise aos rankings espanhóis para se entenderem as diferenças...

SÓ A VELOCIDADE PORTUGUESA BATE UNANIMEMENTE NO SETOR MASCULINO

Nesta análise foram tidas em linha de conta os melhores de cada especialidade e os três melhores de cada especialidade, no primeiro para se avaliar a melhor performance, no segundo para se analisar a profundidade. É esmagador o domínio espanhol e Portugal acaba por ter poucos argumentos na resposta. 14 melhores marcas no topo, contra 7 marcas portuguesas, é a primeira análise. Vale-se Portugal de Francis Obikwelu (10,18 segundos nos 100 metros), Arnaldo Abrantes (20,61 segundos nos 200 metros), Rui Silva (27.53,55 minutos nos 10000 metros), João Ferreira (49,63 segundos nos 400 metros barreiras), Marcos Chuva (8.34 metros no salto em comprimento), Nelson Évora (17.35 metros no triplo salto) e Marco Fortes (20.89 metros no lançamento do peso). Na prova de salto com vara os 5.60 metros de Edi Maia igualam a melhor marca espanhola de 2011.

Se a análise nas melhores marcas já deixa Portugal numa situação baixa, pior fica analisada a profundidade dos resultados, um dos fatores mais débeis de uma seleção que tem tentado defender-se do melhor modo nos grande eventos colectivos, como o Europeu de Equipas. Analisados os top-3 de cada país, apenas em 14 casos a posição portuguesa é superior a igual posição espanhola, contra os 51 casos de supremacia de Espanha.

A velocidade é mesmo o ponto forte de Portugal em relação a Espanha, melhor em todas as posições do top-3 nos 100 e 200 metros, as duas únicas especialidades em que isto ocorre. De resto uma ligeira vantagem nos 10000 metros e 400 metros barreiras são o que resta a Portugal para responder da melhor forma a Espanha. Ao invés são muito fracas especialidades como 800, 1500, 5000 e 3000 metros obstáculos, sem esquecer os 110 metros barreiras, salto em altura, lançamento do disco, lançamento do martelo, lançamento do dardo e 50 km marcha, se comparadas com as marcas obtidas por atletas espanhóis.

FUNDISTAS PORTUGUESAS SÃO LÍDERES IBÉRICAS E PORTUGAL LIDERA POR MAIS UMA ATLETA

O panorama muda bastante analisado o setor feminino, onde Portugal se socorre das melhores fundistas nacionais, que não sendo muitas acabam por percorrer as várias distâncias de fundo e, desta forma, derrotar uma Espanha muito débil no fundo feminino, principalmente depois de várias campanhas anti-doping que parecem ter “limpo” especialidades que antes trariam vantagem a Espanha, relativamente a Portugal.

Desta forma Portugal poderá orgulhar-se de ter 11 melhores especialidades do ano ao nível da melhor marca conseguida, contra as 10 melhores especialidade de Espanha. Não sendo significativo, será importante esta pequena vitória ibérica, que acaba por não ser correspondida na profundidade. Neste sucesso português contam as marcas de Sónia Tavares (11,41 e 23,46 segundos nos 100 e 200 metros), Dulce Félix (32.48,76 minutos nos 10000 metros), Jéssica Augusto (2:24.33 horas na Maratona), Sara Moreira (9.35,11 minutos nos 3000 metros obstáculos), Vera Barbosa (55,81 segundos nos 400 metros barreiras), Leonor Tavares (4.50 metros no salto com vara), Naide Gomes (6.79 metros no salto em comprimento), Patrícia Mamona (14.42 metros no triplo salto), Irina Rodrigues (58.35 metros no lançamento do disco) e Vânia Silva (69.55 metros no lançamento do martelo).

A profundidade, tal como no setor masculino, não iguala o anterior brilhantismo, apesar de acompanhar melhor a tendência espanhola. As espanholas foram melhores em posições de ranking semelhantes em 37 ocasiões, contra 26 situações de domínio nacional, um número que ainda assim demonstra a falta de profundidade de resultados, que seria abismal se fosse considerado o top-5.

Em 2011 as fundistas portuguesas foram unanimemente melhores que as espanholas, sendo o top-3 ibérico completamente português dos 10000 metros à Maratona. Em nenhuma outra especialidade Portugal apresenta este domínio, podendo apresentar noutras alguns pequenos domínios comparativamente ao fundo. Nos 400 metros planos a equipa nacional é mais coesa, apesar de não ter a melhor atleta ibérica do ano, situação que também ocorre nos 5000 metros, 100 metros barreiras e 20 km marcha. A melhor atleta no lançamento do disco é ainda acompanhada da segunda melhor atleta ibérica do ano, neste caso Liliana Cá.

As maiores fragilidades nacionais, à imagem do setor masculino, acontecem nos 800 e 1500 metros, salto em altura, lançamento do disco, lançamento do dardo, além do lançamento do peso, nesta última com diferenças muito acentuadas.

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